Economia

Para conter alta de preços, governo decide zerar imposto de importação de soja e milho





Decisão, anunciada neste sábado (17), vale até janeiro, para a soja, e até março de 2021, para o milho. Desvalorização do real tem estimulado exportações e pressionado preços no país.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para soja e milho, informou neste sábado (17) o Ministério da Economia. 

Ambas as medidas visam conter a alta de preços no setor de alimentos, informou o governo. Em setembro, a inflação oficial do país foi de 0,64%, a maior para o mês desde 2003, resultado que foi impulsionado por alimentação e bebidas.

No começo de setembro, o governo já havia zerado, até o fim deste ano, a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado.

uxada pelo preço dos alimentos, inflação registra em setembro maior taxa de 2020 

No caso da soja, informou o governo, a redução da alíquota de importação para zero será válida até 15 de janeiro de 2021 e abrangerá grãos, farelo e óleo de soja. Até então, a alíquota de importação era de: 

  • 8% para grãos.
  • 6% para farelo.
  • 10% para óleo de soja;

Já o milho foi incluído na Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum, com redução de 8% para zero, válida até 31 de março de 2021. 

 

Dólar mais alto e estímulo às exportações

 

Nos supermercados, o óleo de soja subiu mais de 30% em setembro, quase o dobro do aumento do arroz, segundo a Associação Paulista de Supermercados. 

O Brasil é o maior exportador de soja do mundo e a desvalorização do real nos últimos meses, que torna os produtos brasileiros mais baratos, tem estimulado ainda mais as vendas externas. 

Países como China compram muito dos produtores nacionais e sobra menos para o nosso consumo interno. 

Além disso, o dólar mais alto - a moeda norte-americana já subiu mais de 30% neste ano - também aumenta a rentabilidade dos exportadores. 

No começo do mês passado, o presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer um "apelo" a donos de supermercados para conter a alta do preço do arroz.

Fonte: G1