Cultura

O Papa no Gemelli, convite de amor aos que sofrem





O Papa Francisco prossegue internado, após a cirurgia de laparotomia. Muitas mensagens de proximidade e votos de uma rápida recuperação foram enviadas a Francisco. A presença do Pontífice, enfermo entre os enfermos, chama a atenção de todos para os que sofrem.

O Papa está no Hospital Gemelli cercado pelo carinho e apoiado pelas orações de muitas pessoas no mundo. A sua recuperação após a operação, dizem os médicos, está indo muito bem. “A doença faz parte da nossa experiência humana”, escreve Francisco em sua mensagem para o XXXI Dia Mundial do Enfermo, em 11 de fevereiro, em pleno processo sinodal. No texto, ele nos convida a refletir sobre o fato de que “através da experiência da fragilidade e da doença todos podemos aprender a caminhar juntos no estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ternura”. Agora, essas palavras parecem ainda mais verdadeiras.

O Papa, que esteve na praça entre os fiéis na quarta-feira passada e algumas horas depois na sala de cirurgia, é mais uma vez testemunha da esperança, mesmo na fragilidade que é a condição humana, e indica direções: porém, não aquelas que conduzem a si mesmo, mas ao coração de Jesus, no qual tudo encontra sua forma e resposta. No domingo, o abraço da Colunata de Bernini que circunda a Praça São Pedro estendeu-se até o Hospital Agostino Gemelli, onde o Santo Padre rezou o Angelus de forma privada, mas em comunhão com ele às 12 horas em ponto, como de costume, eram em muitos, em todo o mundo, inclusive debaixo da sua janela no hospital, onde muitos se reuniram espontaneamente para rezar a oração mariana.

Olhando para os desenhos das crianças feitos para Francisco ou lendo as muitas mensagens de proximidade que chegaram de todos os cantos do planeta, por correio ou pela internet, deter-se no amor do povo de Deus pelo Vigário de Cristo não seria errado, mas existe mais porque toda relação é dinâmica.

Lendo o que está acontecendo numa outra perspectiva, a exortação que vem do Papa, a partir de sua condição atual, é muito clara e impetuosa, que mais uma vez não aponta para o homem, mas está toda voltada para os outros e afirma o cuidado de quem é mais fraco, mais frágil e muitas vezes sozinho. A condição de enfermo que Francisco vive agora nos faz pensar em quem enfrenta o sofrimento, o medo, muitas vezes na solidão e na pobreza, e chama todos à fraternidade.

"Os doentes", escreve Francisco, "estão no centro do povo de Deus, que avança junto com eles como profecia de uma humanidade na qual cada um é precioso e ninguém deve ser descartado". O espelho que o Papa oferece no silêncio do hospital é, portanto, uma grande oportunidade de mudança para cada um de nós, para consolidar ou iniciar o caminho em direção ao outro, para olhar o rosto, para segurar a mão de quem precisa, de quem está sofrendo e, assim, simplesmente amar.

 

Fonte: Vatican News