“Também hoje não faltam desafios pastorais: por exemplo, o individualismo que fecha cada um no seu mundinho, o relativismo e o hedonismo que fazem do prazer ou do benefício pessoal o critério de todas as escolhas, o egoísmo consumista que endurece o coração dos ricos e suscita injustiças e desigualdades, em detrimento dos pobres”, disse o papa Francisco no sábado (20) aos participantes do 38º Capítulo Geral dos Missionários Montfortianos (Companhia de Maria).
No seu discurso, o papa Francisco recordou que o fundador da Companhia de Maria, são Luís Maria Grignion de Montfort, viveu também num tempo marcado por desafios exigentes para a Igreja e para a sociedade: a chamada "época dos racionalistas e libertinos" e ao mesmo tempo "berço do jansenismo".
“Diante de tais provocações, são Luís Maria se perguntou, antes de tudo, qual a sua origem comum e a identificou com uma confiança excessiva dos homens na sabedoria do mundo em detrimento da primazia da sabedoria de Deus", disse.
O papa disse que diante disso, o santo fazia uma intensa atividade de “pregação, com criatividade e sem medo, apesar das incompreensões que encontrara dentro e fora da Igreja”.
No entanto, ele não desistiu, mas continuou a pregar "e a promover o amor pela verdadeira sabedoria, mediante a devoção a Nossa Senhora", até sua morte aos 43 anos.
Francisco incentivou a seguir o programa de vida e de ação deixado por são Luís Maria Grignion, para "buscar, contemplar, revelar a sabedoria no coração do mundo e denunciar sua falsa sabedoria", através do exemplo e ajuda de Maria.
O papa recordou que “Evangelho apresenta-nos Maria como aquela que, para acolher Jesus, sabedoria do Pai, aceitou, com coragem, mudar completamente a sua vida, costumes, sonhos e escolhas”.
“Assim, acolheu e doou aos seus irmãos o amor, que recebeu em Nazaré, no Calvário e no Cenáculo. À luz da Páscoa, fez parte da vida da primeira comunidade”, disse.
O papa convidou a exercer o acolhimento seguindo o exemplo da Mãe de Deus, porque o mundo precisa de hospitalidade e proximidade, também em situações novas que exigem respostas urgentes.
O papa incentivou a cultivar a ternura, que, embora seja doce, também é forte. “Não se esqueçam que a ternura é uma das três características de Deus. Deus é próximo, terno e compassivo", concluiu
Fonte: ACI Digital