Cultura

O Papa: fraternidade e amizade social que não se limitem às palavras





Ao destacar cinco características das Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos, o Papa convidou todos “a cultivar um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limitem às palavras”. O encontro se realizou na manhã deste sábado (01/06) no Vaticano

Na manhã deste sábado, 1° de junho, o Papa Francisco recebeu as Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos (ACLI) por ocasião do 80° aniversário de fundação. Na saudação inicial recordou que esse aniversário é uma boa oportunidade para rever a sua história, com suas alegrias e momentos difíceis, e para expressar gratidão. Recordando que as Associações são um lugar onde é possível conhecer os “santos da porta ao lado”, que não aparecem nas primeiras páginas dos jornais, mas que, às vezes, realmente mudam as coisas para melhor!

Presença na sociedade

Francisco prosseguiu afirmando que essa história é um patrimônio do qual pode-se extrair energia vital para olhar para frente com esperança e determinação. “Nela, encontramos os valores que inspiraram seus fundadores e gerações de aclistas que ao longo dos anos marcaram uma presença importante na sociedade”. Em seguida disse que iria destacar cinco características desse estilo, fundamentais para o caminho dos presentes.

Estilo popular

Sobre a primeira característica, o estilo popular, enfatizou que “não se trata apenas de estar perto das pessoas, mas de ser e se sentir parte do povo”. “A verdadeira essência das pessoas está na solidariedade e no sentido de pertença. Explicando em seguida:

“No contexto de uma sociedade que é fragmentada e de uma cultura individualista temos uma grande necessidade de lugares onde as pessoas possam experimentar esse sentido criativo e dinâmico de pertença, que ajuda a passar do 'eu' para o 'nós', a desenvolver projetos para o bem comum em conjunto e a encontrar formas e meios de realizá-los”

Associações multiformes e inquietas

No que se refere à segunda característica, o estilo sinodal, Francisco recordou: “Trabalhar em conjunto e colaborar para o bem comum é fundamental”. E que este estilo “é testemunhado pela presença de pessoas que pertencem a diferentes horizontes culturais, sociais, políticos e até mesmo eclesiais".

“Vocês são um conjunto de associações ‘multiformes e inquietas’. Isso é bonito: a variedade e a inquietação - em sentido positivo - que ajudam a caminhar juntos e também a se misturar com outras forças da sociedade, criando redes e promovendo projetos compartilhados”

Democracia nos fatos, não apenas nas palavras

Refletindo sobre o estilo democrático o Papa recordou que a sociedade democrática é aquela “onde há realmente lugar para todos, na realidade e não apenas nas declarações e no papel”. Por isso, continuou, “é importante, apoiar os que correm o risco de marginalização”, desde os jovens, as mulheres, os trabalhadores e migrantes mais frágeis. Todos esses encontram nas ACLI “alguém capaz de ajudá-los a obter o respeito por seus direitos”; citando também os idosos e aposentados, que muito facilmente se veem “descartados” pela sociedade.

Que as ACLI sejam a voz de uma cultura de paz

Falando sobre o estilo pacífico, ou seja, como construtores da paz o Papa disse:

“Que as ACLI sejam a voz de uma cultura de paz, um espaço para afirmar que a guerra nunca é ‘inevitável’, enquanto a paz é sempre possível; e que isso é verdade tanto nas relações entre os Estados quanto na vida das famílias, comunidades e locais de trabalho”

Recordando ainda aos presentes: “Interceder pela paz é algo que vai muito além de um mero compromisso político, pois requer que se coloque em risco e corra riscos”. Concluindo em seguida “o nosso mundo é marcado por conflitos e divisões, e seu testemunho como construtores da paz, como intercessores pela paz, é mais necessário e valioso do que nunca”.

Estilo cristão: síntese e raiz dos outros aspectos

“Por fim, um estilo cristão”, disse Francisco, “menciono isso por último, não como um apêndice, mas porque é a síntese e a raiz dos outros aspectos”. “Assumir um estilo cristão” afirmou, “significa crescer na familiaridade com o Senhor e no espírito do Evangelho, para que ele permeie tudo o que fazemos e nossa ação tenha o estilo de Cristo e o torne presente no mundo”.

Concluindo o Papa convidou “a cultivar ‘um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite às palavras’. É o sonho de São Francisco de Assis e de tantos outros santos, de tantos cristãos, de tantos fiéis de todas as religiões: irmãos e irmãs que esse seja também o seu sonho!”.

 

 

- Papa voltará ao local que testemunhou encontro pela paz com Peres e Abbas

Há exatos dez anos, em sinal de paz para o Oriente Médio, o Pontífice rezou e plantou uma oliveira nos Jardins Vaticanos ao lado dos presidentes israelenses e palestino e na presença do Patriarca Bartolomeu I. Para recordar o histórico evento, Francisco retorna ao mesmo local para realizar um novo gesto simbólico pela paz, em meio à guerra entre Israelitas e Palestinianos

Mesmo lugar, mesma data, porém em um cenário totalmente devastado e devastador, se comparado com dez anos atrás. No próximo dia 8 de junho, um sábado, às 9h30 (horário italiano), o Papa Francisco irá aos Jardins Vaticanos para recordar aquele que muitos consideram como um dos gestos de paz mais significativos do seu pontificado. Tratou-se do encontro com o falecido presidente de Israel, Shimon Peres, e Mahmoud Abbas, presidente do Estado da Palestina, para invocar conjuntamente a paz para o Médio Oriente. Também estiveram presentes o Patriarca Bartolomeu I e uma representação de cristãos, judeus e muçulmanos da Terra Santa (visitada pouco antes pelo Pontífice) que acompanharam os momentos de oração inter-religiosa e também a cerimônia de plantio de uma oliveira.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, confirmou a realização desta recordação - neste momento difícil e preocupante em função da guerra entre isaraelenses e palestinos - precisamente no espaço onde foi plantada a oliveira, não muito distante da sede da Pontifícia Academia de Ciências.

A coragem de fazer a paz 

Um momento que revela a profética atualidade das palavras pronunciadas por Francisco há dez anos: "Para fazer a paz é preciso coragem (...). Sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos e não às provocações".

Precisamente a palavra “coragem” foi aquela pronunciada com maior frequência no seu discurso perante os dois líderes israelense e palestino, juntamente com os quais o Sucessor de Pedro dirigiu um apelo a Deus: "Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: «nunca mais a guerra»".

Seguiu-se a troca de abraços entre o Papa e Peres, que afirmou que "a paz requer sacrifícios e compromissos" e Abu Mazen, que apelou vigorosamente à "liberdade para o Estado da Palestina".

As orações de judeus, cristãos e muçulmanos 

O encontro, fortemente desejado pelo Papa Francisco, realizou-se em três etapas, cada um dedicado à oração de uma das três comunidades religiosas, nesta ordem cronológica: judaica, recitada por um rabino; cristã, com o então Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal, que leu as palavras de São João Paulo II; muçulmana, com uma invocação a Alá em árabe. Seguiram-se apertos de mão, gestos de paz, os discursos do Papa, de Bartolomeu, dos dois presidentes, recebidos por Jorge Mario Bergoglio na Santa Marta antes do evento público.

Invocação pela paz 

Tantas esperanças foram acesas naquele dia, extintas poucas semanas depois com a explosão de um novo conflito, com ataques e explosões, que entre outras coisas causaram 100 mil deslocados. Depois, em 2015, houve o temor de uma nova Intifada devido a outra série de confrontos, que se intensificaram devido ao fracasso de novas conversações de paz e causaram mais vítimas. E assim ao longo dos anos, com momentos alternados de tensão e de trégua, até 7 de outubro de 2023, dia em que o abismo se reabriu, diante do qual se torna urgente uma oração coral para que a paz regresse à terra de Jesus.

 

-Papa envia telegrama de pesar pela morte do cardeal Kelvin Edward Felix

Francisco expressa condolências pela morte do cardeal Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries, Antilhas. O Pontífice destaca o dedicado ministério exercido pelo cardeal e suas contribuições para a Igreja no Caribe, "especialmente seus esforços em promover a educação dos jovens".

Neste sábado, 1º de junho, Francisco enviou um telegrama de pesar a dom Gabriel Malzaire, arcebispo de Castries (Antilhas), ao tomar conhecimento da morte do cardeal Kelvin Edward Felix, 91 anos, arcebispo emérito da mesma arquidiocese. No texto, o Papa expressa condolências e orações ao clero, aos religiosos e aos fiéis leigos da igreja local.

O Pontífice recorda com profunda gratidão os muitos anos de dedicado ministério episcopal do cardeal Felix em Santa Lúcia, "especialmente seus esforços em promover a educação dos jovens e sua contribuição para a Igreja em todo o Caribe".

O Papa Francisco se une de bom grado aos presentes na missa de sepultamento e a todos que lamentam a partida do cardeal, elevando suas preces para que sua alma seja acolhida no amor e na misericórdia do Pai Celestial. Por fim, como sinal de consolação e paz no Senhor ressuscitado, o Santo Padre concede sua bênção a todos os afetados por esta perda.

 

- Papa recebe em audiência a Presidente da Eslováquia

Zuzana Caputová, foi recebida pelo Papa Francisco na manhã deste sábado (01/06) no Vaticano. A presidente da Eslováquia chegou ao Vaticano acompanhada por três mães que perderam suas filhas em um acidente de carro a caminho de um encontro diocesano

Na manhã deste sábado (01/09) o Papa Francisco recebeu em audiência a Sra. Zuzana Caputová, Presidente da República da Eslováquia. Após o encontro com o Papa, a Presidente se reuniu com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado acompanhado por mons. Miroslaw Wachowski, subsecretário para as Relações com os Estados.

A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputová, chegou ao Vaticano para a audiência com o Papa, acompanhada por três mães que perderam suas filhas em um acidente de carro a caminho de um encontro diocesano. A presidente então presenteou o pontífice com três rosas de ferro, em memória das três meninas. O encontro durou cerca de 25 minutos. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé entre o Papa Francisco e a presidente da Eslováquia existe uma “relação de estima mútua”.

No encontro da Presidente na Secretaria de Estado falou-se sobre as perspectivas do país à luz do triste evento da tentativa de assassinato do Primeiro-Ministro, da próxima mudança de presidência e da aproximação das eleições europeias, expressando a esperança de que a concórdia e a paz no país sejam fortalecidas. Na continuação da conversa, foi dada atenção especial à guerra na Ucrânia.

Fonte: Vatican News