O Papa rezou, neste domingo, 14 de abril, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, a oração mariana do Regina Caeli. Em sua alocução, o Santo Padre sublinhou que neste III Domingo de Páscoa, o Evangelho narra o episódio em que os apóstolos estão reunidos no cenáculo, quando os dois discípulos voltam de Emaús e contam seu encontro com Jesus.
Francisco, ao refletir sobre a importância de compartilhar a fé, recordou que no episódio bíblico, enquanto os discípulos expressam a alegria de sua experiência, o Ressuscitado aparece para toda a comunidade: "Jesus chega exatamente quando eles estão compartilhando a história de seu encontro com Ele".
"Todos os dias somos bombardeados por milhares de mensagens", enfatizou o Pontífice, "muitas são superficiais e inúteis ou, pior ainda, nascem de fofocas e malícia, são notícias que fazem mal". No entanto, também existem notícias boas, positivas e construtivas, completou o Papa, e todos nós sabemos o quanto é reconfortante ouvi-las. Entretanto, há algo sobre o qual enfrentamos dificuldade em falar: "do fato mais bonito que temos para contar: nosso encontro com Jesus":
"Cada um de nós poderia dizer muito a respeito: não para ensinar aos outros, mas para compartilhar os momentos únicos em que percebemos o Senhor vivo e próximo, que acendeu em nossos corações a alegria ou enxugou as lágrimas, que transmitiu confiança e consolo, força e entusiasmo, ou perdão, ternura. Estes encontros que cada um de nós teve com Jesus, devemos compartilhá-los e transmiti-los."
Francisco ressaltou a importância de dividir com a família, na comunidade e com os amigos os momentos de encontro com o Senhor:
"É bom falar das boas inspirações que nos orientaram na vida, dos pensamentos e sentimentos bons que nos ajudam muito a seguir em frente, também dos esforços e dificuldades que enfrentamos para entender e progredir na vivência da fé, talvez até para nos arrependermos e voltarmos atrás. Se fizermos isso, Jesus, assim como fez com os discípulos de Emaús na noite de Páscoa, nos surpreenderá e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes."
Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a relembrarem um momento marcante em sua vida de fé, um encontro decisivo com Jesus, e completou a reflexão com algumas perguntas: "Quando foi que eu encontrei o Senhor? Quando foi que o Senhor se aproximou de mim? E esse encontro, eu o compartilhei para dar glória ao Senhor? E também, eu escuto os outros quando falam sobre seu encontro com Jesus?"
"Que Nossa Senhora nos ajude a compartilhar a fé para tornar nossas comunidades cada vez mais lugares de encontro com o Senhor", concluiu o Papa.
- Papa às crianças: espero vê-las em Roma. Rezemos pelos que sofrem com as guerras
No final do Regina Caeli deste domingo, 14 de abril, um convite direto do Papa Francisco a todas as crianças do mundo para participarem da primeira Jornada Mundial das Crianças em Roma, que será realizada nos dias 25 e 26 de maio:
"Estou esperando por vocês! Precisamos da alegria e do desejo que vocês têm por um mundo melhor, um mundo de paz."
O Pontífice também pediu aos fiéis que "acompanhem com oração o percurso para esse evento" e agradeceu a todos os que estão trabalhando para prepará-lo.
O Papa não deixou de dedicar - depois de um longo e intenso apelo à situação no Oriente Médio - um pensamento às muitas crianças que sofrem e pagam as consequências dos conflitos:
"Rezemos, irmãos e irmãs, pelas crianças que sofrem com as guerras - são tantas! - na Ucrânia, na Palestina, em Israel, em outras partes do mundo, em Myanmar. Rezemos por elas e pela paz."
O Papa também recordou, em suas saudações finais, a celebração na Itália do 100º Dia Nacional da Universidade Católica do Sagrado Coração, e encorajou "este grande Ateneu a continuar seu importante serviço formativo na fidelidade à sua missão e atento aos jovens de hoje e às instâncias sociais".
- Solidariedade do Papa às vítimas da “tragédia insensata” em Sydney
Foi com "profunda tristeza" que o Papa Francisco recebeu a notícia do violento ataque que ocorreu hoje, (13/04), em Sydney, Austrália, em um centro comercial, onde seis pessoas foram esfaqueadas até a morte por um homem, que depois foi morto por um policial que o confrontou com uma arma de fogo.
Por meio de um telegrama, assinado pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, e endereçado ao arcebispo de Sydney, dom Anthony Fisher, o Papa assegura sua "proximidade espiritual a todos os que foram afetados por essa tragédia sem sentido" e dirige seu pensamento àqueles que "estão de luto pela perda de um ente querido". Francisco "também afirma rezar pelos mortos, feridos e socorristas", e invoca a bênção de Deus de "consolo e força" sobre toda a nação.
A polícia local informou à mídia australiana que as vítimas no Westfield Shopping Centre em Bondi Junction eram um homem e cinco mulheres, entre elas a mãe de um bebê de nove meses, que foi ferido e levado em estado grave para o hospital, onde foi submetido a uma cirurgia. O autor do ataque foi um homem de 40 anos já conhecido pela polícia, que agora aguarda a identificação formal. A polícia acredita que o ato não foi motivado por razões ideológicas e que não se trata de um ataque terrorista, no entanto, o caso será investigado com mais profundidade.
- Francisco: chega de guerra, chega de ataques, chega de violência
A voz do Papa ressoa em meio à tensão internacional por causa da escalada do conflito no Oriente Médio, após o ataque de Teerã a Israel na noite passada com centenas de drones e mísseis. Francisco, da janela do Palácio Apostólico, no final do Regina Caeli, relança um apelo sincero pela paz e pela "negociação, com determinação".
“Chega de guerra, chega de ataques, chega de violência! Sim ao diálogo e à paz.”
Diante dos milhares de fiéis na Praça São Pedro, após a oração mariana, o Papa expressou sua "preocupação" e "tristeza" pessoal pelas notícias que chegaram nas últimas horas sobre o "agravamento" da situação em Israel, "devido à intervenção do Irã". Em seguida, dirigindo-se aos responsáveis por essa situação, pediu:
"Faço um premente apelo para que cesse qualquer ação que possa alimentar uma espiral de violência, com o risco de levar o Oriente Médio a um conflito bélico ainda maior."
Em seguida, Francisco renovou seu apelo por uma solução de "dois Estados" para Israel e Palestina, que a Santa Sé sempre apoiou. "Ninguém deve ameaçar a existência de outros, todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudar os israelenses e palestinos a viverem em dois Estados, lado a lado, em segurança", e completou: "Esse é o desejo profundo e legítimo deles, e é um direito deles. Dois Estados vizinhos".
Ao voltar seu olhar para a Faixa de Gaza, onde o Ministério da Saúde, liderado pelo Hamas, anunciou recentemente um novo número de mortos de mais de 33.700 desde 7 de outubro, o Pontifice reforcou seu apelo:
"É preciso chegar logo a um cessar-fogo em Gaza, os caminhos da negociação devem ser seguidos. Uma negociação com determinação, para ajudar essa população imersa em uma catástrofe humanitária."
Francisco, como tem feito desde o início do conflito, renova seu pedido de libertação "imediata" dos reféns israelenses sequestrados há seis meses nas mãos do Hamas.
Por fim, o Papa fez um apelo a todos os fiéis, pedindo-lhes que nunca deixem de suplicar a Deus: "Quanto sofrimento! Rezemos pela paz".
Fonte: Vatican News