O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta sexta-feira (24/03), aos amigos e amigas da União Nacional Italiana para o Transporte de Doentes a Lourdes e Santuários Internacionais (Unitalsi) Lombarda, por ocasião da inauguração da Casa Frizzi, um estrutura que acolhe famílias de crianças enfermas hospitalizadas em Milão.
Um ano atrás, o Santo Padre "enviou uma mensagem de apoio à iniciativa de construir uma casa que pudesse acolher as mães e os pais das crianças internadas nos hospitais da cidade". A casa é dedicada ao apresentador de televisão Fabrizio Frizzi, que faleceu em 2018 e "foi um grande amigo da Unitalsi por quase vinte anos".
A Casa Frizzi foi inaugurada nesta sexta-feira, 24 de março, e esse sonho "tornou-se realidade graças à contribuição de muitos amigos, mas sobretudo graças à tenaz determinação de Vittore De Carli que viveu em sua carne a batalha entre a vida e a morte como ele narra no livro 'Da escuridão à luz com a força da oração' publicado pela Livraria Editora Vaticana, que também se tornou a primeira forma concreta de promover a iniciativa Casa Frizzi".
"Hoje, se realiza o sonho de uma casa que possa acolher com um sorriso aqueles que têm de lidar com a doença, especialmente mães e pais que lutam ao lado de seus filhos, muitas vezes muito pequenos. Que as palavras da Carta aos Hebreus estejam sempre vivas no coração de cada um de vocês: «Não se esqueçam da hospitalidade, pois algumas pessoas, graças a ela, sem saber acolheram anjos»", ressalta o Papa no texto.
Segundo Francisco, "quando um menino ou uma menina fica gravemente doente, precisa de cuidados especializados e muitas vezes esses cuidados são encontrados em hospitais longe de casa. No entanto, sabemos como são fundamentais o amor, a ternura e a proximidade da mãe e do pai, além da intervenção de médicos e enfermeiros, para o cuidado e a recuperação de uma criança".
"Sei que esta casa que hoje se abre está ao lado do Santuário de Nossa Senhora das Graças, um pequeno santuário querido pelos milaneses que recorrem a Maria invocando os dons do céu e o bálsamo para curar as feridas da vida e da sociedade", sublinha ainda o Papa.
O Pontífice conclui a mensagem, pedindo "que Maria seja apoio para todos os pais que se alojarão na Casa Frizzi e seja rosto de ternura e consolação".
- Papa no Dia dos Missionários Mártires: são o dom mais precioso de Deus para a Igreja
Neste 24 de março, Dia de Oração e Jejum em memória dos misisonários mártires, o Papa Francisco lançou um tuíte com a seguinte mensagem:
“Os mártires são o dom mais precioso que Deus deu à sua Igreja, porque neles se atualiza aquele 'amor maior' que Jesus nos mostrou sobre a cruz.”
A data de 24 de março faz referência ao dia em que Oscar Romero, o santo da voz dos últimos e dos oprimidos, foi assassinado em El Salvador em 1980. O "Santo da América" foi canonizado em 14 de outubro de 2018 pelo Papa Francisco. O Dia de Oração e Jejum em memória dos misisonários mártires, assim, procura honrar quem morreu por ter sido fiel ao Evangelho até o último instante.
Em 1992, o então Movimento Juvenil das Pontifícias Obras Missionárias, hoje Missio Jovens, propôs à Igreja italiana a celebração de um dia que fizesse memória àqueles que todo ano perdem a vida durante o próprio serviço pastoral. Os jovens escolheram como data o 24 de março, para que ficasse claro que esses irmãos assassinados são brotos de uma fé nova, fortalecida pelo compromisso de cuidar de quem sofre ou é esmagado por sistemas injustos e pouco inclusivos.
Em 2022, segundo dados da Agência Fides, foram assassinados 18 missionários no mundo: 12 sacerdotes, 1 religioso, 3 religiosas, 1 seminarista, 1 leigo. Em nível continental, o número mais elevado é registrado na África, onde foram mortos 9 missionários (7 sacerdotes, 2 religiosas), seguida da América Latina com 8 missionários mortos – 4 sacerdotes, 1 religioso, 1 religiosa, 1 seminarista, 1 leigo – e depois da Ásia, onde foi morto um sacerdote. Nos últimos anos, África e América se alternam no primeiro lugar dessa trágica classificação. De 2001 a 2021, o total dos missionários mortos é de 526.
“As poucas notícias sobre a vida e as circunstâncias que causaram a morte violenta desses 18 missionários e missionárias", segundo material da Fides, "oferecem-nos imagens da vida cotidiana, em contextos particularmente difíceis, marcados pela violência, miséria, falta de justiça e de respeito pela vida humana”.
- O Papa às famílias dos mineiros poloneses mortos: na dor, as palavras não servem
O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã desta sexta-feira (24/03), na Sala do Consistório, no Vaticano, as famílias dos mineiros poloneses que morreram nas minas de carvão em 20 e 23 de abril de 2022, na Polônia.
O Pontífice falou espontaneamente às cerca de 80 pessoas presentes, expressando a sua solidariedade na dor com algumas palavras essenciais:
Obrigado pela visita! Diante de vocês, não sei o que dizer. O silêncio é compassivo. Perder o marido, o pai num acidente como este, é ruim. E também o fato de que alguns estão enterrados lá, nas minas... Não quero dizer palavras, apenas dizer que estou próximo a vocês, muito próximo, com a proximidade do coração, e rezo com vocês nesta situação muito difícil e ruim.
"Em momentos como estes, parece que Deus não escuta a nossa oração", disse ainda o Papa, acrescentando:
Existe o silêncio dos mortos e o silêncio de Deus, e esse silêncio às vezes nos deixa com raiva. Não tenham medo: essa raiva é uma oração. É um dos “porquês?” que repetimos continuamente nestas situações. E a resposta é: “Na escuridão o Senhor está próximo. Não sabemos como, mas está próximo."
O Papa convidou as famílias para um momento de oração, em silêncio, ao qual uniu a sua. Em seguida, deu-lhes a bênção e saudou pessoalmente cada um dos participantes do encontro.
As famílias recebidas nesta sexta-feira por Francisco lamentam a perda de seus familiares em dois acidentes ocorridos na mesma semana, 20 e 23 de abril passado, em dois locais da Polônia: o primeiro, uma explosão, na indústria de mineração de carvão de Pniowek, com um balanço de cinco mineiros mortos e sete desaparecidos. O segundo, em Zofiowka, no sul do país, onde pelo menos dez trabalhadores continuam desaparecidos. As duas indústrias pertencem à mesma empresa, a mineradora Jsw.
Fonte: Vatican News