O Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado (04/11), os membros do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (INBRAC)/Rede Vida de Televisão em audiência. O Conselho Superior do instituto é presidido pelo cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.
O encontro teve lugar no Palácio Apostólico, e entre os presentes estava o fundador da emissora católica, o jornalista João Monteiro de Barros Filho, que completará 85 anos amanhã, 05/11.
A Rede Vida, conhecida como o canal da família e a TV da boa notícia, compromete-se com a formação e a informação por meio de seus canais de comunicação. A emissora aberta de cobertura nacional oferece um espaço para as pastorais da igreja, bem como para os diversos movimentos religiosos, o diálogo ecumênico e inter-religioso.
O "clamor" de Francisco para que o mundo se comprometa com uma resposta à crise climática, ou seja, o mesmo clamor lançado na Laudato si' e depois cristalizado na Laudate Deum, ressoará em dezembro em Dubai. No emirado futurista, uma cidade de opulência e arquitetura ultramoderna, um dos maiores exportadores de energia fóssil, mas, ao mesmo tempo, um grande investidor em energias renováveis, será realizada a Cop28, o evento mais importante do ano organizado pela ONU, onde os líderes mundiais terão que fazer um balanço do progresso e dos atrasos naquilo que o Papa, inspirando-se em São Francisco, define como "o cuidado de nossa casa comum".
A Cop ("Conferência das Partes") abrirá suas portas no próximo dia 30 de novembro até 12 de dezembro, e esta 28ª edição verá pela primeira vez a participação presencial de um Pontífice, Francisco, em sua segunda viagem aos Emirados Árabes Unidos, após sua viagem a Abu Dhabi em fevereiro de 2019, ocasião em que foi assinada a histórica Declaração sobre a Fraternidade Humana.
A viagem internacional, a 45ª do pontificado e a sexta em 2023, foi confirmada hoje pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. "Aceitando o convite de Sua Alteza Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sua Santidade o Papa Francisco viajará, como anunciado, para Dubai, de 1º a 3 de dezembro de 2023, por ocasião da próxima Conferência Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (Cop-28)", diz o comunicado, sem mais informações sobre o programa.
O próprio Papa já havia anunciado sua presença em uma entrevista recente ao Tg1 (telejornal italiano): "Sim, eu irei a Dubai. Acho que partirei em 1º de dezembro até 3 de dezembro. Ficarei três dias lá", disse o Pontífice, lembrando que foi justamente uma Cop, a de número 21 de 2015 realizada em Paris, que deu o impulso para a elaboração da encíclica social Laudato si'.
"Lembro-me de quando fui a Estrasburgo, ao Parlamento Europeu, e o presidente Hollande enviou a ministra do Meio Ambiente, Ségolène Royal, para me receber e ela me perguntou: 'Mas o senhor está preparando alguma coisa sobre o meio ambiente? Faça isso antes da reunião de Paris'. Chamei alguns cientistas aqui, que se apressaram e a Laudato Si' foi publicada antes de Paris. E a reunião de Paris foi a melhor reunião de todas. Depois de Paris, todo mundo retrocedeu e é preciso coragem para seguir em frente", disse Jorge Mario Bergoglio.
Agora, à luz da Laudate Deum publicada em 4 de outubro, dia da memória litúrgica do Santo de Assis, de quem tomou o nome e a missão, Francisco também quer se fazer presente fisicamente nesse importante encontro internacional, sobre o qual, além disso, pesam as recentes tensões na Europa e no Oriente Médio.
O Papa dedicou um capítulo inteiro de sua exortação apostólica ao encontro de Dubai: "O que se espera do Cop28 de Dubai?" é o título, e nele estão condensadas as expectativas e esperanças do bispo de Roma, que olha para a realidade de Dubai onde, diz ele, "as companhias petrolíferas e do gás têm a ambição de realizar novos projetos para expandir ainda mais a sua produção". "Adotar uma atitude renunciante a respeito da Cop28 seria auto lesivo, porque significaria expor toda a humanidade, especialmente os mais pobres, aos piores impactos da mudança climática", escreve o Papa.
"Se temos confiança na capacidade do ser humano transcender os seus pequenos interesses e pensar em grande, não podemos renunciar ao sonho de que a Cop28 leve a uma decidida aceleração da transição energética, com compromissos eficazes que possam ser monitorizados de forma permanente", diz ainda a exortação papal. "Esta Conferência pode ser um ponto de virada, comprovando que era sério e útil tudo o que se realizou desde 1992; caso contrário, será uma grande desilusão e colocará em risco quanto se pôde alcançar de bom até aqui."
As preocupações do Papa também foram compartilhadas pelo Sultan Al Jaber, Ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos e Presidente da Cop28, que o Papa Francisco recebeu em 11 de outubro no Palácio Apostólico. Em uma entrevista à mídia do Vaticano, Al Jaber expressou o apreço dos Emirados Árabes Unidos pelo "firme apoio" do Papa à "ação climática positiva para promover o progresso humano" e também reiterou o compromisso de seu país de "fazer todo o possível para unir as partes, garantir a inclusão, obter compromissos e ações claros e realizar uma ação climática ambiciosa para as pessoas em todo o mundo". Em seguida, delineou o "ponto de atrito" que orienta os participantes da conferência, "manter o aumento da temperatura dentro de 1,5 grau Celsius", e o objetivo principal: "Reduzir 22 gigatoneladas de emissões até 2030". "A mudança climática já está nos afetando", disse o ministro, "temos que nos adaptar a essa mudança."
Meninos e meninas de 7 a 12 anos, estimados em mais de 6 mil, provenientes de diferentes partes do mundo, serão os protagonistas do encontro "Aprendamos com os meninos e as meninas", que será realizado, em 6 de novembro, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com a presença do Papa Francisco, que responderá às suas perguntas. Muitas pessoas sentaram-se à mesa dos relatores durante a coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira (17/10), na Sala de Imprensa da Santa Sé, mas também estiveram presentes alguns menores, porque são numerosas as realidades eclesiais e civis que foram envolvidas na organização de um dia inteiramente dedicado a ouvir suas vozes.
O Papa Francisco anunciou a iniciativa no Angelus de 1° de outubro, da janela da Residência Apostólica junto com 5 meninos e meninas representando os cinco continentes. "É um encontro - disse - para manifestar o sonho de todos: voltar a ter sentimentos puros como as crianças, porque o Reino de Deus pertence a quem é como criança. As crianças nos ensinam a clareza das relações e o acolhimento espontâneo de quem é forasteiro e o respeito por toda a Criação. Queridas crianças, espero todas vocês para que eu possa aprender com vocês também".
O cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, principal organizador do evento, abrindo a coletiva com os jornalistas, retomou as palavras repetidas várias vezes pelo Papa nas quais sublinha que os sonhos são importantes porque permitem que nosso olhar seja amplo, que os sonhos dos jovens são os mais importantes e que o que precisa ser feito é transformar esses sonhos em realidade. “Hoje, os conflitos e as guerras – afirmou o cardeal – exigem de todos nós esta coragem, a coragem de sonhar a paz e de conquistar a paz. Aprendamos das crianças a ter esta coragem”. A dor do que está acontecendo no mundo e a esperança das crianças, continuou o prefeito, são os dois sentimentos que nos acompanham na preparação da iniciativa. “Para fazer a paz é preciso muito mais coragem do que para fazer a guerra - afirmou ainda - é preciso mais coragem para dizer sim ao diálogo e não ao conflito. (...) Que as crianças que encontraremos no dia 6 de novembro sejam para nós uma fonte desta coragem".
Em particular, os Franciscanos, a Comunidade de Santo Egídio, a Cooperativa Auxilium apoiam a iniciativa da qual também participam a Federação Italiana de Futebol e Trenitalia para a organização do transporte dos participantes para Roma de todas as regiões da Itália, com 8 trens especiais e alguns ônibus, explicou Maria Luisa Grilletta, diretora de Planejamento Industrial. Mas é o escritor e piloto Aldo Cagnoli quem conta como tudo começou a partir de um diálogo entre ele e o filho de 12 anos. O Papa Francisco tinha doado a Cagnoli uma cópia da Encíclica Laudato si', escrevendo uma dedicatória ao menino. Recebendo-a de presente, o jovem perguntou ao pai o que é uma encíclica. "É algo muito importante – disse-lhe – que você lerá quando você for grande". "Se é algo importante, então se eu ler quando eu for grande, será tarde demais!" "Dessa conversa e do “será tarde demais”, nasceu a ideia de primeiro escrever um livro para crianças sobre a Laudato si’ e depois planejar um encontro para elas onde os adultos possam ouvir suas vozes e aprender com os menores", disse Cagnoli.
O frade menor Conventual pe. Enzo Fortunato falou em nome da família franciscana e descreveu o programa do encontro. Ele explicou que a cola de tudo será o amor, a necessidade de amor e de ser acolhido que toda criança sente profundamente. O dia terá início às 12h na Basílica de São Pedro que receberá os grupos que já chegaram para um momento de catequese e oração no túmulo de São Pedro. A partir das 14h, na Sala Paulo VI, vários grupos provenientes do Vietnã, da Austrália, do Brasil (Amazônia), do Benin e da Itália se revezarão com cantos e testemunhos. O Coral Antoniano animará o encontro e o cantor Mr. Rain, favorito das crianças, também cantará uma música. Após a chegada do Papa, às 15h30, o seu breve discurso será seguido de um diálogo de perguntas e respostas entre Francisco e os meninos e meninas. Enviamos uma carta a todas as escolas, sublinhou o pe. Fortunato, pedindo para fazer emergir as perguntas das crianças, a sua imaginação, para que sejam protagonistas do encontro com o Papa. E concluiu, dizendo que está feliz pela grande resposta e entusiasmo despertados pela iniciativa que vão além de qualquer expectativa inicial.
Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Santo Egídio, afirma que a delegação das crianças que será acompanhada ao encontro pela Comunidade será internacional, composta principalmente por novos italianos, ou seja, filhos de imigrantes, mas haverá também crianças refugiadas que chegaram à Itália através de corredores humanitários. Ele falou das “Escolas da Paz” que Santo Egídio promove e de uma mostra intitulada “Façamos a Paz!”, que será montada na Sala Paulo VI, na qual se ouvirão as vozes das crianças dizendo não à guerra depois de experimentá-la em sua própria pele. “Os adultos – afirma Impagliazzo – muitas vezes estão convencidos de que têm pouco a aprender das crianças que, se forem ouvidas, nos dizem muito, como o respeito pelas pessoas e pela criação”. Nestas “Escolas da Paz”, continuou ele, as crianças preparam perguntas motivadas simplesmente pela pergunta: “O que você gostaria de perguntar ao Papa Francisco?”. “Eles estão fazendo isso de forma livre e simples: alguns manifestam curiosidade pelo Papa e sua vida, apontou, mas outros destacam a importância dos relacionamentos, da família, da dor, da felicidade, da morte, questões das quais transparece que somente se você for aceito e amado poderá ser feliz". Todas essas perguntas, disse ele, ainda serão levadas ao Papa, mesmo que nem todas poderão ser feitas durante o encontro. Há muita expectativa e emoção por este evento, concluiu, em que o Papa nos mostrará como ouvir as crianças e será uma oportunidade para renovar o pacto entre gerações a fim de olhar o futuro com mais confiança.
Por fim, Angelo Chiorazzo, fundador da Cooperativa Auxilium, confirma a onda de pedidos que chega de todos os cantos do mundo para a participação no encontro, no Vaticano. Será uma forma de chamar a atenção de todos, para as crianças, muitas vezes esquecidas. Mas o que podemos aprender com elas?, perguntou Chiorazzo. “Que precisamos dos outros, que precisamos do amor e da capacidade de perdoar”, respondeu, lembrando que hoje no mundo se matam mais crianças do que combatentes, basta olhar para o que está acontecendo atualmente no Oriente Médio. Entre os presentes na Sala de Imprensa da Santa Sé estava Flavio Lotti, coordenador da Mesa da Paz. No final da conferência, manifestou o seu apreço pela iniciativa para a qual tem o prazer de contribuir, uma iniciativa que, segundo ele, representa uma nova etapa no percurso de formação dos jovens como construtores da paz, no qual estão envolvidos muitos sujeitos. Focar nas crianças, afirmou, é responder às muitas dores e angústias que hoje nos oprimem e significa investir no futuro.