“Queridos jovens, Cristo vive e quer-vos vivos! Queria, antes de mais nada, que as minhas palavras reavivassem em vós a esperança. De fato, no atual contexto internacional marcado por tantos conflitos, tantos sofrimentos, posso imaginar que muitos de vós se sintam desanimados. Por isso desejo começar, juntamente convosco, do anúncio que está no alicerce da esperança para nós e toda a humanidade: Cristo vive!” Essas são as palavras iniciais do Papa Francisco em sua mensagem direcionada aos jovens, cinco anos após a publicação da Exortação apostólica Christus Vivit, fruto da Assembleia do Sínodo dos Bispos que teve como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
No texto, o Santo Padre volta-se para a juventude, convidando-os a não se deixarem dominar pelo medo e pelo desânimo, mas a serem motores para o mundo:
“Recomendo-vos que nunca nos deixeis faltar o vosso barulho bom, o vosso impulso como o de um motor limpo e ágil, o vosso modo original de viver e anunciar a alegria de Jesus Ressuscitado!”
Em sua mensagem, o Papa parte do querigma, a proclamação da salvação que é o fundamento da esperança para toda a humanidade: “Cristo vive e ama-te infinitamente. E o seu amor por ti não está condicionado pelas tuas quedas ou pelos teus erros. Ele que deu a sua vida por ti, não espera pela tua perfeição para te amar”.
"Olha os seus braços abertos na cruz e «deixa-te salvar sempre de novo», caminha com Ele como com um amigo, acolhe-O na tua vida e deixa-O compartilhar as alegrias e as esperanças, os sofrimentos e as angústias da tua juventude. Verás que o teu caminho se iluminará e até os fardos maiores se hão de tornar menos pesados, porque estará Ele a carregá-los contigo."
O desejo do Pontífice é que todos percebam este anúncio como "vivo e verdadeiro" em suas próprias vidas e sintam o impulso de compartilhá-lo com seus amigos. "Sim, porque vocês têm esta grande missão: testemunhar a todos a alegria que vem da amizade com Cristo", enfatiza Francisco.
O Papa entao recorda o seu primeiro contato, logo que foi eleito, com jovens de todo o mundo durante a JMJ no Rio de Janeiro, em 2013:
"Ao início do meu Pontificado, durante a JMJ do Rio de Janeiro, disse-vos alto e bom som: fazei-vos ouvir! “Hagan lio!”. E o mesmo continuo a pedir-vos hoje: fazei-vos ouvir, gritai, não tanto com a voz mas sobretudo com a vida e o coração, esta verdade: Cristo vive! Para que toda a Igreja seja impelida a levantar-se e pôr-se incessantemente a caminho a fim de levar a sua Boa Nova a todo o mundo."
O Papa Francisco também lembra que no próximo dia 14 de abril será o 40º aniversário do primeiro grande encontro de jovens em 1984, por ocasião do Ano Santo da Redenção. Foi o "desdobramento" das futuras Jornadas Mundiais da Juventude e, no final daquele ano jubilar, João Paulo II entregou uma Cruz aos jovens com "a missão de levá-la ao mundo inteiro como sinal e lembrança de que somente em Jesus morto e ressuscitado há salvação e redenção".
"Contemplai Jesus assim: vivo e transbordante de alegria, vencedor da morte, um amigo que vos ama e quer viver em vós. Só assim, à luz da sua presença, é que será fecunda a memória do passado e tereis a coragem de viver o presente e enfrentar o futuro com esperança. Podereis livremente assumir a história das vossas famílias, dos vossos avós, dos vossos pais, das tradições religiosas dos vossos países, para serdes, por vossa vez, construtores do amanhã, “artesãos” do futuro."
Ao refletir especificamente sobre a exortação "Christus Vivit", que retrata a imagem de uma Igreja que quer caminhar junto e, portanto, escuta, dialoga e discerne constantemente a vontade do Senhor, Francisco recorda que há mais de cinco anos, muitos jovens de várias partes do mundo foram convidados a compartilhar suas expectativas e desejos em vista do Sínodo sobre os Jovens.
"Centenas de jovens vieram a Roma e trabalharam juntos durante alguns dias, recolhendo as ideias a propor: graças ao seu trabalho, os Bispos puderam conhecer e aprofundar uma visão mais ampla do mundo e da Igreja. Foi um verdadeiro “experimento sinodal”, que produziu muitos frutos e preparou a estrada também para um outro Sínodo, aquele que estamos vivendo nos últimos anos, precisamente sobre a sinodalidade."
Na conclusão da mensagem, o Papa se dirige diretamente aos jovens expressando sua gratidão: “Queridos jovens, vós sois a esperança viva de uma Igreja em caminho! Por isso agradeço a vossa presença e contribuição para a vida do Corpo de Cristo”.
- Papa à comunidade nigeriana em Roma: ser universal e não se fechar na própria cultura
"Gratidão, riqueza na diversidade e diálogo". Para o Papa, esses são os três elementos "vitais" para a vida da comunidade nigeriana em Roma. Francisco a recebeu na manhã desta segunda-feira (25) em audiência na Sala Paulo VI, exortando homens e mulheres a manter sempre um caráter de "universalidade" e jamais de "fechar-se na sua própria cultura" em um isolamento quase "tribal".
Antes de tudo, o Papa expressou gratidão pelo alegre testemunho da mensagem do Evangelho, bem como "pelos muitos jovens nigerianos que ouviram o chamado do Senhor ao sacerdócio e à vida consagrada e responderam com generosidade, humildade e perseverança". Alguns deles, presentes na audiência, observou o Papa, que os encorajou a "serem sempre discípulos missionários, gratos porque o Senhor os escolheu para segui-lo e os enviou para proclamar com zelo a nossa fé e ajudar a na construção de um mundo mais justo e humano".
Em seguida, Francisco abordou o tema da riqueza na diversidade:
"A diversidade de etnias, tradições culturais e idiomas na nação de vocês não é um problema, mas um dom que enriquece o tecido da Igreja, bem como o da sociedade como um todo, e permite promover os valores da compreensão mútua e da convivência."
A esperança do Papa é que a comunidade nigeriana em Roma, "ao acolher e acompanhar os fiéis nigerianos e outros crentes, sempre se assemelhe a uma grande família inclusiva, onde todos possam fazer uso dos próprios talentos diferentes, que são frutos do Espírito Santo, para apoiar e fortalecer uns aos outros em momentos de alegria e tristeza, de sucesso e de dificuldade". Dessa forma, será possível "semear as sementes da amizade social e da concórdia pelas gerações presentes e futuras". A esse respeito, Francisco alertou sobre um "perigo":
"O perigo do fechamento; não ser universal, mas se fechar em um isolamento - permita-me a palavra - tribal. Não. As raízes de vocês se fecham, se isolam nessa atitude tribal e não universal, não comunitária. Comunidade, sim; tribo, não. E é muito importante fazer isso. E isso vale para todos nós, para todos, cada um de nós, de acordo com sua posição. Mas a universalidade, e não se fechar na própria cultura. É verdade que a própria cultura é um dom, mas não para fechá-lo: para doá-lo, para oferecê-lo. Universalidade, universalidade."
Por fim, o bispo de Roma recomendou o diálogo. "Infelizmente", observou ele, "muitas regiões do mundo estão passando por conflitos e sofrimentos, e também a Nigéria está passando por um período de dificuldades". O Pontífice então assegurou suas "orações pela segurança, unidade e progresso espiritual e econômico" da nação e convidou todos a "encorajar o diálogo e a ouvir uns aos outros com o coração aberto, sem excluir ninguém em nível político, social e religioso".
"Integrar, dialogar, universalizar, sempre [a partir] da própria identidade."
Ao mesmo tempo, o Papa incentivou a proclamar "a grande misericórdia do Senhor", trabalhando pela reconciliação e ajudando a "aliviar o fardo dos pobres e dos mais necessitados", fazendo justamente o "estilo de Deus". Ou seja, "proximidade, compaixão e ternura".
"Não se esqueçam disso. O estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura. Dessa forma, todos os nigerianos podem continuar a caminhar juntos na solidariedade fraterna e na harmonia."
- Programa da visita do Papa a Veneza: encontro com detentas, jovens e artistas
O Papa Francisco visitará a cidade italiana de Veneza no domingo, 28 de abril, três dias depois da festa de São Marcos, padroeiro da cidade. A visita do Pontífice durará aproximadamente seis horas, durante a qual o Pontífice visitará o Pavilhão da Santa Sé montado para a 60ª Exposição Internacional de Arte da Bienal.
Segundo o programa oficial da visita divulgado, nesta segunda-feira (25/03), pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa decolará às 6h30 do heliporto do Vaticano para aterrissar, por volta das 8h, na praça interna do Centro de Detenção Feminina de Veneza, na Ilha de Giudecca, onde será recebido pelo patriarca dom Francesco Moraglia, pela superintendente Maria Milano Franco D'Aragona, pela diretora do cárcere, Mariagrazia Felicita Bregoli e pela comandante da Polícia Penitenciária, Lara Boco. No pátio interno da prisão, às 8h15, Francisco encontrará as detentas e fará um discurso. Também estarão presentes funcionários administrativos, policiais penitenciários e voluntários. No final, o Papa saudará pessoalmente as cerca de 80 reclusas.
Após o encontro no Pátio, por volta das 8h45, o Papa chegará à Igreja da Madalena (Capela Prisão), onde será recebido pelo cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação e responsável pelo Pavilhão da Santa Sé na Bienal de Arte de Veneza. Às 9 horas, na Igreja da Madalena, o cardeal De Mendonça apresentará com uma saudação o encontro do Pontífice com os artistas que participam da Exposição. Também nesta ocasião o Papa fará um discurso e saudará autoridades e artistas. Às 9h30, deixará a Ilha de Giudecca e chegará à Basílica de Nossa Senhora da Saúde em barco patrulha.
Está previsto um encontro com os jovens de Veneza e das dioceses do Vêneto na praça em frente à Basílica de Nossa Senhora da Saúde às 10h locais. Francisco fará o seu discurso e depois, acompanhado por uma delegação de jovens, atravessará a ponte que liga a Praça São Marcos. Na entrada da praça estarão Luca Zaia, presidente da Região do Vêneto; o inspetor Darco Pellos e o prefeito Luigi Brugnaro.
Às 11h, o Papa celebrará a missa na Praça São Marcos, seguida pela oração do Regina Caeli. No final da celebração, depois do agradecimento do patriarca Moraglia, o Pontífice fará a sua entrada privada na Basílica dedicada ao padroeiro para venerar as suas relíquias. Depois, a bordo de um barco patrulha, chegará ao heliporto do Colégio Naval "F. Morosini" em Santa Helena. Ali, ele se despedirá das autoridades civis e religiosas que o acolheram. A decolagem de Veneza está prevista para às 13h, com aterrissagem prevista para às 14h30 no heliporto do Vaticano.
Fonte: Vatican News