Política

Bolsonaro relaciona aumento do preço do arroz à concessão do auxílio emergencial





Em transmissão ao vivo pelas redes sociais nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro relacionou a alta do preço do arroz ao aumento do consumo decorrente da concessão do auxílio emergencial. “Por que o arroz subiu de preço? Com o auxílio emergencial, o pessoal começou a consumir um pouco mais. Realmente ajudou a desaparecer um pouco essa mercadoria das prateleiras”, disse. O auxílio de R$ 600 é pago a trabalhadores informais para mitigar os efeitos da crise decorrente da pandemia de coronavírus.

Bolsonaro voltou a repetir que não pode tabelar o preço do arroz. “Eu não vou interferir no mercado. O que tem que valer é a lei da oferta e da procura”, afirmou citando experiências de tabelamentos malsucedidos no Brasil e na Venezuela. Ontem, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou a alíquota do imposto sobre importação para o arroz em casca até 31 de dezembro deste ano. A medida visa conter a elevação de preços do alimento, que disparou nas últimas semanas.

O chefe do Executivo disse que o aumento também tem relação com a alta do dólar, que facilita as exportações. Ele disse estar conversando com ministros e o presidente do Banco Central a respeito do câmbio. “Converso sempre para ver o que a gente pode fazer para o dólar não subir tanto, o que o governo pode fazer legalmente, obedecendo as regras do mercado.”

Ele também disse ter conversado com representantes dos supermercados para impedir um aumento ainda maior dos preços. “Foi uma conversa muito saudável, falaram que eles não são os vilões. A margem de lucro deles será reduzida ao máximo possível para colaborar, porque a economia tem que pegar, o Brasil tem que dar certo. Nós fizemos um grande sacrifício gastando quase R$ 250 bilhões durante cinco meses com o auxilio emergencial, que alguns reclamam ainda”, afirmou.

Ao comentar presença na posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro disse ser preciso aproveitar “clima bom” entre os três poderes para aprovar projetos e fazer a economia do país “pegar”. O ministro Luiz Fux tomou posse na tarde desta quinta como presidente da Corte em substituição ao ministro Dias Toffoli.

Sobre a polêmica declaração a respeito da vacinação, Bolsonaro disse que ainda não há comprovação científica de uma vacina eficaz contra a covid-19. No fim de agosto, o presidente declarou em conversa com apoiadores ao lado de fora do Palácio da Alvorada, que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. A frase foi compartilhada pela conta oficial da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) nas redes sociais.

Maus-tratos a animais

Bolsonaro sinalizou que o aumento da pena para maus-tratos contra cães e gatos para até cinco anos de reclusão pode ser “excessiva”. O projeto foi aprovado na quarta-feira (9) pelo Senado Federal e remetido à sanção presidencial. Bolsonaro afirmou que vai colocar no seu Facebook o texto da lei para receber comentários. “Eu vou apanhar de qualquer maneira”, disse ele sobre a possibilidade de sanção ou veto.

Mais cedo, a primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou em seu Instagram uma foto do presidente com um cachorro apelando pela sanção do projeto.

Fonte: Congresso em foco