Na manhã deste sábado (11/05) o Papa Francisco recebeu os participantes do Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana que se propõe a promover os princípios apresentados na Encíclica Fratelli tutti. Ao saudá-los disse: “Em um planeta em chamas, vocês se reuniram para reafirmar seu ‘não’ à guerra e seu ‘sim’ à paz, dando testemunho da humanidade que nos une e nos faz reconhecer irmãos, na dádiva mútua de nossas respectivas diferenças culturais”.
Compaixão
Depois de citar Martin Luther King que afirmava “ainda não aprendemos a simples arte de viver juntos como irmãos”, Francisco acrescentou: “Como podemos, concretamente, voltar a fazer com que cresça a arte de uma convivência que seja verdadeiramente humana?”, sugerindo em seguida a atitude-chave proposta pela Encíclica Fratelli tutti: a compaixão. Para explicar Francisco recorda um episódio de São Lucas no qual Jesus conta a história de um samaritano que, movido pela compaixão, aproxima-se de um judeu que os ladrões deixaram meio morto à beira da estrada. "Vejamos esses dois homens", afirmou o Papa, "suas culturas eram inimigas, suas histórias eram diferentes e conflitantes, mas um se torna irmão do outro no momento em que se deixa guiar pela compaixão que sente por ele - poderíamos dizer: ele se deixa atrair por Jesus presente naquele homem ferido".
Construir boas políticas
O Papa recordou em seguida os trabalhos que os participantes farão na parte da tarde para a elaboração de algumas propostas à sociedade civil, centradas na dignidade da pessoa humana, para construir boas políticas, com base no princípio da fraternidade, que "tem algo de positivo a oferecer à liberdade e à igualdade" (Fratelli tutti, 103).
“Aprecio essa escolha e o encorajo a prosseguir com seu trabalho de semeadura silenciosa. Dela pode surgir uma ‘Carta do Humano’ - 'Carta do humano' que inclui, além dos direitos, o comportamento e as razões práticas do que nos torna mais humanos na vida”
Depois o Papa agradeceu o grupo de ilustres vencedores do “Prêmio Nobel” presentes, sobretudo pelo compromisso que assumiram este ano na reconstrução de uma "gramática da humanidade", "gramática do humano", na qual basear escolhas e comportamentos. “Exorto-os a seguir em frente”, disse Francisco “a fazer crescer essa espiritualidade da fraternidade e a promover, por meio de sua ação diplomática, o papel dos organismos multilaterais”.
Fraternidade no centro da vida
Por fim reiterando a importância da fraternidade ainda afirmou:
“A guerra é um engano, a guerra é sempre uma derrota, assim como a ideia de segurança internacional baseada na dissuasão do medo. É um outro engano. Para garantir uma paz duradoura, precisamos voltar ao reconhecimento da humanidade comum e colocar a fraternidade no centro da vida das pessoas”
Concluindo com as palavras: “A paz política precisa de paz nos corações, para que as pessoas possam se encontrar na confiança de que a vida sempre vence todas as formas de morte”. Francisco recordou ainda do encontro que se realiza na parte da tarde no Vaticano com os jovens sugerindo: “Observemo-los, aprendamos com eles, como nos ensina o Evangelho: se ‘não vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus’ (Mt 18,3). Façamos todos desse abraço um compromisso de vida e um gesto profético de caridade”.
- Papa: o futuro da humanidade está nas crianças e nos idosos
Francisco participou de uma das doze mesas temáticas do II Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, que aconteceu nos dias 10 e 11 de maio, em Roma e no Vaticano. Na tarde deste sábado (11/05), na Sala Nova do Sínodo, o Papa conversou com as crianças sobre a felicidade que se alcança com a paz e enalteceu que "o futuro da humanidade está nas crianças e nos idosos". Ao final, assinou a Declaração da Fraternidade das Crianças em preparação à I Jornada Mundial de 25 e 26 de maio.
A Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, sediou na tarde de sábado (11/05) doze mesas temáticas dentro do contexto do II Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, realizado nos dias 10 e 11 de maio, com a presença de 30 vencedores do Prêmio Nobel da Paz e, inclusive, do Papa Francisco. No evento "Crianças: Geração Futura", um tema delicado, que foi criado a partir de uma intuição corajosa do próprio Pontífice para inverter o paradigma da escuta, ou seja, a partir das crianças.
Francisco falou após a intervenção do cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica Papal de São Pedro no Vaticano e um dos organizadores do encontro; e de Mariella Enoc, ex-presidente do hospital pediátrico Bambino Gesù, de Roma, conhecido como o "Hospital do Papa", que apresentou rapidamente o projeto "A Vila Virtual das crianças no mundo", uma estrutura para os pequenos vulneráveis; e de uma invasão colorida de crianças na sala, todas usando tiaras confeccionadas a partir de folhas de árvores. De fato, o painel é um evento preparatório para a I Jornada Mundial das Crianças que será realizada nos dias 25 e 26 de maio.
A conversa entre o Papa e as crianças
O evento, então, abriu espaço para um diálogo informal de perguntas e respostas entre o Papa e as crianças presentes. Francisco começou questionando o que é a felicidade no mundo para elas e as ideias brotaram do público infantil: "é sermos todos unidos"; "é sermos uma família de Deus"; "é a paz". E como se faz ou onde se compra a felicidade, pediu o Pontífice: "a felicidade não se compra, vem da gente", disse um menino. E como se pode ser feliz, continuou questionando o Papa: "quando todos estão bem"; "quando estamos em paz e somos felizes"; "com palavras gentis". Francisco então conduziu o diálogo falando da importância de não se brigar com os outros, como acontecem nas guerras, onde infelizmente também há crianças dos dois lados, mas "que não são inimigas". E finalizou a conversa com o público infantil, voltando a enaltecer a importância dos avós, quando uma criança pediu que rezesse pela sua, motivando a rezar todos juntos uma Ave-Maria pelos avós. "Viva os avós", exclamou o Papa, que também agradeceu pelo momento: "coragem e vamos seguir em frente!".
A Declaração da Fraternidade das Crianças
Em seguida foi divulgado o curta-metragem "A casa de todos", de Pier Giorgio Bellocchio, que mostra a visita de uma família coreana a Roma que entra em contato com moradores em situação de rua, que sofrem com a chuva que cai na cidade. Na sequência, teve o lançamento do Álbum da Fraternidade das Crianças e a leitura da Declaração da Fraternidade das Crianças, produzida por crianças do mundo inteiro e lida por elas mesmas, com a assinatura do Papa Francisco. O documento traz o real significado da fraternidade: viver como irmãos é perceber que "somos como as raízes de uma árvore centenária: nos abraçamos no subsolo, sem nem mesmo nos darmos conta disso, em uma aliança silenciosa de vida, apoiando-nos mutuamente contra as tempestades do tempo". As raízes da humanidade, continua a declaração, "afundam no solo fértil da solidariedade, crescem no jardim do encontro, florescem na paz da criação e exigem cuidado contínuo, atenção constante e trabalho incessante, no qual todos nós devemos nos descobrir como jardineiros atentos". O único fruto para fazer os irmãos felizes é o amor e por isso o convite aos adultos e às próprias crianças de se plantar sementes de esperança para fazer brotar a ternura no mundo, um mundo onde as diferenças não sejam motivos de guerra, mostrando-se, realmente, que são fratelli tutti.
O futuro da humanidade
Ao final dos trabalhos, o Papa ainda foi questionado do porquê da insistência em se promover uma Jornada Mundial das Crianças. Francisco enalteceu, mais uma vez, que "o futuro da humanidade está nas crianças e nos idosos", no encontro das crianças e dos idosos, é preciso cuidá-los e tutelá-los: ajudar as crianças a crescerem e se desenvolverem; e elas, ouvirem a sabedoria dos idosos, comentou Francisco. Então, lembrou de um escritor espiritual que disse que "queria estar nos braços de Deus como uma criança nos braços de uma mãe", comentando o quanto é importante a segurança do colo de uma mãe:
“Não se esqueçam disso. Com Deus, estar como uma criança nos braços da mãe. E olhem para este bebê, que lindo: ele dorme, seguro, sem ansiedade, porque tem segurança. Olhe bem para ele... Vamos aplaudir esta criança.”
- Papa recebe mil crismandos de Gênova para cantar e rezar juntos no Vaticano
A delegação está em peregrinação para descobrir os lugares santos de Roma e de origem do cristianismo. Uma experiência de fé que se repete há mais de 20 pela diocese italiana de Gênova. Com o Papa na manhã deste sábado (11/05), as crianças cantaram, fizeram barulho dentro do Vaticano e também rezaram uma Ave-Maria com Francisco.
Um encontro festivo nas primeiras horas da manhã deste sábado (11/05) em frente à Casa Santa Marta, no Vaticano. O Papa Francisco, de papa-móvel, acolheu cerca de mil crismandos da diocese de Gênova, cidade portuária da região da Ligúria, noroeste da Itália, acompanhados pelo arcebispo dom Marco Tasca. O grande grupo está em peregrinação a Roma, experiência de fé e vida comunitária repetida há mais de 20 anos para visitar os lugares santos e de origem do cristianismo, numa viagem "de 8 horas" até a capital, como descobriu Francisco num diálogo informal com as crianças.
O Pontífice, assim, de cima do próprio papa-móvel, deu as boas vindas à delegação e logo pediu se nessa longa viagem de ônibus eles fizeram muito barulho. "Uma pergunta: vocês sabem cantar alguma coisa?", pediu o Papa, que logo recebeu uma resposta afirmativa. Então, "cantem. Vamos lá!", pediu o Pontífice, que disse gostar muito do que ouviu: "e fico feliz em ouvi-los tão, tão felizes".
Na conversa, Francisco quis entender se realmente é verdade que crianças como elas fazem barulho. Com a resposta, sendo meio ambígua, o Papa então dividiu aqueles do 'sim' com aqueles do 'não' e os que fizeram mais barulho, ganharam. Uma brincadeira espontânea com o grupo que despertou novamente a felicidade do Papa em recebê-los em pleno Vaticano: "estou feliz em vê-los; estou feliz por estarem aqui". Veio, assim, a mensagem do Papa Francisco, junto a um rosário que cada um irá levar de lembrança dessa peregrinação.
“Mas é para rezar, hein! É para rezar. Depois, dou uma tarefa para vocês. Ouçam bem: cumprimentem os seus pais e, depois, cumprimentem os avós. Está bem? Vocês sabem que os avós são pessoas sábias e boas. Cumprimentem os mesê (que significa “avós” no dialeto genovês), Ok? Agora vou deixá-los e vou ali trabalhar, no palácio, e peço que rezem por mim. Mas antes de ir embora, gostaria de dar a bênção, está bem? Mas vamos rezar juntos a Ave-Maria.”
A agenda da peregrinação
Na sexta-feira (10/05) eles estiveram no Santuário do Divino Amore para, neste sábado (11/05), além de encontrar o Pontífice, visitar os Jardins do Vaticano e a Basílica de São Pedro. No domingo (12/05), os jovens participam da missa dominical para, em seguida, rezar junto com o Papa a oração mariana do Regina Caeli, na Praça São Pedro.
- O Papa participa do evento "Crianças: Geração Futura"
Francisco participará na tarde deste sábado (17h horário local), na Sala Nova do Sínodo, do encontro temático dedicada aos membros mais jovens do II Encontro para a Fraternidade Humana, que acontece em Roma e no Vaticano. Hoje estão programados mais dez encontros, que terminarão à noite com um espetáculo artístico no pórtico da Basílica de São Pedro. Na sexta (10/05), Parolin fez um apelo aos vencedores do Prêmio Nobel da Paz: "A guerra é sempre uma derrota para a humanidade"
"As guerras afetam principalmente as crianças, as que morrem, as que perdem tudo e que ficarão marcadas para sempre por causa destes eventos. Vamos abraçá-las, abraçá-las e fazer algo por elas". Com essas palavras, a Fundação Fratelli tutti apresenta a mesa de trabalho "Crianças: geração futura", que se realiza na tarde deste sábado, 11 de maio, na Sala do Novo Sínodo, como parte do #BeHuman, o II Encontro sobre Fraternidade Humana. O evento, que pode ser acompanhado em streaming no site Vatican News a partir das 16h locais (11 horas no Brasil), também contará com a presença do Papa Francisco, que volta para falar sobre o futuro das novas gerações após o discurso de ontem aos Estados Gerais da Natalidade e em vista do Primeiro Dia Mundial da Criança, nos próximos dias 25 e 26 de maio.
Um "vocabulário de fraternidade"
No total, neste sábado, haverá onze "mesas" de discussão #BeHuman, nas quais personalidades eminentes do mundo da ciência, dos estudos acadêmicos, dos negócios, das instituições e do esporte argumentarão sobre os tópicos de sua competência a partir de uma perspectiva de fraternidade inspirada precisamente pela encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco.
No Palácio da Chancelaria, cinquenta influenciadores, entre os quais o italiano Mattia Stanga, juntamente com especialistas como Mons. Lucio Ruiz, secretário do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, participarão da mesa dedicada às mídias sociais, para encontrar um "vocabulário da fraternidade", construindo pontes de humanidade em um mundo que tem dificuldade de se amar.
As mesas de discussão
O prefeito de Nova York, Leroy Adams, o prefeito de Roma Roberto Gualtieri e cerca de cinquenta jovens prefeitos italianos com menos de 40 anos abordarão o tema "Comunidade na cidade" no Palácio da Prefeitura, Campidoglio, propondo a fraternidade como uma bússola para os administradores em suas escolhas políticas e sociais.
No Palazzo della Canonica no Vaticano, os Diretores da agência digital DentsuGordon Bowen, Gilles Gressani da SciencesPo de Paris e a editora-chefe do Quotidiano Nazionale, Agnese Pini, estarão entre os animadores da mesa dedicada à informação intitulada "O direito à transparência", para entender "como a informação pode usar as novas ferramentas - como social, web, vídeo, reels - para garantir um serviço coletivo de qualidade, não superficial e educativo".
Enquanto que no Salão de Honra do Comitê Italiano de Esportes, Luca Pancalli, presidente do Comitê Paraolímpico Italiano, e o comissário técnico da seleção italiana de futebol, Luciano Spalletti, participarão da mesa "Esporte: competindo na estima", sobre "cair e se levantar, o valor dos relacionamentos, o espírito de equipe, a amizade e o sentido de família".
As outras mesas de trabalho serão: "Agricultura: o futuro dos sistemas alimentares"; "Sustentabilidade e empresa: vale a pena ser bom"; "Cooperação fraterna, caminhos de paz, economia social"; "Educação: reconstruindo o mundo”; "Saúde: de todos e para todos" e "Trabalho: dignidade, comunhão e participação".
Encontro com o Papa Francisco
Na parte da manhã, os participantes das mesas matinais foram recebidos pelo Papa Francisco no Vaticano. Entre eles estavam os vencedores do Prêmio Nobel que participaram da "Mesa pela Paz", realizado na sexta-feira (10) no Palazzo della Cancelleria. O evento foi aberto pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, que reiterou que a guerra é "sempre uma derrota da humanidade como um todo e não apenas das partes individuais envolvidas" e que, "embora reafirmando o direito inalienável à autodefesa", "Deus criou a humanidade para viver em paz e para guardar a Criação, não para destruí-la". Entre os vencedores do Prêmio Nobel presentes estão Rigoberta Menchù Tum, da Guatemala, Dmitrij Muratov, da Rússia, e Tawakkol Karman, do Iêmen, que, após a audiência com o Papa Francisco, também serão recebidos pelo Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella.
Encerrando o II Encontro da Fraterniade Humana, às 21h30 no pórtico da Basílica de São Pedro, será apresentado um evento artístico com o compositor Giovanni Allevi, o cantor e compositor Roberto Vecchioni e o cantor country norte-americano Garth Brooks.
Fonte: Vatican News