Cultura

Artigo de Dom Pedro José Conti: No coração da Igreja…eu serei o amor





Reflexão para o 2º Domingo da Páscoa | 7 de Abril de 2024 – Ano “B” 

Estas são palavras de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, mais conhecida como Santa Teresinha. Nos primeiros dias, após o Domingo de Páscoa, recebemos, em Macapá, as relíquias desta Santa, uma das mais populares no mundo inteiro. Não fomos nós que escolhemos a data, foi a própria organização das celebrações dos 150 anos do nascimento dela que assim decidiu. Tivemos a possibilidade de continuar a alegria da Ressurreição de Jesus lembrando algumas características desta santa proclamada Padroeira das Missões (1927) e Doutora da Igreja(1997).

O mais interessante de Santa Teresinha foi a sua insistência nas “pequenas coisas” como caminho de santidade, mas com uma visão muito grande da sua própria vocação. Ela escreveu: “Compreendi que o Amor continha todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares…em uma palavra, que é Eterno!”. Santa Teresinha compreendeu que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os Apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires se recusariam a derramar seu sangue…“Então – as palavras são dela – exclamei: Ó Jesus, meu Amor, encontrei finalmente a minha vocação; a minha vocação é o Amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, e esse lugar, ó meu Deus, fostes vós que me destes. No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor. Assim serei tudo…, assim o meu sonho será realizado”.

Por ocasião do 150º aniversário do nascimento de Santa Teresinha, o Papa Francisco escreveu uma Exortação Apostólica (C’est la confiance) apresentando a atualidade do exemplo e do ensinamento desta Santa. Tudo começa com a confiança total que ela tinha no Senhor Jesus e na misericórdia do Divino Pai. Estava convencida que os possíveis merecimentos dela não tinham valor algum, tudo era dom de Deus. Deste abandono nas mãos do Senhor surge o desejo de doar a sua vida como dom total para os outros. É a confiança que nos conduz ao Amor e assim nos liberta do temor; é a confiança que nos ajuda a desviar o olhar de nós mesmos e nos torna disponíveis para procurar o bem dos irmãos. O que fez de tão extraordinário Santa Teresinha? Isso também é surpreendente. Entrou na clausura do Carmelo com 15 anos e faleceu com 24, após grande sofrimento devido à tuberculose. No entanto, buscou um caminho de santidade, “uma pequena via muito direita, muito curta; uma pequena via completamente nova”. É o “doce caminho do amor”, aberto por Jesus aos pequeninos e aos pobres, a todos. Nesse caminho das coisas pequenas, Teresinha realça sempre o primado da ação de Deus. Por isso, ela nunca usou uma expressão frequente naquele tempo: “hei de fazer-me santa”. A santidade também é fruto da confiança no Senhor.

Transcrevo aqui as palavras da Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a atualidade de Santa Teresinha (n.52). “Em um tempo que nos convida a fechar-nos nos próprios interesses, Teresina mostra a beleza de fazer da vida um dom. Em um período em que prevalecem as necessidades mais superficiais, ele é testemunha da radicalidade evangélica. Em uma época de individualismo, ela nos faz descobrir o valor do amor que se torna intercessão. Em um momento em que o ser humano vive obcecado pela grandeza e por novas formas de poder, ela aponta a via da pequenez. Em um tempo em que se descartam tantos seres humanos, ela nos ensina a beleza do cuidado, de ocupar-se do outro. Em um momento de complexidade, ela pode nos ajudar a redescobrir a simplicidade, o primado absoluto do amor, da confiança e do abandono, superando a lógica legalista e moralista que enche a vida cristã de obrigações e preceitos e congela a alegria do Evangelho”. Podemos chamar Santa Teresinha de “Doutora da síntese” da vida cristã. Uma curiosidade: até o ano de 2000, havia no mundo 1.700 Igrejas dedicadas à Santa Teresinha! No Brasil, com exceção de Nossa Senhora e de Santo António, nenhum outro santo ou santa possui tamanha devoção popular. As “rosas” de Santa Teresinha são as graças de Deus que por intercessão dela continuam chegando até nós.

Por Dom Pedro José Conti

 

Confira outras notícias

-  Paróquia passa a ser denominação “Nossa Senhora do Rosário e São João Calábria” em Macapá

A decisão foi um pedido dos padres da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência que atuam na Paróquia

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, localizada na cidade de Macapá-AP, passará por uma mudança significativa a partir do dia 07 de abril de 2024. Após uma solicitação dos padres da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, responsáveis pela paróquia desde 2016, e também do povo local, a paróquia passará a ser denominada Paróquia Nossa Senhora do Rosário e São João Calábria.

A decisão foi tomada por Dom Pedro José Conti, bispo de Macapá, após ouvir o Conselho Presbiteral e reconhecer a importância do legado deixado por São João Calábria, sacerdote fundador da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência. São João Calábria dedicou sua vida ao serviço dos mais necessitados, seguindo o exemplo de caridade e amor ao próximo.

Com essa mudança, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário busca honrar a memória de São João Calábria e fortalecer ainda mais sua missão de servir a comunidade, promovendo a solidariedade, a fé e a esperança. A partir de agora, os fiéis poderão contar com a intercessão e inspiração desse grande santo em suas vidas e em suas devoções.

A mudança oficial do nome da paróquia será celebrada no Segundo Domingo da Páscoa com a Santa Missa.

 

Fonte: Diocese de Macapá