Política

“Para nós, Lava Jato não tem finalidade”, diz Bolsonaro





Jair Bolsonaro comentou nesta quinta-feira (8) sobre a repercussão da sua fala ao afirmar que "acabou com a Lava Jato". O presidente disse durante uma transmissão ao vivo que em seu governo "não há notícia de corrupção" e que, portanto, "para nós, a Lava Jato não tem finalidade".

Bolsonaro ponderou que para alguns órgãos, estados e municípios, a operação vai continuar."O covidão nem começou ainda", complementou.  Na quarta-feira (7) foi deflagrada 76ª fase da Operação Lava Jato, com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. Diferentes políticos e ex-integrantes da operação protestaram sobre a fala de Bolsonaro.

Ao lado do ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia e do presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, Bolsonaro rebateu novamente as críticas recebidas pela indicação de Kassio Marques Nunes para o Supremo Tribunal Federal."O nome ideal para ir para o Supremo era o meu. Por vezes esse candidato dos sonhos vai ter dificuldade de ser aprovado. Quem aprova é o Senado. [...] Quem não conhece o Kassio diz que ele é abortista. Acha que eu ia colocar um abortista lá?", indagou.

Bolsonaro disse que tem indicado nomes para universidades de partidos opositores, como PT, PCdoB e Psol, porque faz parte do processo de indicações. "Agora vamos lá, chega lista e dai você quer que eu faça o que? Vai chegar uma lista tríplice pro STJ e essa lista vai ser feita pela OAB. Qualquer nome que eu escolha vocês vão bater. Raciocina um pouquinho", disse.

O presidente também comentou sobre a indicação de Jorge Oliveira ao Tribunal de Contas da União. "Trabalhou comigo mais de 10 anos. Tem origem na Polícia Militar do Distrito Federal, é advogado conhecido em Brasília e teve ampla aceitação".

O presidente subiu o tom com um dos apoiadores que reclamou das indicações pelo Facebook. "É gente da direita burra, moleque, fedelho, que quando entrei no Exército e participei da luta armada no Vale do Ribeira, do lado das Forças Armadas, que fique claro, o pai de vocês não era nem nascido ainda. E o pessoal quer criticar com baixaria".

Durante vários momentos da live desta quinta-feira (8), o presidente usou palavrões e xingamentos. Ao se defender de críticas, o presidente bradou: "E dizem, ah, Bolsonaro é corrupto. Puta que o pariu, porra. Não fode, porra. Fala merda o tempo todo".

O presidente também voltou a fazer críticas ao médico Davi Uip, por não ter admitido o uso da cloroquina, medicamento sem comprovação de eficácia no tratamento da covid-19. "Áh, vá plantar cebola, porra. (sic) Tomou a cloroquina (sic) depois vazou a receita", disse.

Eletrobras

Bolsonaro disse ainda que gostaria que a votação do PL de capitalização da Eletrobras fosse mais célere. “Os poderes são independentes e harmônicos entre si. A gente gostaria que fosse mais célere, mas rápido. Mas dentro do Congresso, da Câmara e do Senado, temos múltiplos, os mais variados interesses”, disse.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que tem trabalhado junto com o Congresso para aprovar o projeto desde que o texto foi enviado ao Congresso, em novembro de 2019. “A privatização, ou capitalização da Eletrobras – que é melhor – é fundamental. A Eletrobras, como outras empresas estatais, perderam a capacidade de investimento”, disse o ministro. “Quando o Congresso julgar que é momento de apreciar o projeto de lei, nós acreditamos que ele já vai estar maduro”, finalizou.

Relações 

Após formalizar apoio a Celso Russomano para a prefeitura de São Paulo, Bolsonaro disse que está apoiando também diferentes candidatos em Santos, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza e Manaus.

Sem dar detalhes, o presidente disse ainda que na semana que vem pode "ter uma boa noticia sobre jogos eletrônicos". "A garotada começou a reclamar dos preços de jogos eletrônicos, e passamos para 40%. Já conversei com Guedes e agora vai passar para 30% os impostos", disse.

O presidente também afirmou que busca junto a Ernesto Araújo uma saída para o imbróglio do brasileiro Robson Oliveira, preso na Rússia por entrar no país com medicamentos proibidos, a pedido do jogador de futebol Fernandinho. Bolsonaro disse que recebeu o apelo das redes sociais e do atleta do Palmeiras, Felipe Melo, e que o chanceler já tomou providências sobre o caso. "Estamos vendo que medidas podemos tomar e se necessário vamos buscar solução com o presidente Putin. No nosso entendimento houve uma falha do Robson, mas não houve má fé".

O presidente está na Ilha de Marajó para a inauguração de uma série de programas do governo em parceria com a Caixa Econômica e os ministérios de Minas e Energia, e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Fonte: Congresso em foco