Economia

Setor de serviços começa a crescer na economia brasileira





Após meses de queda, o setor de serviços registrou crescimento das atividades. A alta em junho foi divulgada neste mês pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mais de 150 segmentos foram analisados para o levantamento.

volume de serviços no Brasil cresceu 5% em junho, em comparação a maio, na série com ajuste sazonal. A alta reverteu uma trajetória de quatro meses seguidos de taxas negativas, quando a perda acumulada foi de 19,5% devido aos impactos da pandemia da Covid-19. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (13/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Das atividades pesquisadas, o setor de transportes foi um dos que acompanharam o resultado positivo de junho. O setor cresceu 11,9% entre maio e junho, depois de recuar 25,2% no período de março abril. Entre os segmentos do setor que tiveram crescimento em junho estão o transporte rodoviário de carga, transporte aéreo de passageiros e operação de aeroportos. Houve ainda avanço de 6,9% nos serviços auxiliares aos transportes e correio e de 3,3% nos serviços de informação e comunicação.

 

Também tiveram avanços os serviços profissionais, administrativos e complementares (2,7%), dos serviços prestados às famílias (14,2%) e de outros serviços (6,4%).

 

A retomada do funcionamento de restaurantes colaborou para o resultado positivo do setor de serviços, de acordo com o IBGE. Entre março e maio, a atividade sofreu uma retração de 18,6%. O gerente de um restaurante do Rio de Janeiro, Raphael Rocha, contou que o estabelecimento está retomando o movimento aos poucos e, a expectativa, é voltar a ver a casa cheia.

 

“Ficamos por volta de três meses e meio fechados, agora, com a possibilidade de abertura, por mais que esteja devagar, podemos receber e conseguir pagar contas que ficaram atrasadas durante esses meses e ir retomando de forma gradual o trabalho. Precisamos do público e, gradualmente, as pessoas estão voltando”, disse Raphael.

 

De acordo com o IBGE, os efeitos negativos da pandemia sobre o setor de serviços começaram a ser sentidos apenas nos últimos 10 dias do mês março e se aprofundaram nos dois meses seguintes.

 

“As perdas da pandemia propriamente ditas ocorreram entre março e maio, período em que o setor de serviços acumulou uma perda de 18,6%”, comentou o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE, Rodrigo Lobo.

 

No acumulado do ano, o volume de serviços caiu 8,3% frente a igual período de 2019.

 

Resultado por regiões

 

Das 27 unidades da federação, 21 tiveram expansão no volume de serviços em junho, quando comparado a maio. Entre os locais com resultados positivos no mês, São Paulo (5,1%) teve o crescimento mais importante, com 5,1%, após cair 19,5% entre fevereiro e maio deste ano.

 

Crescimento na atividade turística

 

Pelo segundo mês seguido, o índice de atividades turísticas teve taxa positiva. Em junho, o avanço foi de 19,8% em comparação a maio. Com os impactos das medidas preventivas para o combate à pandemia da Covid-19, o segmento de turismo tinha uma perda acumulada entre março e abril de 68,1%.