Cultura

O Papa: muitas guerras e sofrimentos, que Deus traga a paz justa





Após a catequese da Audiência Geral, Francisco renovou a exortação a rezar pelos povos que sofrem com os vários conflitos, lembrando em particular a martirizada Ucrânia e entre israelenses e palestinos. Diante da dor sofrida pelas crianças, pelos idosos, pelos doentes e pelos jovens, ele fez um novo apelo: "A guerra é sempre uma derrota: não nos esqueçamos".

O Papa Francisco pediu, mais uma vez, na Audiência Geral desta quarta-feira (08/11), para rezar pelos povos que sofrem com a guerra.

Não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia e pensemos nos povos palestino e israelense. Que o Senhor nos conduza a uma paz justa. Há muito sofrimento.

A guerra é sempre uma derrota

Em suas saudações aos peregrinos de língua italiana presentes na Praça São Pedro para a Audiência Geral, o Pontífice invocou insistentemente a paz:

As crianças sofrem, os doentes sofrem, os idosos sofrem e muitos jovens morrem. Não nos esqueçamos de que a guerra é sempre uma derrota.

Olhando ao conflito no Oriente Médio, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários afirma que cerca de 15 mil pessoas fugiram da Cidade de Gaza na última terça-feira (07/11), em relação às 5 mil da última segunda-feira e 2 mil no domingo. Um número que é considerado um "aumento acentuado". Enquanto isso, o Exército israelense matou, durante a noite, Mohsen Abu Zina, chefe da produção de armas do Hamas, especialista no desenvolvimento de armas estratégicas e foguetes usados por terroristas, em um ataque aéreo direcionado. Na frente de guerra na Ucrânia, os ministros das Relações Exteriores do G7 se declararam "unidos" em sua determinação de continuar fornecendo "forte apoio" ao país invadido pela Rússia.

Livrar a terra do mal

Em sua bênção aos fiéis de língua árabe, o Papa também invocou proteção "contra todo o mal" e pediu ao Senhor Jesus, em particular, um dom:

A coragem de agir com todos aqueles que trabalham na terra para libertá-la do mal e restaurá-la à sua bondade original.

Secularização, não reclamar, mas testemunhar com fraternidade

Após a catequese, dedicada à figura de Madeleine Delbrêl, Francisco saudou outros grupos de peregrinos dentre os quais os peregrinos de língua francesa, em particular os membros da União Nacional das Associações Familiares Católicas. Em seguida, fez um convite:

Diante de nosso mundo secularizado, não nos queixemos, mas vejamos nele um chamado para provar nossa fé e um convite a comunicar a alegria do Evangelho a todos aqueles que têm sede de Deus. Peçamos ao Senhor a graça de testemunhar nossa fé diariamente por meio da fraternidade e da amizade vivida com cada um.

Convidando os fiéis a se tornarem “pedras vivas a serviço do Senhor”, o Papa recordou a celebração, na quinta-feira, 9 de novembro, da festa litúrgica da Dedicação da Basílica de São João de Latrão: um aniversário, especificou o Bispo de Roma, que deveria provocar este ardor.

Polônia, aniversário da independência: agradecer a Deus

Por fim, o Sucessor de Pedro mencionou, na sua saudação aos peregrinos poloneses, o iminente aniversário da reconquista da independência da Polônia, que se celebra em 11 de novembro. “Este aniversário os encoraja a ser gratos a Deus”, afirmou o Papa, que exortou: “Transmitam sua história às novas gerações”.

 

- O Papa Francisco batiza na Casa Santa Marta uma criança ucraniana

Chama-se Zakhariy e ele tem três meses de idade, o último dos dez filhos de um jovem casal ucraniano. O rito foi realizado na segunda-feira, 6 de novembro, na capela da Casa Santa Marta

Um momento de grande alegria em um período muito difícil. Foi o que viveram os jovens pais ucranianos de Zakhariy, o bebê de três meses batizado pelo Papa Francisco na capela da Casa Santa Marta na tarde de segunda-feira, 6 de novembro.

O nome dele é Vitaly, 37 anos, o dela é Vita, 35 anos, e o pequeno é o último de dez filhos, sete meninos e três meninas. Eles vivem em Kamianets-Podilskyi, no oeste da Ucrânia, em uma região relativamente segura da guerra desencadeada pela Rússia em fevereiro do ano passado. Eles pertencem ao Caminho Neocatecumenal e, nos últimos anos, experimentaram a providência em meio a muitas dificuldades familiares, que se agravaram ainda mais após a invasão russa.

"Enfrentamos tudo graças a Deus, porque Deus sempre cuida da nossa família", diz a mãe do pequeno. "Há uma guerra no país" e "é muito difícil. Todos estão orando para que essa guerra termine logo, para que todos os prisioneiros voltem para casa e para que não haja mais mortes."

O batismo de segunda-feira "foi um grande presente para nossa família", acrescenta a mulher: "Eu nunca poderia sequer sonhar que poderíamos estar com o Santo Padre e que ele poderia batizar nosso filho. Mas Deus está fazendo uma história tão maravilhosa conosco, que ainda não entendemos completamente".

Também estava presente no rito dom Leon Dubrawski, bispo de Kamianets-Podilskyi dos Latinos, que lembrou como o amor de Deus é transmitido de geração em geração por meio da família. Foi o prelado que acompanhou o jovem casal até o Vaticano.

Francisco continua lembrando ao mundo o drama do "atormentado povo ucraniano": o batismo do pequeno Zakhariy é uma nova esperança para essa jovem e numerosa família que não consegue esquecer a guerra, mas continua tendo fé em um futuro de paz.

 

- Papa faz 5 nomeações para o Brasil

Nesta quarta-feira (8), Francisco aceitou uma renúncia e fez cinco nomeações para o Brasil. No Amazonas, o Pontífice aceitou a renúncia da diocese de São Gabriel da Cachoeira, apresentada por dom Edson Tasquetto Damian, nomeando o Pe. Raimundo Vanthuy Neto como novo bispo. Na diocese de Parnaíba, no Piauí, o Papa nomeou como bispo dom Edivalter Andrade, enquanto as arquidioceses de Manaus e da Paraíba agora têm novos bispos auxiliares e a de Maceió, um novo arcebispo coadjutor.

O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese de São Gabriel da Cachoeirano Amazonas, apresentada por dom Edson Tasquetto Damian, por motivo de idade, conforme o Código de Direito Canônico. O gaúcho de Jaguari estava em missão no norte do país desde 2009. O Pontífice então nomeou como novo bispo do terceiro maior município brasileiro em extensão territorial, localizado na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, o Pe. Raimundo Vanthuy Neto, do clero de Roraima, reitor do Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida e do Seminário Propedêutico.

A biografia de Pe. Raimundo Vanthuy Neto

Padre Raimundo Vanthuy Neto nasceu em 10 de maio de 1973, em Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, diocese de Mossoró. Em 1991 ingressou no Seminário São José da arquidiocese de Manaus, onde fez seus estudos de Filosofia e Teologia no então Centro de Estudos do Comportamento Humano. Foi ordenado diácono em 11 de julho de 1999 e presbítero em 3 de junho de 2001.

Mestre em Teologia, com especialização em Missiologia (1998/2000) pela então Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Fez seu estágio diaconal na Paróquia Sagrada Família – diocese de Santos (1998/2000). Foi diretor e professor do Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia – ITEPES (2014/17), hoje Faculdade Católica do Amazonas. Colabora com os estudos sobre o Cristianismo e Povos Indígenas na Amazônia. Acompanha a vida eclesial desta região com seus encontros inter regionais de bispos desde 1997, quando se celebrou os 25 anos do Documento de Santarém. Participou como auditor do Sínodo para a Amazônia 2019.

Na vida pastoral, foi pároco nas Paróquias: Nossa Senhora Consolata (2001/2004), Catedral Cristo Redentor e Matriz Nossa Senhora do Carmo (2005/2013) em Boa Vista; vigário da Área Missionária do Município do Cantá; acompanhou a Coordenação de Evangelização e Pastoral da Diocese (2002/2005); padre cooperador da Catedral de Nossa Senhora da Conceição; atualmente Reitor da Casa Vocacional – Seminário Menor e Reitoria Nossa Senhora Aparecida; ajuda na Formação das Lideranças Leigas na Escola de Teologia Pastoral da diocese de Roraima e na Escola para o diaconato permanente.

Padre Vanthuy é membro do Instituto Secular – Associação dos Padres do Prado; colaborou no Conselho Nacional do Prado no Brasil (2017/2023); viveu o Ano Internacional Pradosianoem Lyon – França. Atualmente é membro do Colégio de Consultores, do Conselho Presbiteral e colabora como chanceler da diocese de Roraima.

A nomeação para Parnaíba, no Piauí

Nesta quarta-feira (8), o Papa também nomeou bispo da vacante diocese da cidade litorânea de Parnaíba, no Piauí, dom Edivalter Andrade, transferindo-o da diocese de Floriano, no mesmo estado. A diocese de Parnaíba estava vacante desde a transferência de dom Juarez de Souza da Silva para a Arquidiocese de Teresina, em janeiro deste ano.)

A biografia de dom Edivalter Andrade

Dom Edivalter Andrade nasceu em 17 de abril de 1962 em Barra de São Francisco, diocese de São Mateus, no estado do Espírito Santo. Estudou Filosofia (1982-1984) e Teologia (1985-1989) no Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória. Frequentou cursos para formadores de Seminários, um em Viamão (1990-1991) e outro em Roma (1997).É formado em Serviço Social pela Universidade Federal do Espírito Santo (1993-1997).

Recebeu a ordenação sacerdotal em 8 de outubro de 1989 e foi incardinado na diocese de São Mateus, onde desempenhou os seguintes cargos: Vigário paroquial em Água Doce (1990-1992); Reitor do Seminário Maior (1990-1998); Administrador paroquial em Barra de São Francisco (1995); Pároco em Jaguaré (1998-2001); Pároco da Catedral (2002-2014); Coordenador Diocesano de Pastoral (2002-2014); Diretor da Caritas diocesana; Ecônomo; Diretor da Rádio Kairós; Membro do Conselho Presbiteral; Pároco de São Francisco de Assis, em Barra de São Francisco, e Vigário forâneo.

Foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo de Floriano, no Piauí, em março de 2017, ocupando o posto de terceiro bispo da diocese.

A nomeação para Manaus, no Amazonas

O Papa Francisco também nomeou um novo bispo auxiliar para a Arquidiocese de Manaus (AM). Atendendo à solicitação do cardeal Leonardo Ulrich Steiner, foi escolhido o Pe. Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, atualmente pároco da catedral. Ele será titular de “Macri” e auxiliar na Arquidiocese de Manaus. 

A biografia de Pe. Joaquim Hudson de Souza Ribeiro

Natural de Parintins (AM), padre Joaquim Hudson nasceu no dia 31 de agosto de 1973. Sua formação foi realizada no Seminário Arquidiocesano São José, em Manaus. Os estudos de Filosofia e Teologia foram no Centro de Estudos do Comportamento Humano. Padre diocesano, foi ordenado em 12 de outubro de 1999.

Na arquidiocese de Manaus, assumiu funções de pároco de quatro Paróquias, sendo o atual da Catedral Metropolitana de Manaus, dentre outros serviços, conselhos e comissões. Possui graduação em Psicologia e quatro especializações na mesma área; mestrado em Educação pela Università Cattolica del Sacro Cuore, em Milão, na Itália; e doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo, e pós-Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade do Porto, em Portugal.

Padre Joaquim coordena o Serviço de Atendimento Psicológico Familiar da Arquidiocese de Manaus e é assessor da Cáritas Arquidiocesana de Manaus com foco em crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual. Atua junto à Pastoral do Povo da Rua e é diretor da Faculdade Católica do Amazonas e pesquisador de uma universidade pública.

A nomeação para a Paraíba

Nesta quarta-feira (8), o Papa Francisco também acolheu a solicitação do arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, de poder contar com a colaboração de um auxiliar. Assim, nomeou o Pe. Alcivan Tadeus Gomes de Araújo, do clero da diocese de Caicó (RN), como bispo titular de “Fata” e auxiliar da Arquidiocese da Paraíba. Padre Alcivan tem 51 anos e atualmente é pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó (RN). 

A biografia de Pe. Alcivan Tadeus Gomes de Araújo

Padre Alcivan Tadeus Gomes de Araújo nasceu no dia 21 de maio de 1972, em Cerro Corá (RN), filho de Valdenor Florêncio de Araújo (in memoriam) e Francisca Alcioneide Gomes de Araújo.

Ingressou no curso propedêutico do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars, em Caicó, no ano de 1990. No ano seguinte, transferiu-se para o Seminário Arquidiocesano de São José do Rio de Janeiro para cursar filosofia na Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II e Teologia no Instituto Superior de Teologia da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, entre 1993 e 1996. A ordenação presbiteral foi no dia 1º de fevereiro de 1997.

Padre Alcivan é mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, tendo cursado a formação entre 2009 e 2012.

Na diocese de Caicó, desempenhou diversas funções, como pároco, vigário episcopal para os Ministérios e Vocações, ecônomo, vigário judicial da diocese e vigário judicial adjunto e vice-presidente do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Natal (RN). Também foi diretor espiritual da Casa de Formação Inicial São João Paulo II e do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars; e diretor assistente das Rádios 95.9 FM e 102.7 Rural FM de Caicó. Fez parte como membro: do Colégio dos Consultores e do Conselho Presbiteral; da Comissão Diocesana de Arquitetura e Artes Sacras; e do Conselho Diretor da Fundação Educacional Sant’Ana.

Em sua atuação pastoral, desempenhou as funções de vigário paroquial das Paróquias de Sant’Ana e Imaculada Conceição em Currais Novos (1997); reitor do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars (1998); administrador da Área Pastoral Autônoma de Nossa Senhora do Patrocínio em São Fernando (RN) (1998); pároco da Paróquia de São Francisco de Assis em Lagoa Nava (RN) (1999-2002); presidente do Departamento Diocesano de Ação Social/DDAS (2004-2007); pároco da Paróquia de São Sebastião de Parelhas (RN) (2003-2009); administrador paroquial da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios de Cruzeta (RN) (2012); pároco da Paróquia de Sant’Ana de Caicó (2015-2022) e Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó (RN) (2023).

A nomeação para Maceió

O Papa Francisco ainda acolheu o pedido do arcebispo de Maceió (AL), dom Antônio Muniz Fernandes, para poder contar com a colaboração de um coadjutor. O eleito pelo Papa foi dom Carlos Alberto Breis Pereira, atualmente bispo da Diocese de Juazeiro (BA). Dom Beto será bispo coadjutor da Arquidiocese de Maceió.

A biografia de dom Carlos Alberto Breis Pereira

Catarinense de São Francisco do Sul, dom Beto nasceu em 16 de setembro de 1965 e é frade menor franciscano desde a década de 1980. Ele ingressou na Província Franciscana da Imaculada Conceição e fez o noviciado. Depois, se transferiu para a Província de Santo Antônio do Brasil, no Nordeste, onde emitiu a profissão religiosa como Frade Menor Franciscano em 10 de janeiro de 1987 e foi ordenado sacerdote em 20 de agosto de 1994.

Os estudos de Filosofia foram realizados no Instituto de Teologia do Recife (Iter), entre 1988 e 1989. E a Teologia foi cursada no Instituto Franciscano de Teologia de Olinda (IFTO), de 1990-1993. Dom Beto licenciou-se, ainda, em Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma entre 2005 e 2007.

No âmbito da sua ordem religiosa, desempenhou diversas funções, como mestre dos professores temporários; secretário provincial da formação e estudos; guardião e definidor provincial; vigário provincial; moderador da formação permanente; coordenador do serviço de formação da Conferência dos Frades Menores no Brasil; e ministro provincial da Província de “Santo Antônio”, com sede em Recife. Também desempenhou a função de pároco durante o ministério presbiteral.

Em fevereiro de 2016, foi nomeado bispo coadjutor de Juazeiro (BA). Em 7 de setembro do mesmo ano, tomou posse como o quarto bispo da diocese. No quadriênio de 2019 a 2023, foi membro da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB e vice-presidente do Regional Nordeste 3 da Conferência. Neste ano, foi eleito presidente do Regional.

Fonte: Vatican News - CNBB