O Papa Francisco recordou a importância deste 21 de novembro, o Dia Mundial Pro Orantibus, quando a Igreja globalmente celebra o precioso presente da vida contemplativa, através de um post compartilhado na rede social “X”.
As mulheres contemplativas são a voz da Igreja que incansavelmente louva, agradece e suplica por toda a humanidade. Com a sua oração são colaboradoras do próprio Deus. Não deixemos faltar a elas nossa gratidão e ajuda concreta. #ProOrantibus
Este dia foi estabelecido por Pio XII em 1953 e é comemorado na memória litúrgica da Apresentação de Nossa Senhora ao Templo. É um convite para nos unirmos em oração por todas as religiosas, religiosos e mosteiros que enfrentam necessidades especiais ao redor do mundo.
As religiosas escolheram viver em Azeir, um pequeno vilarejo rural com cerca de 400 habitantes, a poucos passos de Talkalakh, na Síria, para testemunhar que é possível cultivar a esperança onde a guerra semeou morte e destruição. Cinco freiras trapistas decidiram continuar ali a missão que seus "irmãos" cistercienses iniciaram na Argélia, em Tibhirine. Uma presença viva do evangelho em terras muçulmanas paga com sangue dos sete religiosos mortos em 1996. Mas que deixou uma herança, a convivência pacífica vivida com os fiéis do Islã, que a ordem contemplativa dos cistercienses de estrita observância queria tornar frutífera. Por esse motivo, em 2005, algumas monjas de clausura do mosteiro de Nossa Senhora de Valserena, na Toscana, deram início a uma nova comunidade monástica no Oriente Médio.
O testemunho de Irmã Marta Luisa Fagnani, superiora do mosteiro Nossa Senhora fonte da Paz, ao Vatican News - Rádio Vaticano é sobre o trabalho realizado na pequena comunidade síria de Azeir, onde as pessoas - muçulmanas e cristãs - batem à porta para pedir ajuda ou simplesmente para encontrar "um lugar sereno". Ali, a poucos passos da fronteira com o Líbano, a comunidade de mulheres trapistas é um exemplo de diálogo, ajuda mútua e acolhimento
A superiora do mosteiro conta que as irmãs buscam transmitir um testemunho multifacetado. Primeiramente, almejam viver a vida monástica em sua plenitude, mas, acima de tudo, desejam irradiar esperança e proximidade. Estar ali, com todas as fragilidades e lacunas (seja na linguagem, na adaptação cultural e em diversos outros aspectos), representa uma escolha consciente: “optamos por permanecer, mesmo quando a tentação de partir se torna avassaladora para muitos”. “Onde tudo parece estar em ruínas, buscamos encontrar significado e simplesmente testemunhar o poder de uma vida que transcende qualquer situação de desolação ao redor. Tudo isso é realizado em nome de Cristo”, diz a religiosa ao afirmar que o objetivo que impulsiona as monjas é a esperança de reconstruir. Irmã Marta destaca que a comunidade só consegue viver esse propósito porque o Senhor é o primeiro a permanecer ao lado: “não dependemos somente de forças humanas, mas sim de uma esperança enraizada profundamente na fé”.
-Papa assiste a documentário sobre guerra na Ucrânia: "Crueldade e dor"
Esta noite, o Papa Francisco foi à Sala Nova do Sínodo, às 18h30 locais, durante a projeção do documentário “Freedom on Fire: Ukraine’s fight for freedom”, de Evgeny Afineevsky, russo de origem e estadunitense naturalizado.
Estavam presentes alguns convidados italianos e estrangeiros e membros do Corpo Diplomático, entre eles o embaixador da Ucrânia junto à santa Sé.
O Papa ficou até o final da projeção. Depois do minuto de silêncio em oração pelas vítimas do conflito e um breve pronunciamento do diretor do filme, o Pontífice dirigiu algumas palavras de saudação aos presentes e agradeceu pelo testemunho de tanta dor. “As guerras sempre são uma derrota", recordou, e "nós, que vimos esta crueldade, este povo que defende a sua identidade, devemos estar próximos a tamanho sofrimento e rezar por este povo, rezar para que venha a paz”.
Antes de se despedir, o Papa cumprimentou individualmente alguns convidados e na sequência regressou à Casa Santa Marta.
-Papa: Compartilho a preocupação com a Igreja da Alemanha
Às "preocupações" expressas por quatro mulheres, teólogas e filósofas, sobre os desenvolvimentos do caminho sinodal da Igreja na Alemanha, do qual elas eram delegadas e depois decidiram sair, em uma carta, o Papa respondeu que, sim, ele também está preocupado "com os agora numerosos passos concretos pelos quais grandes porções desta Igreja local continuam a ameaçar se afastar cada vez mais do caminho comum da Igreja universal".
Francisco colocou no papel sua apreensão, já expressa em outras ocasiões anteriores, em uma carta com sua assinatura, datada de 10 de novembro, endereçada à teóloga moral Katharina Westerhorstmann, à teóloga Marianne Schlosser, à filósofa Hanna-Barbara Gerl-Falkovitz e à publicitária Dorothea Schmidt. As quatro acadêmicas enviaram uma carta ao Pontífice em 6 de novembro passado para expressar suas dúvidas e temores sobre os resultados do caminho sinodal alemão concluído nos últimos meses. Um caminho que envolveu 230 delegados, incluindo bispos, padres, leigos e leigas, divididos em grupos de trabalho e focados na discussão de tópicos e questões como a bênção de casais do mesmo sexo, mudanças na moralidade sexual, celibato sacerdotal, poder clerical, combate ao mal do abuso, o papel das mulheres, com um foco especial no diaconato feminino e a possibilidade de ordenação sacerdotal de mulheres. Todos esses tópicos foram incluídos nos quatro documentos apresentados em março.
De particular preocupação para as quatro ex-delegadas está a ideia de estabelecer um comitê sinodal "para preparar a introdução de um conselho de direção e decisão". O Papa, referindo-se a isso em sua carta, enfatiza que tal órgão "na forma delineada no texto relevante da decisão, não pode ser harmonizado com a estrutura sacramental da Igreja Católica". Em seguida, ressalta que sua constituição "foi interditada pela Santa Sé em uma carta datada de 16 de janeiro de 2023, que eu aprovei em uma forma específica", escreve Francisco.
O documento também relembra a Carta ao Povo de Deus sobre o caminho sinodal na Alemanha, publicada em 29 de junho de 2019: cerca de dez páginas divididas em treze pontos, nas quais o Bispo de Roma exortou a liderança da Igreja na Alemanha a caminhar no caminho certo, o do Evangelho, sem transcender para desvios funcionalistas ou reducionismo ideológico. A Carta também foi citada na declaração da Santa Sé de 21 de julho de 2021, na qual ficou claro que o caminho sinodal não pode tomar decisões doutrinárias. Ou seja, não tem "o poder de obrigar os bispos e os fiéis" a "novas formas de governo e novas abordagens à doutrina e à moral", dizia o texto, que concluía com a esperança de que as propostas do caminho na Alemanha pudessem ser incorporadas ao caminho sinodal da Igreja universal.
Relembrando seu importante documento, o Papa escreveu em sua carta às quatro mulheres: "Em vez de buscar a 'salvação' em comitês sempre novos e, com certa autorreferencialidade, discutir sempre as mesmas questões, na minha Carta ao Povo de Deus quis recordar a necessidade da oração, da penitência e da adoração e convidá-los a se abrirem e irem ao encontro dos irmãos e irmãs, especialmente aqueles que estão abandonados na soleira das nossas igrejas, nas ruas, nas prisões e nos hospitais, nas praças e nas cidades". "Estou convencido: lá o Senhor nos mostrará o caminho", diz o Papa Francisco.
O Pontífice concluiu agradecendo a Westerhorstmann, Schlosser, Gerl-Falkovitz e Schmidt pelo trabalho teológico e filosófico e pelo "testemunho de fé": "Por favor, continuem a orar por mim e por nossa preocupação comum com a unidade".
Com relação ao caminho sinodal, foi realizada uma reunião em 26 de julho no Vaticano entre o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e alguns chefes de Dicastérios da Cúria Romana e representantes da Conferência Episcopal Alemã. Essa foi uma continuação do diálogo iniciado com a visita ad limina dos bispos alemães em novembro de 2022, durante a qual foram discutidas as questões teológicas e disciplinares que surgiram no Sínodo da Alemanha. Exatamente um ano atrás, como mencionado, 62 bispos do país se reuniram com o Papa por cerca de uma semana; ao mesmo tempo, eles se encontraram com o Cardeal Parolin e outros chefes de Dicastérios para uma reunião interdicasterial confidencial sem precedentes, descrita pelo presidente da DBK, Dom Georg Bätzing, como "um caso de emergência de sinodalidade".
O próprio Bätzing, reunido com a imprensa no Instituto Augustinianum de Roma para informar sobre o trabalho, disse que estava "aliviado" por essas conversas durante as quais - enfatizou - "tudo, tudo" foi colocado sobre a mesa: críticas, pedidos, propostas, ressalvas "de Roma" e perplexidades. Acima de tudo, as reuniões com o Papa e a Cúria foram uma oportunidade para deixar claro que, por parte dos bispos alemães, não há desejo de criar um "cisma". "Somos católicos", disse Bätzing, "e é isso que queremos continuar a ser".
- Papa congratula-se com o presidente eleito da Argentina
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, confirmou o telefonema entre o Papa e o presidente eleito da Argentina.
Javier Milei conquistou a presidência ao vencer no segundo turno, com 56% dos votos, o peronista Sergio Massa.
Milei é o líder da coalizão “La libertad avanza”.
Fonte: Vatican News