Cultura

O Papa nunca teve a intenção de ofender:





O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, informa que Francisco “está a par” dos artigos sobre a conversa, a portas fechadas, com os bispos da CEI e afirma: “nunca pretendeu ofender ou expressar-se em termos homofóbicos, e se desculpa com quem se sentiu ofendido”.

“O Papa nunca pretendeu ofender ou expressar-se em termos homofóbicos, e se desculpa com quem se sentiu ofendido pelo uso de um termo, referido por outros”.

É o que afirma em uma comunicação aos jornalistas o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, após os artigos publicados nas últimas horas que atribuem ao Pontífice o uso de uma palavra sobre a questão da entrada no seminário de pessoas homossexuais. Trata-se de uma passagem do diálogo a portas fechadas que o Pontífice manteve no dia 20 de maio com os bispos da Conferência Episcopal Italiana na Sala Paulo VI, noticiado pela mídia italiana.

Papa Francisco está a par dos artigos publicados recentemente acerca de uma conversação, a portas fechadas, com os bispos da Conferência Episcopal Italiana, lê-se na nota de Bruni – além do esclarecimento e do pedido de desculpas – são recordadas as palavras tantas vezes afirmadas pelo Papa: “na Igreja há lugar para todos, para todos! Ninguém é inútil, ninguém é supérfluo, há espaço para todos. Assim como somos, todos”.

 

- A oração do Papa: "Quem acolhe a um migrante, acolhe a Cristo"

Na vídeo-mensagem com as intenções de oração para o mês de junho, o Santo Padre convida a rezar por aqueles que fogem de guerras ou da fome, "para que encontrem acolhida e novas oportunidades de vida".

“Rezemos para que os migrantes que fogem das guerras ou da fome, obrigados a viagens repletas de perigos e violência, encontrem aceitação e novas oportunidades de vida.”

Nas intenções de oração para o mês de junho, Francisco reza pelos que fogem de seu país. Através da mensagem em vídeo, confiada à Rede Mundial de Oração do Papa, o Pontífice recorda o "drama que vivem as pessoas forçadas a abandonar sua terra, fugindo de guerras ou da pobreza, se une tantas vezes o sentimento de desenraizamento, de não saber aonde se pertence".

Muros na terra, muros no coração

Na sociedade atual, inclusive nas nações que se dizem cristãs, este parece ser um princípio esquecido: de fato hoje, denuncia o Papa Francisco, "em alguns países onde chegam, os migrantes são vistos com alarme, com medo", e isto leva ao "fantasma dos muros: muros na terra, que separam as famílias e muros no coração", e adverte:

"Nós cristãos não podemos partilhar esta mentalidade. Quem acolhe a um migrante, acolhe a Cristo."

Francisco recorda a necessidade de"promover uma cultura social e política que proteja os direitos e a dignidade do migrante, que os promova em suas possibilidades de desenvolvimento, e que os integre: "a um migrante temos que o acompanhar, promover e integrar".

Dia Internacional do Refugiado

Nos últimos anos, o número de desalojados superou o da Segunda Guerra Mundial. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCF), durante o ano de 2023 mais de 110 milhões de pessoas foram deslocadas à força em todo o mundo. Neste contexto, o vídeo, lançado no mesmo mês em que a ONU comemora o Dia Internacional do Refugiado, em 20 de junho, deseja renovar o pedido do Papa, que o preocupa desde o início do seu pontificado, para que a humanidade não fique indiferente diante da crise migratória.

Também em consonância com a intenção de oração, desde 1914, a cada ano a Igreja convida a rezar pelos migrantes no marco da Jornada Mundial do Migrante e Refugiado. “Deus caminha com seu Povo” é o lema escolhido para a edição de 2024, que se realizará no próximo dia 29 de setembro. 

Nações com responsabilidades fraterna

O padre Frédéric Fornos, S.J., diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, ao refletir sobre o drama dos migrantes, afirma: “É importante recordar que não são apenas números nem estatísticas, são pessoas. Nossas histórias pessoais e coletivas estão marcadas pela migração. Ao invés de tratar os migrantes como um peso ou um problema, devemos encontrar soluções baseadas na compaixão e no respeito à dignidade humana. Este olhar nasce do Evangelho e da oração e o Magistério da Igreja nos recorda sempre”.

O padre Fornos lembra ainda a reflexão do Papa Francisco na Fratelli Tutti: “A verdadeira qualidade dos distintos países do mundo se mede por esta capacidade de pensar não somente como país, mas como família humana, e isto é provado especialmente em épocas críticas. [...] Somente uma cultura social e política que integre a acolhida gratuita poderá ter futuro”.

 

- Vaticano: que o turismo seja um sinal concreto para a construção da paz

“O interesse que move milhões de turistas pode ser facilmente combinado com o compromisso de fraternidade, de modo a construir uma rede de ‘mensageiros da paz’ que falam ao mundo inteiro para invocar o fim de toda guerra.” É o que afirma a Mensagem do Dicastério para a Evangelização para o 45º Dia Mundial do Turismo, proclamado pela ONU e que será celebrado em 27 de setembro próximo. O texto destaca a importância do turismo religioso e a grande oportunidade de encontro oferecida pelo Jubileu 

O Dicastério para a Evangelização, Seção sobre Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo, divulgou, nesta terça-feira (28/05), uma mensagem para o 45° Dia Mundial do Turismo intitulada "Turismo e paz".

Com este binômio, a Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas celebrará o Dia Mundial do Turismo, em 27 de setembro próximo. "Num período tão conturbado como o nosso, não poderíamos pensar numa escolha melhor para oferecer a quem viaja um momento de reflexão e compromisso pessoal. O intercâmbio cultural entre os povos, que encontra no turismo a sua forma privilegiada, pode também transformar-se num compromisso concreto pela paz", ressalta a mensagem do Dicastério para a Evangelização, assinada pelo pró-prefeito do organismo, dom Rino Fisichella.

Onde há focos de guerra, o turismo sofre

"Onde há focos de guerra, é evidente que o turismo sofre, pois falta toda forma de segurança necessária. A falta de turistas, entretanto, cria uma expressão adicional de pobreza entre a população, que vê desaparecer uma forma de sustento necessária para viver com a devida dignidade. A guerra traz consigo uma série de consequências das quais as pessoas geralmente não estão totalmente cientes, mas que afetam diretamente a vida das pessoas. Onde há violência de guerra, todos são afetados, ninguém é excluído", ressalta a mensagem do dicastério.

História, cultura e compromisso com a fraternidade

O Dicastério, que se ocupa do turismo religioso, se sente interpelado pelo atual contexto mundial e deseja contribuir para que a mensagem de paz chegue aos que trabalham no setor turístico. Lembra com gratidão o compromisso de tantos sacerdotes e leigos “que dedicam suas vidas para tornar o turismo e as peregrinações ativos e fecundos”, convidando-os “a se abrirem a novos caminhos” quando necessário por razões de segurança.  “O interesse que move milhões de turistas”, observa o texto, “pode facilmente ser combinado com o compromisso de fraternidade, de modo a constituir uma rede de ‘mensageiros da paz’ que falam ao mundo inteiro para invocar o fim de toda guerra e a reabertura de territórios cheios de história, cultura e fé”. O turismo, enfatiza-se ainda, “pode favorecer a recuperação das relações interpessoais pelas quais todos nós sentimos uma profunda saudade. Trata-se de recuperar e promover, além da tecnologia, essa “cultura do encontro”, tão “fortemente apoiada pelo Papa Francisco”.

Em sua bagagem, esteja a abertura para o mundo e para os outros

O encontro entre pessoas é uma ocasião de diálogo, conhecimento recíproco e uma fonte de respeito, e o turismo religioso deve colocar tudo isso no centro. “Que nunca falte”, afirma a mensagem, “o apelo e a oração pela paz no mundo e, ao mesmo tempo, pela paz nas relações interpessoais”. Lembrando que “ser construtores de paz não só é possível, mas é exigido daqueles que empreendem uma viagem”, a abertura ao mundo e à pessoa que se vai encontrar é, para o Dicastério, “um verdadeiro programa a ser incluído na bagagem quando se parte para desfrutar de um merecido descanso ou para encontrar momentos de repouso nos quais contemplar a beleza da criação”.

Peregrinos em Roma para o Jubileu de 2025

A Mensagem recorda que o Jubileu 2025, que terá início em 24 de dezembro próximo, chamará milhões de peregrinos a Roma “para viverem a experiência da indulgência jubilar”, impelidos pelo sentimento de esperança que habita no coração de todos. “O turismo caracterizado por esta esperança – sublinha o texto – pode tornar-se também um sinal concreto e tangível para a construção da paz”. A este respeito são citadas algumas palavras significativas do Papa Francisco: “Será demasiado sonhar que as armas se calarão e deixarão de causar destruição e morte?” O Jubileu nos lembra que aqueles que se tornam “agentes de paz serão chamados filhos de Deus”. A necessidade de paz interpela a todos e torna necessária a realização de projetos concretos”. Este, portanto, é o convite dirigido no próximo Dia Mundial do Turismo a todos os que trabalham neste campo e aos que viajam “com sentimentos e um desejo de serenidade e concórdia”.

Fonte: Vatican News