“Vendo Cristo presente em tantos desesperados que fogem de conflitos e alterações climáticas, é preciso enfrentar o problema do acolhimento sem desculpas e sem demora. Vamos enfrentá-lo juntos, porque as consequências se repercutem sobre todos.”
Assim o Papa Francisco tuitou nesta terça-feira, 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado designado pelas Nações Unidas para homenagear as pessoas refugiadas em todo o mundo. O Pontífice, em seus posicionamentos diante da realidade migratória, reforça com frequência os quatro verbos em atenção às pessoas migrantes: “acolher, proteger, promover e integrar”. E neste ano, em mensagem para o 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado pela Igreja em 24 de setembro, com o tema “Livres de escolher se migrar ou ficar”, Francisco reforçou que, “enquanto trabalhamos para que toda a migração possa ser fruto de uma escolha livre, somos chamados a ter o maior respeito pela dignidade de cada migrante; e isto significa acompanhar e gerir da melhor forma possível os seus fluxos, construindo pontes e não muros, alargando os canais para uma migração segura e regular”.
O Papa também observou: “onde quer que decidamos construir o nosso futuro – no país onde nascemos ou fora dele –, o importante é que lá haja sempre uma comunidade pronta a acolher, proteger, promover e integrar a todos, sem distinção nem deixar ninguém de fora”. Assim como fez o pequeno município paranaense de Prudentópolis, com mais de 50 mil habitantes, localizado a 200 quilômetros de Curitiba, quando se mobilizou para receber refugiados ucranianos por causa da invasão russa assim que a guerra estourou, em 24 de fevereiro de 2022; mas que já voltaram para a Europa. É o que nos conta o pároco da Paróquia São Josafat, Pe. Dionísio Horbus:
"Eles não saem porque gostam ou amam sair, mas muitos deles são forçados a abandonar as suas terras, o seu país, o seu povo e a sua casa, forçados por diversas situações. No caso do povo ucraniano, foi forçado a abandonar por causa da agressão que está sofrendo o seu país. E muitos países receberam esses migrantes, como Prudentópolis: recebemos poucas pessoas que vieram para cá por ser muito distante lá da Ucrânia, porque uma grande parte preferiu ficar nos países próximos à Ucrânia, na Europa. Mas aqueles que chegaram aqui no Brasil, no caso de Prudentópolis, foram duas famílias especificamente que vieram como refugiados. Foram acolhidos pela comunidade, se formou um comitê de ajuda, se levantaram alguns recursos para tal, foram equipados dois apartamentos e essas pessoas ficaram até o tempo que elas resolveram pedir o retorno para mais próximo do seu país."
A cidade de Prudentópolis leva o título de "Pequena Ucrânia" por ter cerca de 80% da população formada por descendentes de ucranianos - o maior número de descendentes do país europeu no exterior - e manter a forte religiosidade e costumes dos antepassados. Uma característica reforçada pela própria missão da Igreja católica quando decidiu dar assistência ao grupo de refugiados em Prudentópolis:
"É um dever da Igreja, já que podemos nos perguntar onde Cristo se encontra hoje: ele se encontra nos refugiados também. As pessoas que, assim como ele, precisam fazer esse caminho para diversos lugares do mundo para salvar a sua vida. O Papa também diz que aqueles que saem, fogem de conflitos, precisam ter uma acolhida, sem desculpas para deixar para mais tarde. Temos que enfrentar juntos essas consequências dos ataques. Então, no que a Igreja pode se organizar, ela está sempre aberta. E essa é uma das suas missões: acolher aqueles que migram, aqueles que precisam se refugiar por tantas e tantas situações que hoje a realidade os coloca."
- Papa recebe em audiência presidente de Cuba Miguel Bermúdez
A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que na manhã desta terça-feira, 20, o Santo Padre recebeu em audiência no escritório da Sala Paulo VI o presidente da República de Cuba, Sr. Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que sucessivamente encontrou-se com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, acompanhado por Dom Daniel Pacho, subsecretário para o Setor Multilateral da Seção de Relações com os Estados e Organismos Internacionais.
O mandatário da ilha caribenha agradeceu várias vezes a disponibilidade do Papa Francisco em recebê-lo, dizendo-se "feliz" por vê-lo em boas condições após sua recente hospitalização.
Durante as conversações com a Secretaria de Estado, foi discutida a importância das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Cuba, evocando também a histórica visita de São João Paulo II em 1998, da qual se recorda o 25º aniversário. Em seguida, tratou-se da situação do país e da contribuição que a Igreja oferece, especialmente nos setores da caridade.
Na continuação da conversa, foram abordados alguns temas internacionais de comum interesse, sendo destacada a importância de continuar o esforço em promover sempre o bem comum.
Na troca de presentes, o Santo Padre ofereceu ao presidente uma obra em bronze representando uma pomba carregando um ramo de oliveira, com a inscrição "Sede mensageiros da paz", o texto da Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, o Documento sobre a Fraternidade Humana e o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV.
O presidente de Cuba, por sua vez, presenteou o Papa Francisco com uma escultura em prata, bronze e madeira intitulada "O leitor" e dois livros de poetas cubanos.
Fonte: Vatican News