O Papa Francisco, de 86 anos, foi internado nesta quarta-feira (29) em um hospital de Roma para tratar uma infecção respiratória. Segundo o Vaticano, o papa se queixou de dificuldades respiratórias nos últimos dias e testou negativo para covid-19.
Mais cedo o Vaticano disse que o papa havia sido internado para realizar exames e que possivelmente passaria a noite no hospital.
"Nos últimos dias, o Papa Francisco se queixou de algumas dificuldades respiratórias e esta tarde foi à Policlínica A. Gemelli para fazer alguns exames médicos. O resultado mostrou uma infecção respiratória (infecção por covid-19 excluída) que exigirá alguns dias de terapia médica hospitalar apropriada", disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, à imprensa.
O jornal italiano "Corriere della Sera" publicou uma reportagem em que diz que o papa chegou de ambulância, no fim da manhã, depois de passar mal com problemas no coração e dores pulmonares. O jornal atribui as informações a fontes do hospital para o qual o papa foi levado, o Gemelli.
Ainda de acordo com o jornal, antes de passar mal, o papa participou de uma audiência geral na Praça de São Pedro, no Vaticano, e depois foi para a casa.
O papa Francisco comemorou 10 anos de papado em março. Ele participou da audiência geral na manhã de quarta-feira na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorrindo enquanto cumprimentava os fiéis em seu "papamóvel".
No entanto, segundo os fotógrafos da agência de notícias AFP, ele se movimentava com dificuldade e parecia sentir fortes dores.
Francisco, que usa cadeira de rodas desde maio de 2022 devido a dores no joelho direito, passou 10 dias no hospital Gemelli em julho de 2021 para uma operação de cólon.
O papa explicou mais tarde que esta operação o deixou com sequelas, e que ele decidiu descartar uma cirurgia no joelho.
Já se sabia que ele sofre de uma dor ciática crônica que o obriga a mancar, motivo pelo qual ele teve que renunciar às cerimônias oficiais em algumas ocasiões.
O hospital Gemelli é o centro médico onde o papa João Paulo II também foi hospitalizado e onde teve um tumor benigno no cólon removido em 1992.
Em entrevistas concedidas nos últimos meses, o papa evocou a possibilidade de renunciar, tal como fez seu antecessor Bento XVI, em 2013. Bento morreu no final de 2022.
Em julho passado, Francisco confessou que já não podia viajar com o mesmo ritmo de antes e, inclusive, mencionou que poderia se afastar. Em fevereiro, ele disse que a renúncia de um papa não deve virar moda e que essa ideia, no momento, não estava em sua agenda.
Há um ano, Francisco conta com um assistente pessoal de saúde, uma enfermeira, que o acompanha de forma permanente.
A saúde dos papas tem sido sempre uma matéria reservada para o Vaticano e mantida geralmente em segredo.
O médico e jornalista argentino Nelson Castro apresentou recentemente em Roma um livro sobre a saúde dos papas e as doenças sofridas por eles desde Leão XIII e falou em particular sobre o tema com Francisco.
Ele afirmou a Castro que havia se recuperado por completo e que não havia se sentido limitado desde então.
O papa também confessou que quando residia na Argentina tratou dores nas costas com acupuntura chinesa, que sofria de cálculos na vesícula biliar e que, em 2004, teve um problema cardíaco temporário devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria.
Na manhã desta quarta-feira o Papa presidiu normalmente a audiência geral com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Fonte: g1