Teve início esta segunda-feira, 4 de dezembro, no Vaticano, com a presença do Papa Francisco, a reunião do Conselho de Cardeais. Como disse o Santo Padre em 30 de novembro, ao receber a Comissão Teológica Internacional, durante a reunião haverá "uma reflexão sobre a dimensão feminina da Igreja".
"A Igreja é mulher", havia dito Francisco, explicando que "um dos grandes pecados que tivemos foi 'masculinizar' a Igreja". O problema, no entanto, havia acrescentado, "não é resolvido pela via ministerial", mas "pela via mística, pela via real". Repropondo a distinção balthasariana entre o princípio petrino e o princípio mariano, na qual "é mais importante o princípio mariano do que o petrino, porque existe a Igreja esposa, a Igreja mulher", o Santo Padre havia reiterado a necessidade de "desmasculinizar a Igreja".
A última reunião do C9 foi realizada em 26 e 27 de junho e nela os cardeais refletiram, juntamente com o Papa, sobre várias questões, incluindo o conflito em curso na Ucrânia, a implementação da Constituição Apostólica Praedicate Evangelium nas Igrejas locais e os trabalhos da Assembleia Plenária da Comissão para a Proteção de Menores. No centro, também uma discussão acerca da Assembleia Sinodal sobre o tema da sinodalidade que ocorreu no Vaticano em outubro.
O Conselho de Cardeais, após a renovação do órgão pelo Papa em 7 de março passado, é composto pelos cardeais Pietro Parolin, secretário de Estado; Fernando Vérgez Alzaga, presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano; Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa; Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim; Seán Patrick O'Malley, Arcebispo de Boston; Juan José Omella Omella, arcebispo de Barcelona; Gérald Lacroix, arcebispo de Québec; Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo; Sérgio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia. O secretário é dom Marco Mellino, bispo titular de Cresima. A primeira reunião do novo C9 ocorreu em 24 de abril.
O Conselho de Cardeais foi criado pelo Papa Francisco com o quirógrafo de 28 de setembro de 2013, com a tarefa de ajudá-lo no governo universal da Igreja e de estudar um projeto para a revisão da Cúria Romana, este último realizado com a nova Constituição Apostólica Praedicate Evangelium publicada em 19 de março de 2022. A primeira reunião do C9 foi realizada em 1º de outubro de 2013.
-Festa da Imaculada, o Papa doará a Rosa de Ouro para a Salus Populi Romani
O Ato de veneração à estátua da Imaculada Conceição na Praça de Espanha, centro de Roma, que o Papa realizará às 16h do próximo dia 8 de dezembro, terá uma pequena cerimônia meia hora antes na Basílica papal de Santa Maria Maior, à qual Francisco chegará para a tradicional visita com a finalidade levar a homenagem da "Rosa de Ouro" ao ícone da Salus Populi Romani.
A Rosa de Ouro tem raízes antigas, simbolizando a bênção papal, e a tradição desse presente remonta à Idade Média. Ao longo dos séculos, ela foi dada a mosteiros, santuários, soberanos e personalidades proeminentes em reconhecimento ao seu compromisso com a fé e o bem comum. Com o presente da Rosa para a Salus, "o Papa Francisco - diz uma nota da basílica mariana - enfatiza a importância espiritual e o profundo significado que esse ícone tem na vida da Igreja Católica, pois é também o mais antigo santuário mariano do Ocidente dedicado à Mãe de Deus".
A Rosa a ser doada pelo Papa não é a única atribuída à Salus. A primeira foi doada em 1551 pelo Papa Júlio III, que era profundamente devoto do ícone mariano mantido na Basílica e onde, no altar do Presépio, ele celebrou sua primeira Missa. Em 1613, o Papa Paulo V doou a Rosa de Ouro por ocasião do traslado do venerado ícone para a nova capela construída para esse fim. A Basílica não conserva nenhum vestígio das duas Rosas de Ouro doadas pelos dois Pontífices, que provavelmente se perderam com a invasão napoleônica do Estado Pontifício (Tratado de Tolentino, 1797). Portanto, após 400 anos, continua a nota, "o Pontífice quis dar um sinal tangível de sua devoção ao venerado ícone, fortalecendo o vínculo milenar entre a Igreja Católica e a cidade de Roma".
Ao receber a notícia dessa homenagem, o comissário extraordinário da basílica, dom Rolandas Makrickas, expressou sua alegria, dizendo: "O presente da Rosa de Ouro é um gesto histórico que expressa visivelmente o profundo vínculo do Papa Francisco com a Mãe de Deus, que é venerada neste santuário sob o título de Salus Populi Romani. O povo de Deus poderá será fortalecido ainda mais em seu vínculo espiritual e devocional com a Santíssima Virgem Maria. À Salus pedimos o dom da paz para o mundo inteiro".