Cultura

Papa reconhece milagre atribuído à intercessão do Beato Carlo Acutis





O Sumo Pontífice também aprovou os votos favoráveis ​​da Sessão Ordinária dos padres cardeais e bispos para a canonização dos Beatos Emanuele Ruiz e 7 Companheiros, da Ordem dos Frades Menores, e de Francisco, Abdel Mooti e Raffaele Massabki, fiéis leigos, assassinados por ódio à Fé em Damasco (Síria) entre 9 e 10 de julho de 1860, e decidiu convocar um Consistório, que tratará também da canonização dos Beatos José Allamano, Marie-Léonie Paradis, Elena Guerra e Carlo Acutis.

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira, 23 de maio, o prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, Card. Marcello Semeraro. O Pontífice autorizou a publicação de alguns decretos, entre quais consta o reconhecimento do milagre atribuído à intercessão do Beato Carlo Acutis.

Fiel leigo, Carlo nasceu em 3 de maio de 1991 em Londres (Inglaterra) e morreu em 12 de outubro de 2006 em Monza (Itália).

A sua festa, portanto, é celebrada no mesmo dia de Nossa Senhora Aparecida. Aliás, são muitos os fatos na vida de Carlo que o ligam ao Brasil, a começar pelo milagre com o qual foi beatificado, verificado em Campo Grande (MS). 

Desde cedo, Carlo demonstrou uma grande habilidade para a informática, dom que utilizou no serviço aos outros e na divulgação de conteúdos de formação cristã, como a exposição sobre os milagres eucarísticos. 

Em setembro de 2006, surgiram os primeiros sinais de doença e, após o diagnóstico, uma leucemia fulminante. Com total confiança, entregou a Deus o pouco tempo de vida que lhe restava. Faleceu no dia 12 de outubro de 2006 e foi beatificado no dia 10 de outubro de 2020. 

Ao recordar este evento, um dia depois, no Angelus dominical, o Papa Francisco afirmou:

Carlo Acutis "não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis. O seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-O nos irmãos, especialmente nos últimos. Um aplauso ao novo jovem beato da geração atual!".

O beato foi um dos patronos da JMJ de Lisboa e os seus restos mortais repousam na cidade italiana de Assis.

Reconhecimento de outros milagres, martírio e virtudes heroicas

O Santo Padre também autorizou o Dicastério das Causas dos Santos a promulgar os decretos relativos:

- ao milagre atribuído à intercessão do Beato José Allamano, sacerdote fundador do Instituto das Missões da Consolata; nascido em Castelnuovo Don Bosco (Itália) em 21 de janeiro de 1851 e falecido em Turim (Itália) em 16 de fevereiro de 1926;

- ao milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus Giovanni Merlini, sacerdote e moderador geral da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue; nascido em Spoleto (Itália) em 28 de agosto de 1795 e falecido em Roma (Itália) em 12 de janeiro de 1873;

- ao martírio do Servo de Deus Estanislau Kostka Streich, sacerdote diocesano; nascido em 27 de agosto de 1902 em Bydgoszcz (Polônia) e assassinado por ódio à fé em 27 de fevereiro de 1938 em Luboń (Polônia);

- ao martírio da Serva de Deus Maria Maddalena Bódi, fiel leiga; nascida em 8 de agosto de 1921 em Szgliget (Hungria) e assassinada por ódio à fé em 23 de março de 1945 em Litér (Hungria);

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Guglielmo Gattiani (nome de batismo Oscar), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 11 de novembro de 1914 em Badi, em povoado do município de Castel di Casio (Bolonha) e falecido em Faenza (Itália) em 15 de dezembro de 1999;

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Ismaele Molinero Novillo, conhecido como Ismael de Tomelloso, fiel leigo; nascido em 1 de maio de 1917 em Tomelloso (Espanha) e falecido em Saragoça (Espanha) em 5 de maio de 1938;

- as virtudes heróicas do Servo de Deus Enrico Medi, Fiel Leigo; nascido em 26 de abril de 1911 em Porto Recanati (Itália) e falecido em Roma (Itália) em 26 de maio de 1974.

Além disso, o Sumo Pontífice aprovou os votos favoráveis ​​da Sessão Ordinária dos padres cardeais e bispos para a canonização dos Beatos Emanuele Ruiz e 7 Companheiros, da Ordem dos Frades Menores, e de Francisco, Abdel Mooti e Raffaele Massabki, fiéis leigos, assassinados por ódio à Fé em Damasco (Síria) entre 9 e 10 de julho de 1860, e decidiu convocar um Consistório, que tratará também da canonização dos Beatos Giuseppe Allamano, Marie-Léonie Paradis, Elena Guerra e Carlo Acutis.

 

- Milagre na Amazônia leva à canonização do Beato José Allamano

 

O Papa Francisco aprovou na manhã desta quinta-feira, 23 de maio, o decreto que leva à canonização do Bem-Aventurado José Allamano, a quem se atribui o milagre da cura do indígena Sorino Yanomami, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

 

Na manhã desta quarta-feira, 23 de maio, o Papa Francisco recebeu o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para a Causa dos Santos, e autorizou a publicação do decreto que leva a canonização do bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários e missionárias da Consolata.

 

Na audiência também foram aprovados os decretos de canonização do jovem Carlos Acutis e de um grupo de franciscanos martirizados na Síria, de beatificação de um missionário do Precioso Sangue e dois mártires da Polônia e Hungria. No mesmo ato foram reconhecidas as virtudes heróicas de três servos de Deus da Itália e Espanha.

 

Milagre

 

Os missionários da Consolata chegaram à Amazônia em 1948, justamente em Roraima, na região norte do Brasil que faz fronteiras com Venezuela e Guiana. Desde o princípio estiveram dedicados ao acompanhamento das comunidades desse território e fazendo paulatinamento uma opção preferencial pelos povos indígenas das atuais Terras Indígenas Raposa-Serra do Sol e Yanomami. Foi justamente na Terra Indígena Yanomami, a partir da missão na região Catrimani, onde os missionários e missionárias da Consolata tem uma presença efetiva e significativa desde 1965, onde vive o indígena Sorino Yanomami, que foi curado milagrosamente.

 

No dia 7 de fevereiro de 1996, no primeiro dia da novena ao Bem-Aventurado José Allamano, o indígena Sorino, com 40 anos de idade, foi atacado por uma onça no interior da floresta, colocando em risco sua vista, pois teve parte do cérebro exposto e sendo declarado com poucas chances de sobreviver. Realizando o atendimento inicial à sua saúde na missão Catrimani, tendo que esperar oito horas até que foi transladado em avião ao hospital de Boa Vista, onde foi operado e ingressou a cuidados intensivos. Neste caminho, invocando ao bem-aventurado José Allamano e realizando a novena colocam uma relíquia dele junto à cama de Sorino e ao lado da sua esposa, um grupo de missionárias e missionários o acompanhou nesse caminho. Assim que, contrariando a muitos diagnósticos médicos, Sorino despertou dez dias depois da operação sem problemas neurológicos. No dia 4 de março saiu do hospital e no dia 8 de maio regressou completamente curando ao Catrimani, retomando sua vida normalmente na Terra Indígena Yanomami.

 

A pedido dos missionários e das missionárias da Consolata, o bispo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, no dia 29 de julho de 2020 nomeou os membros do Tribunal Diocesano para a Causa dos Santos local que estiveram reunidos em Boa Vista de 7 a 15 de março de 2021 estudando a veracidade da cura milagrosa de Sorino Yanomami atribuida a intercessão do Bem-Aventurado José Allamano, e enviando posteriormente as conclusões e relatórios ao Dicastério da Causa dos Santos, no Vaticano.

 

Segundo o padre Luiz Carlos Emer, superior regional dos missionários no Brasil naquele tempo, "a graça recebida pelo indígena Sorino Yanomami, membro de um povo originário de nossa terra brasileira, é muito simbólica e carregada de esperanças para os missionários e para as missionárias da Consolata, que sempre levaram o povo Yanomami no coração e no centro de suas prioridades pastorais e teriam, graças a este milagre concedido a um de seus filhos prediletos, a consolação de ver finalmente seu fundador elevado aos altares. Por isso, convidamos todos a unirem-se em oração à Família Consolata para pedir que esta graça possa ser confirmada e reconhecida pela Igreja".

 

José Allamano

 

O padre José Allamano nasceu no dia 21 de janeiro de 1851, em Castelnuovo d’Asti (hoje Castelnuovo Don Bosco), norte da Itália. Educado solidamente nas virtudes humanas e cristãs pela mãe, irmã de São José Cafasso, e pelo próprio Dom Bosco, de quem foi aluno por quatro anos, respondeu à vocação sacerdotal com firmeza e decisão.

 

Ordenado presbítero em 20 de setembro de 1873, foi por sete anos formador e diretor espi­ritual no seminário maior da diocese de Turim. Em 1880 foi nomeado Reitor do Santuário da Consolata, ofício que desem­penhou por 46 anos até a morte. Ali desenvolveu o ministé­rio sacerdotal em todas as dimensões: restaurou completamente e ampliou o santuário, transformando-o num centro vital de devoção mariana e de iniciativas apostólicas. Reabriu e dirigiu o Instituto de Pas­toral (Convitto Ecclesiastico) para os jovens sacerdotes. Empe­nhou-se carinhosamente na formação espiritual, intelectual e pastoral deles. Empreendeu a Causa de Canonização do seu tio José Cafasso. Restituiu grande vigor à casa de retiros espirituais da diocese no santuário de Santo Inácio, em Lanzo. Foi procurado para direção espiritual, confissão e conselho por inumeráveis pes­soas de toda categoria social. Promoveu associações católicas para a formação cristã, deu grande apoio ao trabalho dos leigos empenhados no campo social, editorial e educativo.

 

Para enriquecer a  Igreja com a nota essencial da missionariedade, em 1901 fundou o Instituto dos Missionários e em 1910 o das Missionárias da Consolata, para a missão na África. A eles, embora continuasse seus numerosos empenhos diocesanos, dedicou os principais cuidados, formando-os àquele espírito que ele sabia ter recebido de Deus.

 

Morreu santamente no dia 16 de fevereiro de 1926, em Turim, junto ao Santuário da Consolata. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, a 7 de outubro de 1990. A festa litúrgica do Bem-Aventurado José Allamano celebra-se no dia 16 de fevereiro. Com o atual milagre atribuído a sua intercessão neste dia 23 de maio, o papa Francisco informa que em breve convocará o Consistório para a cerimônia de canonização.

 

 

Confira outras notícias

Francisco anima a redescobrir a dimensão lúdica da vida

 

Na Aula Nova do Sínodo, o Santo Padre presidiu a sessão de encerramento do I “Encontro Internacional do Sentido”, organizado pela Scholas Occurrentes em colaboração com CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, realizado de 21 a 23 de maio no Vaticano.

 

“Qual é a sua lembrança mais antiga?”, foi a pergunta do Santo Padre durante o diálogo com os participantes do primeiro “Encontro Internacional”, promovido pela Scholas Occurrentes, de 21 a 23 de maio, no Vaticano. No encerramento do evento, os participantes apresentaram os resultados de seus trabalhos ao Papa Francisco durante o encontro na Aula Nova do Sínodo.

 

Respondendo à primeira pergunta, o Bispo de Roma recordou, como já fez em outras ocasiões durante seu Pontificado, quando sua avó o levava para sua casa e passava o dia com ela até almoçar. “Lá se falava piemontês. Minha primeira língua foi o piemontês. Depois aprendi o castelhano”, disse.

 

Em seguida, ao falar sobre o que uma pessoa que sofreu muito deveria fazer, o Pontífice convidou a manter o coração sempre aberto e alertou: “O pior que pode acontecer na vida é que a dor nos faz ficar fechados, é um pouco o gesto dos dentes, a dor te torna arisco”. Nesta linha, Francisco incentivou a “dar lugar ao carinho, a dor pede ser acariciada. A dor pede isso. Dar lugar à esperança”. 

 

“Quando a dor se fecha em si mesma é venenosa, sempre. Quando a dor se deixa ajudar, se deixa acompanhar, quando a dor se abre à ajuda do outro, é fecunda. Abrir-se, sempre abrir-se”.

 

Em seguida, ao abordar o papel da arte na construção do sentido, o Pontífice enfatizou que “a arte abre horizontes” e exemplificou a contribuição de outras disciplinas: “A matemática te ajuda com conceitos firmes, te ajuda a progredir, a filosofia te abre diversas formas de pensamento”. “A arte te projeta para frente, te liberta e expande o coração”, assegurou, e depois recitou os primeiros versos do poema Everness de Jorge Luis Borges. “Isso me foi introduzindo na literatura”. A arte nos deixa abertos, nos torna compreensivos e alivia o coração”, acrescentou o Papa.

 

Francisco também ouviu o testemunho de uma pessoa portadora de necessidades especiais, ativista em favor da inclusão, que sofreu bullying escolar aos doze anos e ficou seis meses fora do sistema educacional até chegar à Instituição Teresiana e mudar de escola. A jovem testemunhou que se sentia sem esperança, pois ninguém estava trabalhando pela inclusão e agora, ao contrário, está contente já que, segundo afirmou, “todos aqui acreditam que a educação é uma ferramenta poderosa”. Francisco recebeu uma cópia de uma declaração de princípios realizada por ela junto com seus colegas da universidade, que a ajudam na fundação que criou.

 

Na última parte do diálogo, foi perguntado ao Papa qual é “a motivação da Universidade do Sentido”, uma instituição pública que deseja responder à crise global do sentido, instituída pelo Pontífice mediante um quirógrafo de 15 de agosto de 2023. Francisco definiu esta questão como “uma pergunta redundante” e alertou sobre o perigo de confundir educação com “instrução”. Também acrescentou que a “Universidade do Sentido” deseja trabalhar com as três linguagens: as mãos, o coração e a mente.

 

“Se alguém na educação -não digo instrução- não se movimenta nestas três linguagens, fica a meio caminho, fica sem a totalidade de uma educação, que é o drama, por exemplo, de conceber a educação como pura instrução”.

 

Prosseguindo sua reflexão, o Santo Padre reivindicou “a capacidade de brincar” e observou que “quando alguém perde a capacidade de brincar e se torna muito sério, perde o sentido da vida”. Nesta linha, relatou que, quando criança, brincava com uma bola de trapo, já que as bolas de couro eram muito caras, e recomendou o filme argentino "Pelota de trapo", no qual se pode aprofundar sobre a mística que pode haver nesse curioso objeto.

 

“As crianças, quando brincam, inventam coisas, bastam-lhes duas, três madeirinhas para fazer um jogo porque a verdadeira dimensão lúdica é criativa”, enfatizou, insistindo neste elemento como um símbolo da criatividade que se obtém através do jogo. “Obrigado por este encontro que me alegra tanto”, concluiu o Pontífice, despedindo-se dos presentes.

 

 

- O Papa: prevenção e cuidado para combater e derrotar o tráfico de pessoas

Eu vos incentivo a continuar nesse caminho, buscando ações de prevenção e cuidado e tecendo muitos relacionamentos valiosos, que são indispensáveis para combater e derrotar o tráfico de pessoas: é a exortação de Francisco aos participantes da Assembleia Geral de Talitha Kum, que estiveram reunidos em Sacrofano, perto de Roma, de 18 a 22 de maio

Em meu coração, há muita gratidão pelo que fazeis, tanto pessoalmente quanto em conjunto, para derrotar o tráfico de pessoas, um dos mais terríveis flagelos de nosso tempo. É uma efusiva manifestação de reconhecimento pelo que fazem e de agradecimento de Francisco dirigida aos participantes da Assembleia Geral de Talitha Kum, que reuniu cerca de 300 delegados, representando religiosas e religiosos de todos os continentes e delegados da organização comprometida com o combate ao tráfico de pessoas e a exploração humana.

Na mensagem do Santo Padre enviada aos participantes reunidos desde o último sábado, dia 18, em Sacrofano, perto de Roma, cuja segunda Assembleia Geral concluiu-se esta quarta-feira (22/05), Francisco afirma que o tráfico de pessoas é um mal “sistêmico” e, portanto, podemos e devemos eliminá-lo por meio de uma abordagem sistemática em vários níveis.

O tráfico de pessoas é reforçado por guerras e conflitos

O Papa observa que o tráfico de pessoas é reforçado por guerras e conflitos, beneficia-se dos efeitos das mudanças climáticas, das desigualdades socioeconômicas, aproveita-se da vulnerabilidade das pessoas forçadas a migrar e da situação desigual em que se encontram as mulheres e as meninas em particular.

O tráfico de pessoas é uma atividade que não respeita ninguém, “garantindo grandes lucros a pessoas sem escrúpulos morais”, ressalta o Pontífice, acrescentando que este tráfico “está em constante evolução e sempre encontra novas formas de se desenvolver, como aconteceu durante a pandemia. No entanto, não devemos nos desanimar. Com o poder do Espírito de Jesus Cristo e a dedicação de muitos, podemos conseguir eliminá-lo”.

Apoiar as vítimas, ouvi-las, ajudá-las a se reerguer

Francisco evidencia que é preciso que prossigamos no caminho como eles, de Talitha Kum, sempre fizeram: apoiar as vítimas, ouvi-las, ajudá-las a se reerguer e, juntos, agir contra o tráfico.

Contudo, “para sermos realmente eficazes contra esse odioso fenômeno criminoso, precisamos ser uma comunidade”, ressalta o Pontífice, observando que isso está bem expresso no tema da assembleia: “Caminhar juntos para acabar com o tráfico de pessoas: compaixão em ação para a transformação”.

Um chamado à responsabilidade dos governos e instituições

Francisco reconhece que não é fácil, “mas nesses 15 anos nos mostrastes, em todas as latitudes, que isso pode ser feito. A Talitha Kum se tornou uma rede capilar e global e, ao mesmo tempo, também está bem radicada nas Igrejas locais. Ela se tornou um ponto de referência para as vítimas, suas famílias, pessoas em situação de risco e comunidades vulneráveis. Além disso, vossos apelos são um forte chamado à responsabilidade dos governos e instituições nacionais e locais”.

Ao concluir, Francisco os exorta a prosseguirem nesse caminho, buscando ações de prevenção e cuidado e tecendo muitos relacionamentos valiosos, que são indispensáveis para combater e derrotar o tráfico de pessoas, e agradece ao Senhor por todo o trabalho que lhes permitiu fazer ao longo destes anos.

 

- Papa: o amor, primeiro e indispensável remédio para a cura

Francisco recebeu as Irmãs Hospitaleiras e as Filhas de São Camilo, que estão reunidas em Roma para seus Capítulos Gerais.

O Papa recebeu as capitulares de duas Congregações femininas: as Irmãs Hospitaleiras e as Filhas de São Camilo. “Este é o período dos Capítulos”, disse Francisco ao acolhê-las numa audiência conjunta, “um momento de graça”.

Em seu discurso, o Pontífice recordou o percurso das duas Congregações, inspiradas por fundadores que, sob a ação do Espírito Santo, realizaram grandes obras lançando-se lá onde a caridade clama, sem demasiados cálculos, com a “loucura santa do amor”. “Se falta amor, estamos acabados”, afirmou Francisco.

Este foi o caso de Maria Angustias Gimenez, da Venerável Josefa Recio e de São Bento Menni, que em 1881 iniciaram na Espanha uma obra de vanguarda aos se dedicarem aos doentes mentais. “Algo belo, sem interesses humanos”, observou o Pontífice. Assim nasciam as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Desde então, a missão foi avante, estendendo a assistência a novos sofrimentos e pobrezas, com especial atenção à recuperação e à reabilitação integral das pessoas e de suas famílias. “Isso é belo, porque assim todos se curam juntos, cada um segundo sua necessidade e as feridas que carrega. “Não nos esqueçamos jamais, por favor: todos necessitamos de cura, todos, e cuidar dos outros."

Poucos anos depois, em 1892, em Roma foi fundada a Congregação das Filhas de São Camilo por outra mulher, Santa Josefina Vannini, e pelo Beato Luís Tezza, cujo túmulo o Papa visitou porque se encontrava em Buenos Aires.

Francisco inclusive recordou que foi internado nas estruturas das irmãs para operações que sofreu no passado. Santa Josefina, lembrou o Papa, gostava de dizer que somente com o amor é possível vencer o sofrimento. O amor, portanto, é o primeiro e indispensável remédio para a cura.  

A exortação do Papa às capitulares é para se deixarem impulsionar pela mesma audácia dos fundadores. “Ousem, sem temor, e deixem-se interrogar pelas novas pobrezas do nosso tempo, e são muitas! Obrigado por seu trabalho. Por favor, não percam a alegria, não percam o sorriso e a alegria do coração.”

 

- Papa recebe ex-alunos do Professor Ivo Pitanguy

A Associação dos Ex-alunos do Professor Ivo Pitanguy (AEXPI) está completando 50 anos com um evento em Roma

“Eu lhes dou as boas-vindas com o sorriso nos lábios, mas naturais, não refeitos”: com bom humor o Papa acolheu os participantes do XXVIII Encontro Internacional da Associação dos Ex-alunos do Professor Ivo Pitanguy (AEXPI). O evento se realiza em Roma de 20 a 26 de maio para celebrar os 50 anos da Associação.

Francisco mencionou de modo especial um dos projetos da Associação, que tem o objetivo de devolver o sorriso aos rostos de crianças enfermas. “Porém, como homens, como médicos e como cristãos, sabemos que nossos rostos estão destinados a refletir uma beleza que vai além daquilo que se pode contemplar com os olhos do corpo”, disse o Papa. Uma beleza que não está sujeita a tendências programadas pelo comercio da moda e da cultura da aparência, mas diz respeito à verdade do homem, com seu ser mais íntimo, que não podemos desfigurar.

O Pontífice citou um versículo de São Paulo, que diz: “Todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, estamos sendo transformados segundo a sua imagem”. Que esta verdade profunda guie sempre nossa mão, para levar ao mundo essa imagem de Deus impressa em nosso ser, nas boas obras, no amor que se entrega e se difunde.

Francisco fez notar que nas Escrituras Jesus é apresentado como “o mais formoso entre os filhos do homem” (Sl 45,3) e como aquele que, por causa do sofrimento, “estava tão desfigurado que mal parecia humano; por seu aspecto, quase não era possível reconhecê-lo como homem” (Is 52,14). Neste paradoxo, explicou o Pontífice, Jesus nos mostra a sua verdadeira imagem e, consequentemente, também a nossa, que passa pelo caminho da cruz, pela aceitação de nossa pequenez, a fim de alcançar uma glória perene e uma esperança que não desilude nem defina. O Papa concluiu concedendo aos presentes a sua bênção apostólica.

A AEXPI é uma organização não-lucrativa fundada em 1974, representando os interesses comuns dos cirurgiões plásticos egressos do serviço do Prof. Pitanguy que difundem o conhecimento adquirido por diversos países do mundo. 

 

- Papa recebe os presidentes da Bulgária e da Macedônia do Norte

Francisco recebeu Rumen Radev e Gordana Siljanovska-Davkova em duas audiências separadas no Palácio Apostólico do Vaticano. Com ambos, o Pontífice teve uma conversa privada de 35 minutos, em seguida, a reunião com o cardeal Parolin na Secretaria de Estado.

Encontros "cordiais" entre o Papa Francisco e Gordana Siljanovska-Davkova, Presidente da República da Macedônia do Norte, e Rumen Georgiev Radev, Presidente da Bulgária, foram realizados na manhã de hoje, 23 de maio, no Palácio Apostólico do Vaticano, em audiências separadas. Em seguida, os dois governantes se reuniram com o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, na Secretaria de Estado.

A audiência com Radev

Com o presidente Radev, o Papa Francisco conversou por 35 minutos na Sala da Biblioteca. O Pontífice presenteou o Chefe de Estado com um baixo-relevo de bronze intitulado "Diálogo entre Gerações", volumes de documentos papais, a Mensagem para a Paz deste ano e o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV. Por sua vez, Rumen Radev presenteou o Papa com um ícone dos Santos Cirilo e Metódio.

A audiência com Siljanovska-Davkova

A conversa reservada entre Francisco e Siljanovska-Davkova também durou 35 minutos. O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, relatou que o Papa recordou que a Macedônia do Norte é a terra de Santa Teresa de Calcutá. O Pontífice presenteou a presidente com um baixo-relevo de bronze intitulado "Acolhida", volumes de documentos papais, a Mensagem para a Paz deste ano e o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV. Por sua vez, a líder macedônia ofereceu ao Papa um ícone de Nossa Senhora Pelagonitissa e um baixo-relevo de madeira, obra de artesãos locais.

 

Fonte: Vatican News