O voo da TAP com o Papa Francisco a bordo aterrissou no Aeroporto Fiumicino, em Roma, às 21h40 deste domingo, horário local.
A viagem apostólica a Portugal oficialmente terminou neste domingo (6), às 19h15 do horário local na Base Aérea de Figo Maduro, quando o Papa Francisco deixou Lisboa onde participou da Jornada Mundial da Juventude. Na despedida, o Papa chegou a ser acolhido pelo presidente do país Marcelo Rebelo de Sousa com quem teve um breve encontro privado.
Já no avião, durante as cerca de 3h de voo até o Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Fiumicino/Roma, o Pontífice enviou mensagens dirigidas a cada chefe de Estado dos países sobrevoados. A começar por Portugal, quando deixou o aeroporto de Lisboa e enviou um telegrama ao presidente de Portugal. Renovando as orações por todos e invocando à nação as bênçãos de Deus Todo-poderoso de fraternidade, alegria e paz, o Papa acrescentou:
“No meu retorno a Roma, no final da minha viagem apostólica, desejo mais uma vez expressar a minha profunda gratidão a vossa excelência e ao povo de Portugal pela calorosa recepção e hospitalidade que recebi durante a minha visita.”
Durante o trajeto que o levou de volta à Roma, o Papa deu seguimento aos telegramas, enviando saudações aos cidadãos dos outros dois países sobrevoados: Espanha, França e Itália.
Ao rei da Espanha, Sua Majestada Felipe VI, o Papa saudou a família real e o povo do país ao voar novamente pelo espaço aéreo espanhol após a sua viagem apostólica a Portugal, escrevendo: "renovo cordialmente minhas saudações de oração e bons votos" a todos.
No telegrama ao presidente francês, Emmanuel Macron, Francisco renovou os votos de oração a todo o povo do país: "que Deus abençoe a todos com suas bênçãos abundantes".
Ao sobrevoar o espaço aéreo da Itália, Francisco enviou um telegrama ao presidente Sergio Mattarella:
"Ao retornar da minha viagem apostólica a Portugal, terra de fronteira de frente ao oceano e lugar de encontro de povos e culturas, onde vivi dias animados pelo entusiasmo dos jovens e pela consoladora experiência espiritual daquela nação, elevo minha gratidão a Deus e rezo para que as novas gerações, seguindo o exemplo da Virgem Maria, particularmente venerada ali como Nossa Senhora de Fátima, saibam partir com confiança no projeto que o Pai Celeste tem para cada um. Com esses sentimentos, envio de coração ao senhor, senhor presidente, e ao querido povo italiano minhas mais calorosas saudações, assegurando-lhes a minha bênção."
- O Papa: em Fátima rezei pela paz sem publicidade
“Boa noite e muito obrigado por esta experiência. Hoje, há um aniversário. Parabéns, depois chegará o bolo!”
Essas foram as primeiras palavras dirigidas aos jornalistas presentes no voo papal de regresso a Roma na tradicional coletiva de imprensa no avião. O aniversário anunciado pelo Pontífice era o de Rita Cruz. A primeira pergunta foi feita pela veterana das viagens pontifícias, Aura Miguel, da Rádio Renascença.
Santidade, antes de tudo obrigado por sua visita a Portugal. Todos já a consideravam um sucesso. Todos muito contentes. Obrigado por ter vindo. Encontrei um alto chefe da polícia, que me disse que nunca tinha visto uma multidão assim obediente e pacífica. Foi belíssimo. A minha pergunta diz respeito a Fátima. Nós sabemos que o senhor foi ali e rezou em silêncio na capelinha. Porém, havia uma grande expectativa, no local justamente onde Nossa Senhora fez um pedido para rezar pelo fim da guerra (e estamos em guerra neste momento infelizmente) de uma renovação da parte do Santo Padre, publicamente, de uma oração pela paz. Os olhos de tudo o mundo estavam fixados sobre o senhor ontem pela manhã, em Fátima. Por que não o fez?
Rezei, rezei. Rezei a Nossa Senhora e rezei pela paz. Não fiz propaganda. Mas rezei. E devemos continuamente repetir esta oração pela paz. Na Primeira Guerra Mundial, tinha pedido isto. E eu, desta vez, isto pedi a Nossa Senhora. Rezei. Não fiz publicidade.
Pergunta 2 - Joao Francesco Gomez Observador
Muito obrigado, Santo Padre, falarei em espanhol, creio seja mais fácil para mim. E se pudesse responder também em espanhol seria melhor para os portugueses, assim entendem. Gostaria de fazer uma pergunta sobre os abusos de crianças na Igreja em Portugal. Em fevereiro deste ano, foi publicado um relatório sobre a realidade dos abusos em Portugal, quase 5000 crianças foram vítimas nas últimas décadas. E eu pergunto: o senhor foi informado sobre este relatório entregue aos bispos? Que pensa deveria acontecer com os bispos que sabiam dos casos de abusos e não os comunicaram às autoridades? Muito obrigado.
Vorrei toccare un punto e vorrei chiedere a voi giornalisti di coolaborare in questo. Avete un telefono oggi? Un telefono. Ebbene, su uno qualsiasi di questi telefoni, a pagamento e con una password, si ha accesso all'abuso sessuale sui minori. Questo entra nelle nostre case e l'abuso sessuale sui minori viene ripreso in diretta. Dove si filma? Chi sono i responsabili? Questa è una delle pesti più gravi, accanto a tutto il mondo (...) ma voglio sottolinearlo perché, a volte, non ci si rende conto che le cose sono così radicali. Quando si usa un bambino per fare spettacolo di un abuso, si attira l'attenzione. L'abuso è come "mangiare" la vittima, no?, o peggio, ferirla e lasciarla viva. Parlare con persone abusate è un'esperienza molto dolorosa, che mi fa anche bene, non perché mi piace ascoltare, ma perché mi aiuta a farmi carico di questo dramma. Cioè, alla sua domanda direi quello che ho detto: il processo sta andando bene, sono informato su come vanno le cose. Le notizie possono aver ingigantito la situazione, ma le cose stanno andando bene in quanto a questo. Ma anche, con questo, vi dico, in qualche modo, aiutate, aiutate perché tutti i tipi di abuso possano essere risolti, l'abuso sessuale, ma non è l'unico. Ci sono anche altri tipi di abuso che gridano al cielo: l'abuso del lavoro minorile, l'abuso del lavoro con i bambini, e viene utilizzato; l'abuso delle donne, no? Ancora oggi, in molti Paesi, si ricorre all'operazione chirurgica sulle bambine: si toglie loro il clitoride, e questo è oggi, e si fa con un rasoio, e addio... Crudeltà... E l'abuso del lavoro, cioè all'interno dell'abuso sessuale, che è grave, e tutto questo: c'è una cultura dell'abuso che l'umanità deve rivedere e convertirsi.
Pergtunta 3 - GUÉNOIS Jean-Marie - LE FIGARO
Santo Padre, como está a sua saúde, como prossegue a convalescência? O senhor não leu ou leu somente pequenos trechos de cinco discursos. É sem precedentes nas viagens: por quê? Teve problema nos olhos, cansaço? Textos demasiados longos? Como se sente? E se me permite uma pequena pergunta sobre a França. O senhor irá a Marselha, mas nunca visita a França. A população não entende, talvez muito pequena ou o senhor tem algo contra a França?
A minha saúde vai bem. Os pontos foram tirados, levo uma vida normal, uso uma faixa por dois ou três meses para evitar uma (...incompreensível..) até que os músculos estarão mais fortes. A vista. Naquela paróquia, cortei o discurso porque havia uma luz na frente e não conseguia ler, vinha a luz e por isso cortei. Algumas pessoas, através do Matteo, perguntaram por que eu abreviei as homilias que vocês têm. Quando falo, não as homilias acadêmicas, busco fazê-lo de maneira mais clara. Quando falo, sempre busco a comunicação. Vocês viram que mesmo na homilia acadêmica, alguma brincadeira, alguma risada faço para controlar a comunicação. Com os jovens, os discursos longos tinham o essencial da mensagem, o essencial da mensagem, e eu agia ali segundo sentia a comunicação. Vocês viram que fiz algumas perguntas e logo o eco me indicava para onde ia a coisa, se estava errado ou não. Os jovens não mantêm muito tempo de atenção. Imagine que se você faz um discurso claro com uma ideia, uma imagem, um afeto, podem acompanhar por oito minutos. Entre parêntesis, na Evangelii Gaudium, a primeira exortação que fiz, escrevi um longo, longo capítulo sobre a homilia. Porque aqui está um pároco (referindo-se ao Pe. Benito Giorgetta, pároco de Termoli, ndr), que sabe que as homilias às vezes são uma tortura, uma tortura, que falam blá, bl[a, e as pessoas… Em alguma cidadezinha, não sei se em Termoli, os homens saem para fumar e voltam. A Igreja deve se converter neste aspecto da homilia: breve, clara, com uma mensagem clara e afetuosa. Por isso, eu controlo como vai com os jovens e os faço dizer. Mas eu abreviei porque me interessa a ideia com os jovens. E passemos à França. Fui a Estrasburgo, irei a Marselha, mas na França não. Há um problema que me preocupa, que é o problema Mediterrâneo. Por isso, vou à França. É criminoso a exploração dos migrantes. Aqui na Europa não, porque somos mais cultos, mas nos lager do norte da África… eu recomendo uma leitura. Há um pequeno livro, pequeno, que escreveu um migrante que para ir da Guiné à Espanha levou creio três anos porque foi capturado, torturado, escravizado. Os migrantes naqueles lagers do norte: é terrível. Neste momento – semana passada – a associação Mediterranea Saving Human estava fazendo um trabalho para resgatar os migrantes que estavam no deserto entre a Tunísia e a Líbia, porque os haviam abandonado ali para morrer. Aquele livro de chama “Hermanito” - em italiano “Fratellino” (Irmãozinho) – mas se lê em duas horas, vale a pena. Leiam e verão o drama dos migrantes ao se aventurarem. Os bispos do Mediterrâneo farão este encontro, também com algum político, para refletir seriamente sobre o drama dos migrantes. O Mediterrâneo é um cemitério, mas não é o maior cemitério. O maior cemitério é o norte da África. É terrível isto, leiam. Vou a Marselha por isto. Na semana passada, o presidente Macron disse que tem intenção de ir a Marselha e estarei ali um dia e meio: chegarei à tarde e terei o dia seguinte inteiro.
(O senhor não tem nada contra a França – afirma Matteo Bruni, repetindo a pergunta):
Não. Não, a respeito disto é uma política. Estou visitando os pequenos países europeus. Os grandes países, Espanha, França, Inglaterra, deixo para depois, no final. Mas como opção comecei pela Albânia e assim os menores. Não há nada. A França, duas cidades: Estrasburgo e Marselha.
Pergunta 4 - HINTERBERGER Emma Elisabeth - ARD ROMA
O Santo Padre em Lisboa disse-nos que na Igreja há lugar para todos, todos, todos. A Igreja está aberta a todos, mas ao mesmo tempo nem todos têm os mesmos direitos, oportunidades, no sentido de que, por exemplo, mulheres e homossexuais não podem receber todos os sacramentos. Santo Padre, como explica esta incoerência entre uma Igreja aberta e uma Igreja que não é igual para todos? Obrigada.
Você me faz uma pergunta sobre dois pontos de vista diferentes. A Igreja é aberta a todos, depois existem leis que regulam a vida dentro da Igreja. Alguém que está dentro está de acordo com a legislação, o que você diz é uma simplificação: “Não pode receber os sacramentos”. Isso não significa que a Igreja seja fechada, cada um encontra Deus pelo próprio caminho dentro da Igreja, e a Igreja é mãe e guia cada um pelo seu caminho. Por isso não gosto de dizer: venham todos, mas tu, este, mas o outro... Todos, cada um na oração, no diálogo interior, no diálogo pastoral, procura uma forma de seguir em frente. Para isso, fazer uma pergunta: por que os homossexuais não… Todos! E o Senhor é claro: doentes. Saudáveis, velhos e jovens, feios e bonitos… bons e maus! Há como um olhar que não entende essa inserção da Igreja como mãe e pensa nela como uma espécie de empresa que para entrar tem que fazer isso, fazer desta forma e não de outra... Outra coisa é a ministerialidade da Igreja, que é o modo para levar em frente o rebanho e uma das coisas importantes é a paciência, na ministerialidade: acompanhar as pessoas passo a passo em seu caminho de amadurecimento. Cada um de nós tem esta experiência: que a Igreja mãe nos acompanhou e nos acompanha no seu próprio caminho de amadurecimento. Não gosto da redução, isso não é eclesial, isso é gnóstico. É como uma heresia gnóstica que está um pouco na moda hoje. Um certo gnosticismo que reduz a realidade eclesial e isso não ajuda. A Igreja é mãe, acolhe todos, e cada um faz o próprio caminho dentro da igreja, sem publicidade, e isso é muito importante. Obrigado pela coragem de fazer esta pergunta. Obrigado.
Pergunta 5 - O PAPA DESEJA COMPARTILHAR UMA OPINIÃO SOBRE A JMJ
Como vivi a JMJ. Esta é a quarta que vivo. A primeira foi no Rio de Janeiro, a la brasileira. A segunda em Cracóvia, a terceira no Panamá, esta é a quarta. Esta é a mais numerosa. De acordo com dados concretos reais, os participantes foram mais de um milhão. Além disso. De fato, durante a vigília calculou-se que havia um milhão e quatrocentos e um milhões e seiscentos mil. A quantidade é impressionante. Bem preparada. Dentre as que já vi essa é a mais bem preparada.
Os jovens são uma surpresa. Os jovens são jovens. Aprontam, a vida é assim. Mas procuram seguir em frente. E eles são o futuro. O propósito é acompanhá-los. O problema é saber acompanhar. E é que não se separem das raízes. Por isso insisto tanto no diálogo entre velhos e jovens, os avós com os netos. Esse diálogo é importante, mais importante do que o diálogo entre pais e filhos. Os avós, as raízes. Os jovens são religiosos. Eles buscam fé, não artificial. …Eles procuram um encontro com Jesus... Alguns dizem, mas os jovens nem sempre levam uma vida segundo a moral. Mas quem de nós não cometeu um erro moral na vida? Todos. Seja dos mandamentos. Cada um de nós tem suas próprias quedas na própria história. A vida é assim. Mas o Senhor sempre nos espera porque é misericordioso e pai e a misericórdia supera tudo.... Isso queria dizer sobre a JMJ.
Pergunta 6 - CLELLAN Justin Scott – CNS
O senhor falou da JMJ. Ouvimos nestes dias testemunhos de jovens que lutaram pela saúde mental, com a depressão. O senhor já lutou com isso? E se alguém decidir cometer suicídio, o que diria à família dessa pessoa que sofre com o ensinamento católico sobre o suicídio, pensando que tenha ido para o inferno?
Papa: o suicídio juvenil é importante hoje, o número é importante. A mídia não fala tanto porque não é informada pelas mídias. Fiquei – não a confissão, não – no diálogo com os jovens, aproveitei para dialogar. Um bravo jvem me disse: posso lhe fazer uma pergunta? O que o senhor pensa sobre o suicídio? Ele não falava a nossa língua, mas eu entendi bem e começamos a conversar sobre o suicídio. E no final ele me disse: obrigado, porque ano passado estava indeciso se cometia ou não. Tantos jovens angustiados, deprimidos mas não só psicologicamente... depois em alguns países que são muito muito exigentes na universidade... , os jovens que não conseguem se formar ou encontrar trabalho se suicidam, porque sentem uma vergonha muito grande. Não quero dizer que seja uma coisa de todos os dias, mas é um problema. Um problema atual. É uma coisa que acontece.
Bruni: Obrigado Sua Santidade por suas respostas
O Papa: obrigado a vocês pelo que fizeram e não se esqueças hein… Hermanito, irmãozinho, o livro do migrante. Obrigado.
- Discurso do papa Francisco aos voluntários da JMJ Lisboa 2023
Obrigado ao patriarca de Lisboa pelas suas palavras, a dom Américo Aguiar e a todos vós por terem trabalhado tanto e tão bem: fizeram possível que estes dias fossem inesquecíveis! Trabalharam durante meses, discretamente, sem barulho nem protagonismos, para que todos nós pudéssemos estar aqui a cantar juntos: « Jesus vive e não nos deixa sós: já não deixaremos de amar». E não só por isto fostes exemplo; fostes também porque vos unistes para trabalhar em grupo! Mais do que trabalho, o vosso foi um serviço.
Vimo-lo na Virgem Maria, que «se levantou e partiu apressadamente» (Lc 1, 39) a servir sua prima Isabel, sentindo urgência de partilhar a alegria no serviço: pensemos em Zaqueu, que subiu apressadamente à árvore para encontrar Jesus e recebê-Lo em sua casa (cf. Lc 19, 6); pensemos nas mulheres e nos discípulos que, na Páscoa, correram do Cenáculo para o túmulo e vice-versa a fim de anunciar que Cristo ressuscitou (cf. Jo 20, 1-18). Quem ama não fica de braços cruzados. Quem ama, serve. E quem ama vai correr para servir, vai correr para se entregar no serviço aos outros.
E vós, correstes bastante nestes meses. Eu apenas vi o final destes dias. Vi-vos dar resposta a inúmeras necessidades, às vezes com o rosto marcado pelo cansaço, outras vezes um pouco abrumados com as urgências do momento, mas sempre com o sorriso e de olhos luminosos, porque cheios da alegria do serviço. Obrigado!
Todos vocês fizeram possível este encontro mundial da juventude. Fizeram grandes coisas a partir dos gestos mais pequenos, como a garrafa de água oferecida a um desconhecido, isso cria amizade. Correram muito, mas não numa corrida frenética e sem meta que às vezes caracteriza o nosso mundo. Correram uma corrida que os leva ao encontro dos outros, para servir em nome de Jesus. Todos vieram a Lisboa para servir e não para ser servidos! Obrigado, muito obrigado!
E agora quero servir-vos de amplificador, para que ecoe mais longe aquilo que nos dissestes nos vossos testemunhos. Clara, Francisco e Filipe: os três falaram de um encontro especial com Jesus. Lembremo-nos que o encontro mais famoso, o motor de todos os outros, aquele que faz a vida avançar é o encontro com Ele. É o encontro mais importante de nossas vidas. Renovar a cada dia o encontro com Jesus é o centro da vida cristã. E precisamos renová-lo dia a dia para mantê-lo fresco, não apenas na cabeça, mas também no coração. Experimentamos um pequeno “sim” para Jesus, que pode mudar a vida. Mas também o “sim” que também faz bem aos outros através do serviço. Todos vocês, ao sofrerem com o cansaço, disseram “sim” a servir aos outros. Obrigado por isso!
Tu, Francisco, disseste que aqui encontraste qualquer coisa que precisavas e nem sequer a procuravas. Caminhando, trabalhando e rezando com os outros, compreendeste que não te podias deixar preso pelo caos, pelas «camas desarrumadas» do passado, nem viver com o coração atormentado pelos sentimentos de imperfeição, mas que com a ajuda de Jesus e dos irmãos, tens a oportunidade de reordenar «o quarto» da vida. Esta jornada ajuda muito a reordenar a nossa vida. Jesus, que está no meio de nós, nos ajuda nisto. Para pôr ordem na vida, não servem as distrações e o dinheiro; o que serve é dilatar o coração, vai pôr ordem em suas vidas. Não tenham medo, dilatem o coração.
E finalmente tu, Filipe, entre tantas experiências formosas que partilhaste, disseste uma que quero sublinhar: viveste aqui um duplo encontro, com Jesus e com os outros. Isto é importante: o encontro com Jesus é um momento pessoal e único, que se pode descrever e contar só até certo ponto, mas sempre tem lugar graças a um caminho feito com os outros, feito por meio da intercessão de outros. Se encontrar com Jesus, se encontrar com os outros, isso é muito importante. O encontro com Jesus é um momento pessoal e se pode descrever até certo ponto, mas sempre chega graças ao caminho percorrido em companhia graças à ajuda dos outros. Encontrar Jesus, é encontrar o caminho para servir aos outros.
Amigos, por fim, gostaria de vos deixar uma imagem. Como sabem muitos de vós, e soube também eu, existe a norte de Lisboa há uma localidade – Nazaré – onde se podem ver ondas que chegam aos trinta metros de altura que são uma atração mundial, especialmente para os surfistas que as desafiam. Nestes dias, também vós enfrentastes uma verdadeira onda, não de água, mas de jovens que inundaram esta cidade. Mas, com a ajuda de Deus, com muita generosidade e apoiando-vos mutuamente, vocês desafiaram esta grande onda. Desafiaram esta grande onda, são muito corajosos. Obrigado.
Quero dizer que continuem assim, continuem a seguir nas ondas do amor, nas ondas da caridade. Sigam sendo os surfistas do amor. Sejam os surfistas do amor. Esta é uma tarefa que eu vos encomendo neste momento. Que o serviço que fizeram nesta jornada mundial da juventude seja a primeira de muitas ondas do bem; que cada vez sejam levados mais alto, mais perto de Deus, e isto vos permita ver melhor o vosso caminho.
Obrigado, muito obrigado. Bom caminho! E peço, por favor, que continuem a rezar por mim! Obrigado!
Fonte: ACI Digital - Vatican News