Política

Bolsonaro contradiz Doria e afirma que vacina da covid não será obrigatória





Jair Bolsonaro reafirmou nesta sexta-feira (16) que a vacina contra a covid-19não será obrigatória. O presidente disse que os governos estaduais poderão, com anuência prévia do Ministério da Saúde, propor medidas legislativas visando o cumprimento das vacinações, mas que o governo federal não vê a necessidade de determinar vacinação compulsória e que não recomendará a ação por gestores locais.

  Mais cedo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a vacinação com a CoronaVac será obrigatória no Estado, exceto para aqueles que tenham restrição avalizada por um médico.

A terceira fase de testes da CoronaVac será concluída neste fim de semana. Doria disse que pretende se reunir na próxima semana com representantes da Anvisa e do Ministério da Saúde para apresentar os dados sobre a vacina e tentar disponibilizar doses para todos os brasileiros.

Politização

A pandemia fez ruir a união "BolsoDoria" criada durante as eleições de 2018. Desde o início da crise com a covid-19 no país os ex-aliados estão em lados opostos.

Na reunião ministerial de 22 de abril, o presidente mostrou insatisfação com a posição de Doria diante da pandemia e, também, com o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio(PSDB). "O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, entre outros, é exatamente isso. Aproveitaram o vírus, tá um bosta de um prefeito lá de Manaus agora, abrindo covas coletivas. Um bosta", disse.

Nesta sexta (16), João Doria voltou a atacar o que chamou de "politização" da doença por parte de Bolsonaro. "São Paulo entende que a vacina é do Brasil, um bem dos brasileiros. Será que, agora que tem a vacina, o governo federal vai negá-la aos brasileiros que precisam? No que depender do governo de São Paulo, não, mas vamos ao entendimento no dia 21, com o ministro e com a Anvisa, conscientes de que lá estão pessoas também conscientes e que terão visão republicana, científica e técnica nesse assunto e não vão politizar a vacina e nem fazer a guerra da vacina."

Prováveis adversários para as eleições presidenciais de 2022, Jair Bolsonaro e João Doria travam disputa também no pleito municipal. O governador paulista apoia a candidatura do atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), segundo na pesquisa atrás de Celso Russomanno (Republicanos), candidato do presidente.

João Doria e Jair Bolsonaro fazem parte das dezenas de autoridades que já foram infectadas com o novo coronavírus.

Fonte: Congresso enm foco