Cultura

Papa em Jacarta: encontro com órfãos, idosos, pobres e refugiados





Na chegada a Jacarta, capital da Indonésia, o Papa Francisco visitou a Nunciatura Apostólica, onde se encontrou com 40 pessoas, incluindo órfãos, idosos, pobres e refugiados. O grupo, assistido por religiosas dominicanas, pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados e pela Comunidade de Santo Egídio, foi recebido pelo Pontífice. Entre eles, havia uma família de refugiados do Sri Lanka e um refugiado Rohingya. Este encontro foi o único compromisso do Papa no primeiro dia da viagem, dedicado ao descanso.

A visita de Francisco à Indonésia começou com uma demonstração de solidariedade para com os marginalizados, como os órfãos, os pobres e os refugiados, que ele frequentemente menciona ao criticar a “cultura do descarte”. A Nunciatura Apostólica, localizada no centro de Jacarta, serviu como o cenário para o encontro, que destacou a preocupação do Papa com aqueles que vivem à margem da sociedade. Eram 40 no total, acompanhados por aqueles que os assistem diariamente e buscam suprir suas carências e satisfazer suas necessidades: as religiosas dominicanas, o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Comunidade de Santo Egídio.

Um "povo variado" na Nunciatura

Ativa no país asiático desde 1991 por iniciativa de alguns jovens leigos da diocese de Padang e agora presente em onze cidades, a Comunidade de Santo Egídio acompanhou 20 convidados à Nunciatura: “Um povo variado”, explicam à Rádio Vaticano-Vatican News representantes da Santo Egídio presentes no encontro, “pobres que vivem nas ruas, que recolhem o lixo e o reciclam. Não são os sem-teto como os vemos na Europa, mas famílias inteiras que não têm casa e vivem entre os resíduos”.

Aqui em Jacarta, eles são chamados na língua local de “homens dos carrinhos”, pois nesses veículos de madeira carregam o lixo recolhido nos lixões e, muitas vezes, o próprio carrinho é a única “casa” que possuem, onde vivem, comem e dormem. A Comunidade leva comida e roupas para eles, como faz em todas as cidades do mundo. Algumas dessas pessoas puderam apertar a mão do Papa, que percorreu todas as cadeiras, cumprimentando cada um dos presentes e ouvindo brevemente suas histórias.

Refugiados e sobreviventes de naufrágios

Entre eles, sempre acompanhados pela Santo Egídio e por Erlip Vitarsa, primeiro diácono permanente da arquidiocese de Jacarta, também havia idosos de instituições, pobres que vivem ou trabalham nos lixões e frequentam a cantina da Comunidade, além de refugiados da Somália e uma família de refugiados do Sri Lanka, que fugiram das perseguições contra os tâmeis. Eles partiram há meses em um barco rumo à Austrália, mas a embarcação virou no mar. Sobreviveram milagrosamente, voltaram para a Indonésia e, como muitos, estão aguardando para se reunir com parentes na Austrália ou no Canadá. “Vivem em um limbo, em um país que não os rejeita, mas que não possui a legislação adequada e os meios para lhes dar assistência”.

Papa Francisco ouviu a história deles e os abençoou, assim como fez com um refugiado de Mianmar, um dos muitos rohingyas que sofrem as brutalidades tantas vezes denunciadas pelo Papa, o único a dar voz no debate público a essa minoria.

O carinho do Papa pelas crianças

O afeto especial de Francisco pelas crianças ficou evidente no encontro tanto aos órfãos acolhidos em vilarejos e periferias urbanas, alimentados e educados pelas dominicanas, quanto às crianças das Escolas da Paz (18 em todo o arquipélago, que reúnem mais de 3 mil crianças). Estes últimos presentearam o Papa com o desenho de “o mundo que eu gostaria”, o globo sustentado por dois braços compostos por todas as bandeiras, unidas e próximas em sinal de fraternidade.

O Papa passou boa parte do tempo conversando com as crianças, distribuindo abraços e bênçãos. Por fim, parou para conversar em particular com uma mulher do Afeganistão, e emocionado por começar sua viagem mais longa com um encontro tão significativo, abençoou todos os presentes.

 
- Proximidade do Papa ao cardeal Parolin pela morte de sua mãe Ada

Em um telegrama, Francisco expressa sua participação espiritual no luto que atingiu a família do secretário de Estado, originário de Schiavon, na região do Vêneto, norte da Itália, assegurando sua proximidade “neste momento particular de sofrimento humano”. As exéquias foram celebradas na manhã desta terça-feira (03/09) em Schiavon pelo purpurado

O Papa Francisco, em um telegrama ao cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, divulgado esta terça-feira (03/09), “informado da morte de sua querida mãe, Sra. Ada”, no sábado, 31 de agosto, participa espiritualmente “do luto que atingiu sua família”, assegurando sua proximidade “neste momento particular de sofrimento humano”. E ao tempo em que confio “a amada parente à misericórdia do Pai doador da vida”, escreve o Papa, “elevo a minha oração ao Senhor para que a receba na alegria eterna, e para todos vós, familiares, que choram a sua morte, invoco a consolação na fé em Cristo ressuscitado e envio de coração a minha bênção paterna”.

As exéquias de Ada Miotti Parolin, que faleceu serenamente aos 96 anos de idade, celebradas pelo cardeal, foram realizadas na manhã desta terça-feira, 3 de setembro, às 9h30 locais, na Igreja paroquial de Schiavon, na província e Diocese de Vicenza, região italiana do Vênto. “Obrigado, mamãe, em seu colo aprendemos a conhecer o Evangelho”, disse Parolin em sua homilia, com a voz embargada pela emoção, enfatizando que ”hoje, na mamãe, a fé na ressurreição na qual acreditamos foi realizada. Ela, que agora nos vê aqui, ficaria feliz e grata por essa vossa grande participação”. Após as exéquias, os restos mortais são enterrados no cemitério de Schiavon. Na segunda-feira, 2 de setembro, às 19h30 locais, foi realizada uma vigília de oração na Igreja de Schiavon.

Fonte: Vatican News