Política

Em nota, Itamaraty responde à embaixada da China





O Ministério das Relações Exteriores enviou nesta quarta-feira (25) uma nota à embaixada da China, em resposta ao que o país disse ontem sobre as críticas feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). 

No texto, o Itamaraty diz que não é apropriado que agentes diplomáticos da China no Brasil tratem de assuntos por meio das redes sociais.

"O tratamento de temas de interesse comum por parte de agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil através ds redes sociais não é construtivo, cria fricções completamente desnecessárias e apenas serve aos interesses daqueles que porvetura não desejem promover as boas relações entre o Brasil e a China", diz o comunicado. 

O documento aponta que as preocupações da China sobre as declarações do parlamentar serão tratadas de maneira apropriada e que o tom da declaração foi "ofensivo e desrespeitoso". 

"O tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da referida 'Declaração' prejudica a imagem da China junto à opinião pública brasileira", escreveu a equipe do Itamaraty.

O ministério considerou ainda "inadequado" que a embaixada tenha se pronunciado sobre as relações do Brasil com outros países, "tendo presente que a Embaixada do Brasil em Pequim não se pronuncia sobre as relações da República Popular da China com terceiros países". 

'Consequências negativas'

Uma postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro associando a tecnologia 5G chinesa a espionagem provocou a reação da embaixada da China nessa terça-feira (24). Em nota, a embaixada chama de “infundadas” as palavras do deputado e ameaça “consequências negativas” a quem perturbasse a parceria China-Brasil. O texto pedia ainda para acabar com a “narrativa da extrema direita norte-americana” 

Na postagem feita na noite desta segunda-feira (23), o deputado, que também é presidente da Comissão de Relações Exteriores, escreveu que o governo brasileiro declarou apoio a aliança norte-americana para um “5G seguro” e “sem espionagem da China”.

Essa primeira parte que abria uma sequência de seis mensagens foi deletada pelo deputado. À CNN, ele admitiu ter apagado o trecho inicial para “evitar distorções”. “Apaguei para não dar margem é associar uma opinião pessoal a uma posição do governo.” 

No trecho mantido nas redes sociais, o deputado afirma que o Brasil aderiu ao programa norte-americano para “proteger seus participantes de invasões e violações”.

Ainda à CNN, o deputado falou que a “China vai demonstrar mais respeito ao Brasil quando trocar o embaixador chinês no país”. A crítica é especialmente a um episódio em que o embaixador Yang Wanming republicou uma mensagem chamando a família do presidente Jair Bolsonaro de “grande veneno do Brasil”.

Fonte: CNN Brasil -   Caio Junqueira.