Vós, queridas mulheres, nascerdes e crescerdes em contextos poluídos pela criminalidade mafiosa, e decidiram sair deles. Abençoo essa vossa escolha e vos encorajo a seguir em frente. Imagino que haja momentos de medo, de atordoamento... Nesses momentos, pensai no Senhor Jesus que caminha ao vosso lado. Vós não estáis sozinhas.
Com essas palavras, o Papa dirigiu-se na manhã desta segunda-feira, 30 de outubro, na Sala do Consistório, no Vaticano, a um grupo de mulheres que deixaram a máfia, um grupo de 50 senhoras. Elas encontravam-se acompanhadas pelo padre Luigi Ciotti - fundador do Grupo Abel -, sacerdote italiano que sempre trabalhou pelo resgate de pessoas que vivem em contextos de degrado social.
Em sua breve saudação, Francisco lembrou-lhes que entre os discípulos de Jesus havia também algumas mulheres. Essas mulheres - como os homens - não eram pessoas perfeitas e "angelicais": eram mulheres provadas pela vida, às vezes "infectadas" pelo mal. Eram mulheres que Jesus acolheu com compaixão e ternura e as curou. Com Ele, elas fizeram o caminho da libertação. E fizeram isso exatamente caminhando com Ele e com os outros discípulos.
É assim que acontece: a pessoa se torna livre não por mágica, mas caminhando com o Senhor, compartilhando seus passos, seu caminho, que necessariamente passa pela cruz e leva à ressurreição.
O Santo Padre recomendou a elas terem sempre consigo um pequeno Evangelho, convidando-as a todos os dias ler uma passagem, com calma, e imaginando estar com o Senhor, em meio aos discípulos.
"E, na realidade, é exatamente assim: Ele caminha conosco todos os dias na estrada da vida. Sua cruz dá sentido às nossas cruzes e sua ressurreição é uma fonte de esperança", acrescentou o Pontífice, agradecendo mais uma vez pela visita e assegurando acompanhá-las com a oração por elas e por seus entes queridos, especialmente os filhos.
Preocupação com a situação na Terra Santa, apelo para não ampliar o conflito, e uma solução de dois Estados para a paz no Oriente Médio. Estes são os conteúdos da conversa telefônica entre Paul R. Gallagher, arcebispo Secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, e Hossein Amir-Abdollahian, Ministro das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã. O comunicado foi feito pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, explicando que a conversa foi solicitada pelo ministro iraniano.
Na conversa, segundo Bruni, "Gallagher expressou a séria preocupação da Santa Sé com o que está acontecendo em Israel e na Palestina, reiterando a necessidade absoluta de evitar a ampliação do conflito e de alcançar uma solução de dois Estados para uma paz estável e duradoura no Oriente Médio".
Ontem, durante o Angelus na Praça São Pedro, o Papa Francisco fez um apelo pelo "cessar fogo" e pela criação de espaço para a ajuda humanitária em Gaza, onde a situação está piorando a cada hora, e também pela libertação dos reféns. "Que ninguém desista da possibilidade de parar as armas. Cessar-fogo! Parai, irmãos e irmãs! A guerra é sempre uma derrota, sempre!", disse Francisco da janela do Palácio Apostólico.
Em 26 de outubro, o próprio Papa teve uma conversa telefônica com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, na qual expressou - de acordo com Bruni - "sua tristeza pelo que está acontecendo". O pontífice também lembrou "a posição da Santa Sé, esperando que uma solução de dois Estados e um status especial para a cidade de Jerusalém pudessem ser alcançados".
Em 22 de outubro, o Papa Francisco havia telefonado para o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: no centro da conversa estavam as situações de conflito no mundo e a necessidade de identificar caminhos de paz.