Jesus não quer ser um protagonista da história, mas do seu hoje, do meu hoje; não um profeta distante, Jesus quer ser o Deus próximo! Foi o que disse o Papa no Angelus ao meio-dia deste Domingo, XXI do Tempo Comum, em que refletiu sobre o Evangelho do dia.
Na alocução que precedeu a oração mariana rezada com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, Francisco apresentou a pergunta que Jesus faz a seus discípulos: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"
Essa é uma pergunta que também podemos nos fazer: o que as pessoas dizem sobre Jesus? Em geral, coisas boas - ressaltou Francisco: muitos o veem como um grande mestre, como uma pessoa especial: boa, justa, coerente, corajosa... Mas isso é suficiente para entender quem é e, sobretudo, é suficiente para Jesus? Não.
De fato, prosseguiu o Pontífice, se Ele fosse apenas um personagem do passado - como as figuras mencionadas no Evangelho, João Batista, Moisés, Elias e os grandes profetas eram para as pessoas da época -, seria apenas uma bela lembrança de um tempo que se foi. E isso não agrada a Jesus. Por isso, logo em seguida, o Senhor faz aos discípulos a pergunta decisiva: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Quem sou eu para vós agora?
Cristo não é uma lembrança do passado, mas o Deus do presente. Se fosse apenas um personagem histórico, imitá-lo hoje seria impossível: nós nos encontraríamos diante da grande vala do tempo e, sobretudo, diante de seu modelo, que é como uma montanha altíssima e inalcançável, querendo escalá-la, mas sem a capacidade e os meios necessários.
Em vez disso, ressaltou o Santo Padre, Jesus está vivo e nos acompanha, está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra e a sua graça, que nos iluminam e restauram no caminho: Ele, guia experiente e sábio, tem a satisfação em nos acompanhar nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais inacessíveis.
Queridos irmãos e irmãs, na estrada da vida não estamos sozinhos, porque Cristo está conosco e nos ajuda em nosso caminho, como fez com Pedro e os outros discípulos. É justamente Pedro, no Evangelho de hoje, que entende isso e, pela graça, reconhece em Jesus "o Cristo, o Filho do Deus vivo": não um personagem do passado, mas o Cristo, ou seja, o Messias, aquele que é esperado no presente; não um herói morto, mas o Filho do Deus vivo, feito homem e que veio compartilhar as alegrias e as fadigas do nosso caminho.
Não desanimemos, portanto, se às vezes o cume da vida cristã parecer muito alto e o caminho muito íngreme. Olhemos para Jesus, que caminha ao nosso lado, que acolhe nossas fragilidades, compartilha nossos esforços e apoia seu braço firme e gentil em nossos ombros fracos. Com Ele por perto, também nós estendamos a mão uns aos outros e renovemos nossa confiança: com Jesus, o que sozinhos parece impossível não o é mais!
Hoje nos fará bem repetir a pergunta decisiva que sai de sua boca: "Vós quem dizeis que eu sou?". Em outras palavras: quem é Jesus para mim? Um grande personagem, um ponto de referência, um modelo inatingível? Ou o Filho Deus, que caminha ao meu lado, que pode me levar ao topo da santidade, onde não posso chegar sozinho? Jesus está realmente vivo em minha vida, Ele é meu Senhor? Eu me confio a Ele em momentos de dificuldade? Cultivo sua presença por meio da Palavra e dos Sacramentos? Deixo-me guiar por Ele, junto com meus irmãos e irmãs, na comunidade?
Maria, Mãe do caminho, ajude-nos a sentir seu Filho vivo e presente ao nosso lado, concluiu o Papa.
- O Papa: sinto-me feliz por ir à Mongólia, onde estarei como irmão de todos
Após a oração mariana do Angelus, este domingo, 27 de agosto, o Santo Padre destacou aos fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro que na próxima quinta-feira partirá para a Mongólia para mais uma viagem apostólica internacional, pedindo a todos que acompanhem com a oração esta visita ao país:
Na quinta-feira, partirei para uma viagem de alguns dias ao coração da Ásia, à Mongólia. Essa é uma visita muito desejada, que será uma oportunidade para abraçar uma Igreja pequena em números, mas vivaz na fé e grande na caridade; e também para conhecer de perto um povo nobre e sábio, com uma grande tradição religiosa que terei a honra de conhecer, especialmente no contexto de um evento inter-religioso. Gostaria agora de me dirigir a vocês, irmãos e irmãs da Mongólia, dizendo que estou feliz por viajar para estar entre vocês como um irmão de todos.
Francisco aproveitou a oportunidade para, desde já, agradecer às autoridades do país asiático pelo gentil convite e àqueles que, com grande empenho, estão preparando sua vinda. “Peço a todos que acompanhem esta visita com orações”, exortou por fim o Pontífice.
-O Papa: orações pelas vítimas na Grécia e proximidade ao povo ucraniano
No Angelus deste domingo, XXI do Tempo Comum, após a oração mariana, o Santo Padre voltou seu pensamento para a Grécia, devastada por incêndios no nordeste do país, assegurando suas orações; e mais uma vez pediu proximidade ao povo ucraniano, que sofre com a guerra, insistindo para que não nos esqueçamos da Ucrânia:
Asseguro a recordação também na ração pelas vítimas dos incêndios desencadeados estes dias no nordeste da Grécia e expresso solidária proximidade ao povo grego. E também continuemos próximos do povo ucraniano, que sofre com a guerra e sofre muito: não nos esqueçamos da Ucrânia.
O Pontífice lembrou também Santa Mônica, celebrada liturgicamente este 27 de agosto. Com suas orações e com suas lágrimas, a mãe de Santo Agostinho pedia ao Senhor a conversão de seu filho, disse o Papa, pedindo orações por tantas mães que sofrem quando seus filhos estão um pouco perdidos ou em caminhos difíceis na vida.
- Pesar do Papa pela morte do cardeal Geraldo Majella Agnelo e sua gratidão
Foi com profunda dor que o Papa Francisco recebeu a notícia do falecimento do cardeal brasileiro Geraldo Majella Agnelo, ocorrida no sábado, 26 de agosto, aos 89 anos de idade, em Londrina, no Estado do Paraná. É o que diz um telegrama dirigido ao cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo metropolitano de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, em que o Santo Padre expressa suas condolências e no qual assegura sufrágios elevados ao Senhor "pelo eterno repouso do venerável prelado".
"Minhas orações - continua Francisco - são também de gratidão a Deus pelos longos anos de seu serviço dedicado à santa mãe Igreja, sempre guiado pelo zelo apostólico, nas várias missões que lhe foram confiadas como bispo de Toledo, arcebispo de Londrina, secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e, por fim, arcebispo primaz do Brasil e presidente da Conferência episcopal".
O Papa Francisco então envia ao arcebispo dom Sérgio "e a todos aqueles que se unem em oração pelo descanso eterno" do falecido cardeal, sua bênção apostólica como "penhor de consolação e esperança na vida eterna".
- Francisco: paremos para levantar aqueles que caem na escravidão das drogas
O abuso e o crescimento do uso de entorpecentes entre adolescentes e jovens e o aumento das vendas de drogas nas "praças digitais" da dark web estão causando um alarme cada vez maior, e o Papa confia sua preocupação a uma mensagem enviada aos participantes do 60º Congresso Internacional de Toxicologistas Forenses, que está sendo realizado em Roma de 27 a 31 de agosto, aos quais Francisco agradece pelo "compromisso, tempo e energia" dedicados à prevenção e ao combate à dependência de drogas.
A delicadeza das fases da adolescência e da juventude, somada às fragilidades e inseguranças das sociedades atuais, são fatores - é a indicação de Francisco - que podem levar à busca de novas experiências. Medir-se com o inédito, explorar o desconhecido, o medo de se sentir excluído e a necessidade de se socializar com os coetâneos são elementos de risco, que podem induzir os jovens "a escolhas e comportamentos perigosos, como o uso de substâncias psicoativas e o abuso de álcool, ou à possibilidade de se deparar com situações extremas, tanto virtuais quanto reais". Na mensagem, o Pontífice aponta para o perigo das novas substâncias psicoativas (NPS) que, além de estarem em rápida expansão, são quimicamente fáceis de serem modificadas, tanto que permitem que o crime organizado escape do controle. "Muitos adolescentes - escrevendo ainda Francisco - abusam das NPS sem conhecer sua periculosidade", por isso é necessário desenvolver "técnicas de análise", implementar intervenções de prevenção e "incentivar planos terapêuticos adequados".
Outro ponto levantado pelo Papa em sua mensagem é a difusão de substâncias dopantes na esfera competitiva e esportiva, que "manifesta a obsessão de obter metas importantes e resultados a todo custo". Um fenômeno que deve nos fazer refletir, indica ainda Francisco, sobre a sociedade atual "permeada por uma cultura da eficiência e da produtividade, que não admite hesitações e fracassos". O desejo de estar à altura das expectativas, de dar a si mesmo uma imagem de desempenho e de vencedor, banindo a fragilidade e a fraqueza, torna-se, como adverte o Pontífice, "um obstáculo intransponível para a busca do desenvolvimento humano integral".
O alarme é para a desorientação dos jovens que, em busca de pontos de referência, recorrem às drogas para conter a angústia e a falta de sentido, para superar o cansaço "de ser e de existir". Por trás dos vícios, lembra Francisco, existem "experiências concretas, histórias de solidão, desigualdade, exclusão, falta de integração", diante das quais "não podemos ser indiferentes", e seguindo o exemplo de proximidade oferecido por Jesus, "também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e dor, a saber ouvir o grito de solidão e de angústia, a inclinar-nos para levantar e trazer de volta à vida aqueles que caem na escravidão das drogas". Portanto, pede o Papa, devemos encorajar os jovens a "buscar razões para viver", por meio de percursos educativos, terapêuticos e de reabilitação e favorecendo modelos culturais alternativos.
- O Papa: orações pelas vítimas na Grécia e proximidade ao povo ucraniano
No Angelus deste domingo, XXI do Tempo Comum, após a oração mariana, o Santo Padre voltou seu pensamento para a Grécia, devastada por incêndios no nordeste do país, assegurando suas orações; e mais uma vez pediu proximidade ao povo ucraniano, que sofre com a guerra, insistindo para que não nos esqueçamos da Ucrânia:
Asseguro a recordação também na ração pelas vítimas dos incêndios desencadeados estes dias no nordeste da Grécia e expresso solidária proximidade ao povo grego. E também continuemos próximos do povo ucraniano, que sofre com a guerra e sofre muito: não nos esqueçamos da Ucrânia.
O Pontífice lembrou também Santa Mônica, celebrada liturgicamente este 27 de agosto. Com suas orações e com suas lágrimas, a mãe de Santo Agostinho pedia ao Senhor a conversão de seu filho, disse o Papa, pedindo orações por tantas mães que sofrem quando seus filhos estão um pouco perdidos ou em caminhos difíceis na vida.
Fonte: Vatican News