Cultura

Papa Francisco garante que irá à JMJ Lisboa 2023





O papa Francisco garantiu que irá à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá de 1º a 6 de agosto em Lisboa, Portugal. “Alguns pensam que, pela doença, não posso ir. Mas, o médico me disse que posso ir, por isso, vou estar com vocês”, disse em uma mensagem de vídeo aos jovens peregrinos.

Francisco esteve internado de 7 a 16 de junho no Hospital Gemelli, em Roma, por causa de uma cirurgia abdominal. A operação, feita por causa do risco de obstrução intestinal, transcorreu sem complicações e o médico disse que o papa tinha "uma patologia benigna da qual se recuperou totalmente" e que "não tem nenhuma outra doença".

O papa viajará à Portugal entre os dias 2 e 6 de agosto, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Além dos eventos da JMJ, o programa da viagem inclui encontros com autoridades, religiosos, estudantes, representantes de centros de assistência sócio-caritativa e uma visita ao santuário de Fátima para rezar com jovens doentes na capelinha das aparições.

Na mensagem de vídeo divulgada pela organização da JMJ, o papa se dirige a todos os jovens “que estão se preparando para ir a Lisboa” e aos que “vão acompanhar a jornada de longe”.

Francisco recordou que faltam 40 dias para a JMJ, “como uma Quaresma até chegar ao encontro de Lisboa”. “Eu estou preparado”, disse mostrando o kit da JMJ. “Já tenho tudo comigo porque tenho muita vontade de ir”, acrescentou.

Segundo o papa, “a jornada é um ponto de atração para todos”. Por isso, incentivou os jovens a seguir em frente. “Não deem importância àqueles que reduzem a vida a ideias. Pobres pessoas. Perderam a alegria da vida e a alegria do encontro. Rezem por eles”, disse.

Francisco exortou os jovens a seguirem em frente com “três linguagens”: a da cabeça, a do coração e a das mãos. “A linguagem da cabeça para pensar claramente o que sentimos e o que fazemos. A linguagem do coração para sentir bem profundamente o que pensamos e o que fazemos. E a linguagem das mãos para fazer com eficácia o que sentimos e o que pensamos”.

“Em frente, coragem e até Lisboa”, concluiu.

 

- O Papa: jovens, sede profetas que sonham e anunciam um mundo não mais dividido

É a cruz, o envolvimento supremo de Deus no sofrimento da humanidade, que mostra aos cristãos, especialmente aos jovens, a autenticidade que eles procuram, a coragem de dar testemunho, a força para superar o individualismo e a indiferença que estão na moda hoje em dia e para fazer a compaixão crescer: disse o Papa à Plenária da ROACO. Francisco entregou o discurso preparado, sem lê-lo, explicando que "não tinha bom fôlego" e ainda estava "sob os efeitos da anestesia" após recente operação

Nesta reunião da ROACO, colocastes no centro as expectativas dos jovens das Igrejas Orientais. É uma escolha sábia: ouvir juntos, de suas bocas, os desejos que trazem em seus corações. Os jovens querem ser protagonistas do bem comum, que deve ser a "bússola" da ação social. Foi o que disse Francisco ao receber em audiência ao meio-dia desta quinta-feira, 22 de junho, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO).

Queridos jovens aqui presentes, viveis em terras onde a restauração do bem comum é uma condição essencial para a sobrevivência. Sede sentinelas da paz para todos, profetas que sonham e anunciam um mundo diferente e não mais dividido!

Generosidade solidária, resposta concreta à injustiça e à dor

 

O Santo Padre havia iniciado seu discurso ressaltando que a generosidade solidária é muitas vezes a única resposta concreta à injustiça e à dor que oprimem tantos seres humanos, agradecendo aos presentes por se dedicarem a uma solidariedade proativa que ajuda a curar as feridas e é como uma carícia no rosto daqueles que sofrem. Uma carícia que restitui a esperança no tumulto dos conflitos.

O contraste com o plano de Deus é tremendo hoje: um plano de paz, fraternidade e concórdia para todos. Um projeto que nos convida a parar de lutar uns contra os outros e, em vez disso, unir forças para combater a fome e as doenças, destacou o Pontífice.

Rejeitar solidariedade exibida para fazer bonito e ser relevante

Na Exortação Apostólica Ecclesia in Medio Oriente, sobre a qual, dez anos após sua publicação, a ROACO organizou recentemente um grande encontro em Chipre, Bento XVI incentivou os jovens a "cultivar continuamente a verdadeira amizade com Jesus por meio do poder da oração", disse.

Para os cristãos, continuou o Santo Padre, essa é a principal fonte de ação: fé viva no Senhor que deu a vida pelos irmãos. Se começarmos daqui, do amor crucificado e ressuscitado, será mais fácil rejeitar não apenas os particularismos, mas também o triunfalismo, e rejeitar uma solidariedade exibida para fazer bonito e ser relevante. Sim, o coração transpassado de Deus nos liberta de uma caridade pensada como uma profissão, um cálculo de puro filantropismo, uma burocracia da bondade ou, pior ainda, uma rede de interesses políticos.

É a cruz que mostra aos jovens a autenticidade que procuram

É a cruz, o envolvimento supremo de Deus no sofrimento da humanidade, que mostra aos cristãos, especialmente aos jovens, a autenticidade que eles procuram, a coragem de dar testemunho, a força para superar o individualismo e a indiferença que estão na moda hoje em dia e para fazer a compaixão crescer. Com-paixão: uma palavra que está no centro de nossa fé, porque nos mostra o amor de Deus que se envolve totalmente no sofrimento humano.

Por fim, Francisco referiu-se à recente atuação da ROACO em contrastar situações de dificuldades e sofrimentos, agradecendo em seguida.

Proximidade de oração e de caridade ao povo ucraniano

Irmãos e irmãs da ROACO, vós vos envolveis no solo árido da dor para fazer brotar sementes de esperança. Penso em vossos esforços recentes para ajudar a curar as feridas do terremoto na Turquia e na Síria, em meio ao sofrimento diário de povos duramente provados. Espero que possamos realmente continuar a ajudar essas populações; muitas promessas foram feitas, mas ainda é difícil usar os sistemas bancários normais para enviar ajuda às vítimas.

Agradeço-vos pelo grande esforço para ajudar a Ucrânia a apoiar as pessoas deslocadas internamente e os refugiados. Há alguns anos, quis unir meus esforços a esse querido país com a iniciativa "O Papa pela Ucrânia" e depois com outras intervenções constantes. Mas também gostaria de aproveitar esta oportunidade para convidar a todos a não deixar faltar uma proximidade concreta, uma proximidade de oração e de caridade, ao atormentado povo ucraniano. Na Plenária que acaba de terminar, além da atenção habitual à Terra Santa e ao Oriente Médio, os senhores se concentraram em projetos de ajuda no Irã, na Turquia e na Eritreia. Que os enormes tesouros humanos e naturais que Deus concedeu a essas belas terras sejam valorizados e tragam um pouco de serenidade a seus habitantes.

- O Papa: a guerra na Ucrânia põe em perigo o equilíbrio civil e religioso da região

Francisco recebeu, no Vaticano, os Agostinianos da Assunção reunidos em Capítulo Geral e recordou as áreas nas quais se expressa seu carisma: o apostolado das peregrinações, o compromisso com os meios de comunicação e a missão no Oriente Médio, "onde a condição dos cristãos está ameaçada".

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (22/06), na Sala do Consistório, no Vaticano, os membros do 34° Capítulo Geral dos Agostinianos da Assunção, mais conhecidos como Assuncionistas.

Em seu discurso, o Santo Padre enfatizou o tema que orienta os trabalhos capitulares dos Assuncionistas: «O Reino de Deus está próximo». Viver e anunciar a esperança do Evangelho, afirmando que esta é uma boa maneira de atualizar o lema deixado pelo fundador dos Assuncionistas, o Venerável Emmanuel d'Alzon, no espírito de Santo Agostinho: Adveniat Regnum tuum!

Manifestar a proximidade do Reino na vida cotidiana

Segundo o Papa, "uma das principais missões da vida religiosa apostólica é manifestar muito concretamente, na vida quotidiana, esta proximidade do Reino e, portanto, esta esperança para cada pessoa e para o mundo inteiro".

De acordo com Francisco, "esta proximidade passa naturalmente através das obras", mas também é importante "aproximar-se das pessoas, começando por aquelas que mais precisam de uma presença solidária e fraterna, que lhes mostra que o Reino de Deus se aproxima de todos, que há algum horizonte, que há alguma esperança, que a vida não está fechada. Isso deve ser sentido através de vocês e de seu testemunho evangélico. O testemunho tem esta força: abrir as janelas para ver a esperança de um Reino que está próximo".

Missão no Oriente Médio e na Europa do Leste

A este propósito, gostaria de mencionar em particular duas realizações, já consolidadas e sempre vivas, de sua Congregação: o apostolado das peregrinações, começando pela Peregrinação Nacional a Lourdes, cujo fervor vocês difundiram em países distantes, até à América Latina; e o compromisso com a mídia, que vocês desenvolvem hoje em todos os continentes, para um público variado, até mesmo distante da Igreja.

O Papa recordou também um dos apostolados dos Agostinianos da Assunção historicamente incisivo e ainda presente: a Missão do Oriente, e os encorajou a "realizar esta missão, no Oriente Médio, onde a condição dos cristãos está ameaçada, e na Europa do Leste, onde a guerra na Ucrânia põe em perigo o equilíbrio civil e religioso da região".

Experiência de diálogo com a Ortodoxia

Desejo expressar também a gratidão da Santa Sé pelo seu fiel compromisso com a pequena Igreja católica de rito bizantino na Bulgária, que conta com vocês. A sua longa experiência de diálogo com a Ortodoxia, bem como com o Islã e o Judaísmo, é preciosa para a Igreja; que isso os torne, hoje mais do que nunca, artífices da unidade e da comunhão a serviço da paz.

"Não tenham medo de cultivar em vocês e ao seu redor o "tríplice amor" que o Padre d'Alzon lhes ensinou: amar a Cristo, amar a Virgem Maria e amar a Igreja. Assim, vocês serão fiéis ao seu carisma e encontrarão estradas fiéis e inovadoras de atualizá-lo", disse o Papa.

"Em todos esses caminhos, velhos e novos, queridos irmãos, vocês podem contar com minhas orações e minha confiança. Desejo a todos uma feliz conclusão do Capítulo e uma boa missão, onde quer que o Senhor os envie", concluiu Francisco.

 

Fonte: ACI Digital - Vatican News