Cultura

Papa Francisco visita a Basílica de Santa Maria Maior





Após deixar o hospital, O Papa Francisco saiu do automóvel e saudou e abençoou as pessoas que estavam do lado de fora. Abraçou um casal que perdeu a filha na noite de ontem, sexta-feira, detendo-se a rezar com eles. Em seguida, o Santo Padre foi até a Basílica de Santa Maria Maior, detendo-se em oração diante do ícone de Maria, Salus Populi Romani

Na manhã de hoje, sábado 1º de abril, o Papa Francisco recebeu alta do Hospital Universitário A. Gemelli, informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Antes de deixar as instalações, em torno das 10h35, o Santo Padre saudou o Reitor da Universidade Católica, Franco Anelli, com seus colaboradores mais próximos, o Diretor Geral da Policlínica, Marco Elefanti, o Assistente eclesiástico geral da Universidade Católica, monsenhor Claudio Giuliodori, e a equipe de médicos e agentes de saúde que o assistiram durante esses dias.

Ao deixar o hospital, O Papa Francisco saiu do automóvel e saudou e abençoou as pessoas que estavam do lado de fora. Abraçou um casal que perdeu a filha na noite de ontem, sexta-feira, detendo-se a rezar com eles, informa ainda a Sala de Imprensa vaticana.

Visita à Basílica de Santa Maria Maior

O Pontífice dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior. O Papa deteve-se diante do ícone de Maria, Salus Populi Romani, confiando-lhe em oração as crianças que encontrou ontem na ala de Oncologia Pediátrica e Neurocirurgia Infantil do hospital, todos os doentes e os que sofrem enfermidades e a perda de seus entes queridos.

 

- O Papa: o neocolonialismo de hoje é sutil, um crime e um obstáculo à paz

A Pontifícia Academia de Ciências Sociais promoveu, no Vaticano, nos últimos dias 30 e 31 de abril, uma Conferência sobre o Neocolonialismo, da qual participaram especialistas provenientes de diversas partes do mundo. Em uma Mensagem, enviada aos participantes, o Papa Francisco condena a exploração e a marginalização dos povos, por motivos econômicos ou ideológicos, e pede desculpas pelos cristãos que, em todos os tempos, contribuíram para a dominação na América e na África

A submissão e a exploração dos povos, mediante o uso da força ou da infiltração cultural e política, é crime, porque não pode haver possibilidade de paz em um mundo, que descarta as populações para as oprimir. Ela, de fato, jamais será possível se, nos sistemas políticos de representação, não houver integração real dos excluídos, por meio de um sistema de cotas, e se somente o poder hegemônico ocupar o espaço político. Assim escreveu o Papa Francisco em uma mensagem dirigida aos participantes na Conferência, que se realizou no Vaticano, de 30 a 31 de abril, sobre o tema do "Colonialismo, descolonização e neocolonialismo: uma perspectiva de justiça social e bem comum", promovida pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, a Comissão Pan-Americana de Juízes sobre Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana e a Universidade de Massachusetts (EUA).

Colonialismo econômico e ideológico

Na reflexão do Pontífice, embora no século XXI não se possa mais falar, tecnicamente, de países "colonizados", do ponto de vista geográfico, tampouco dos aspectos econômicos e ideológicos. O colonialismo mudou em suas formas, métodos e justificativas. Como tantos outros fenômenos políticos e econômicos, escreve Francisco, ele é virtualizado, camuflado, ocultado, tornando-se até difícil de ser identificado e eliminado. O exemplo que faz, que também vale para muitos países do mundo, é o da sua recente visita à República Democrática do Congo. Um país independente há setenta anos, mas que está, inegavelmente, sujeito a ações que, embora lhe garantam algumas vantagens, por outro lado, comportam a exploração de seus recursos, com repercussões no território, na população e no bem comum. O que também preocupa o Papa Francisco é o colonialismo ideológico, que tende a uniformizar tudo, sufocando a ligação natural dos povos aos seus valores, desenraizando tradições, história e vínculos religiosos. Esta é uma mentalidade que não tolera diferenças e se concentra apenas no presente e nos direitos individuais, descuidando dos deveres com os mais fracos e frágeis.

Substituir a verdade com justificativas para dominar

Eis as características do colonialismo contemporâneo. Como se, sublinha o Pontífice, diversos séculos de experiências históricas, sangrentas e desumanas, não tivessem servido para amadurecer uma ideia global de libertação, autodeterminação e solidariedade entre as nações e os seres humanos. Agora, tudo é mais sutil e corre-se o risco de que as verdadeiras causas, que levaram ao colonialismo, sejam substituídas por leituras históricas, que justificam a dominação com presumíveis lacunas "naturais" dos colonizados.

Respeito pelos valores dos povos

Não devemos esquecer, recorda ainda o Papa, que as expressões concretas da justiça e do bem comum amadurecem entre os povos e devem ser respeitadas como tais. As histórias, origens, tradições, religiões contam nas lógicas que dão sentido à determinação do que é justo e bom. Eis porque nenhum poder - político, econômico, ideológico - tem o direito de determinar, unilateralmente, a identidade de uma nação ou de um grupo social.

Desculpas e compromisso do Papa Francisco

Ao reiterar a importância da ciência, das academias e dos encontros de estudo para sensibilizar sobre o combate às práticas neocoloniais, o racismo e a segregação, o Papa Francisco pede desculpas pelos atos de alguns fiéis que, direta ou indiretamente, contribuíram para os processos de dominação política e territorial de vários povos na América e na África. O Pontífice pede perdão também por quaisquer erros ou omissões que se verificaram ou ainda se verificam no presente. Ao invés, Francisco reafirma seu firme desejo de agir, segundo a Doutrina social da Igreja, e trabalhar pela inversão dos processos neocoloniais, que afligem a humanidade.

 

- O Papa nomeia uma religiosa como chefe da Academia das Ciências Sociais

A nova presidente escolhida por Francisco para dirigir a instituição pontifícia é Irmã Helen Alford, dominicana de Santa Catarina de Siena de Newscastle, até agora decana do Angelicum

O Papa continua sua disposição de oferecer responsabilidades proeminentes às mulheres dentro das instituições vaticanas. Na manhã deste sábado, 1º de abril, a religiosa Helen Alford, O.P., decana da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino - Angelicum, em Roma, foi nomeada para presidir a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

Irmã Alford, que é membro das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena de Newcastle, na Grã-Bretanha, sucede o economista Stefano Zamagni, que o Papa havia nomeado como presidente em março de 2019. A religiosa dominicana graduou-se em Engenharia de Gestão pela Universidade de Cambridge, onde também obteve um doutorado de pesquisa. Grande parte de sua carreira acadêmica ocorreu no Angelicum, como professora na Faculdade de Ciências Sociais, assim como vice-reitora da mesma universidade.

A irmã dominicana é uma especialista internacional em Ética Empresarial, e ensinou em várias universidades sobre assuntos relacionados à ética econômica e à história do pensamento social cristão. Ela também faz parte dos conselhos científicos de várias revistas científicas, incluindo Journal of Catholic Social Thought, Finance and the Common Good, Transforming Business, OIKONOMIA: revista de ética e ciências sociais.

Ela é membro ordinário da Pontifícia Academia das Ciências Sociais desde 2020 e foi anteriormente consultora do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz.

 

Fonte: Vatican News