Cotidiano

Mais de 160 mil pessoas residentes no Amapá são oriundos do Pará





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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cedidos ao portal G1, 160 mil pessoas que moram no Amapá nasceram no estado “vizinho”, o Pará. Os paraenses representam 20,76% do migrantes no estado, já os maranhenses, 3,65%. A maioria da população é composta por amapaenses natos, com o equivalente de 72,73% dos habitantes.

Cleide Soares é paraense, natural do município de Porto de Moz, chegou ao Amapá em 1987 quando tinha 23 anos de idade. Primeiramente morou no município de Vitória do Jari, localizado no Sul do Amapá, onde permaneceu por 27 anos e, atualmente, reside na capital do estado, Macapá.

Perguntada sobre o motivo da migração, Cleide responde com um sentimento de gratidão. “Nós viemos para o estado por motivo de doença, o meu esposo adoeceu e quase morre. Os médicos o encaminharam de Almerim-Pará para Monte Dourado e aí ficamos em Vitória do Jari. Depois ele se recuperou e conseguimos nos estruturar no município, não voltamos mais para a nossa terra, ficamos aqui, gostamos do lugar. Pretendo morar aqui até quando Deus quiser (risos). No Pará, só para passear mesmo”, afirma.

O técnico analista do IBGE, Joel Lima, esclarece que o fluxo de migração no período em que Cleide Soares veio para o Amapá, ocorreu por diversos fatores. “A criação do estado, a criação da área de comércio, a atividade mineral, a questão da extração de ouro em Pedra Branca do Amapari, isso tudo junto foi um fator de atração”, destaca.

Ainda de acordo com o analista técnico do instituto, a expectativa é que haja uma queda no índice de migração para o estado do Amapá e esta situação está prevista para ocorrer em todos os estados do país. “No Amapá e no Brasil todo está ocorrendo uma redução naqueles grandes fluxos migratórios. Em são Paulo, gente que mora lá e é do nordeste, estão retornado para a suas regiões”, diz Joel.

Marta Braga, 48 anos, é cearense e mora há 15 anos no Amapá. Ela conta que veio para o estado por influência da cunhada, que já morava em território amapaense. “A minha mãe o meu esposo faleceu e aí a irmã do meu esposo nos convidou para passar um tempo aqui, daí acabamos ficando, não retornamos mais para o Ceará e nem pretendo (risos) só para passear mesmo”, disse Marta.

A acadêmica de Direito, Melissa Carvalho, é paraense e está há 11 meses no estado do Amapá. Entre as capitais Belém e Macapá, preferiu a cidade amapaense. A razão da escolha está diretamente ligada à comparação com a violência entre as capitais. “Entre Belém e Macapá, preferi Macapá, eu e minha família moramos em Belém e lá é bem mais violento. Minha mãe me indicou em vir estudar aqui em Macapá, a cidade é mais tranquila. Estou pensando em ficar aqui (risos) a única dificuldade é ficar longe da família”, disse.

Os dados referentes a migração de 2017 e de 2018, serão divulgados no final do ano.


Michelle Silva