O dever da recordação foi fortemente enfatizado nesta quinta-feira por monsenhor Janus S. Urbańczyk em seu discurso na reunião do Conselho Permanente da OSCE, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa, com sede em Viena, por ocasião do Dia Internacional da Memória que se celebra nesta sexta-feira 27 de janeiro. Recordar é essencial, disse ele, se desejamos que "a dignidade humana nunca mais seja pisoteada".
Neste dia em particular, disse ele, recordamos "a crueldade indescritível do Holocausto, a deportação planejada, a aniquilação e o extermínio do povo judeu". Recordamos os milhares e milhares de pessoas mortas pela brutal máquina de perseguição nazista, vítimas dos crimes mais hediondos contra a humanidade, que sofreram terrivelmente por causa do completo desrespeito por sua dignidade intrínseca de seres humanos".
Retomando as palavras do Papa Francisco, que na quarta-feira, no final da audiência geral em relação ao Dia da Memória, enfatizou "que não podemos nos comprometer a construir fraternidade juntos sem antes dissipar as raízes do ódio e da violência que alimentaram o horror do Holocausto", o Observador Permanente da Santa Sé reiterou que "estas crueldades nunca devem ser esquecidas se quisermos construir um futuro no qual a dignidade humana nunca mais seja pisoteada" e "para nos tornarmos mais fortes na condenação de qualquer tentativa de renascimento de tais atrocidades".
Crucial é transmitir aos jovens a memória do que ocorreu e envolvê-los "na luta contra o ódio e a discriminação". Como também observado pelo Papa, monsenhor Urbańczyk enfatizou que não basta rejeitar o mal, mas devemos "construir juntos o bem comum". Esta não é uma tarefa fácil, tanto que as sociedades de hoje ainda conhecem o ódio, a violência e o desprezo pela dignidade humana. É preciso, portanto, permanecer sempre vigilantes, lembrando que o mal a ser combatido não é apenas ódio, mas sobretudo "a indiferença que nos paralisa". É por isso que, segundo o Observador Permanente, junto com as vítimas também é bom lembrar aqueles que tentaram protegê-las, muitas vezes correndo risco de vida, e combater as "atrocidades que as circundavam".
A declaração de monsenhor Urbanczyk se concluiu com a reafirmação da "inequívoca condenação da Santa Sé no confronto das antigas e novas formas de antissemitismo" e da importância da recordação da educação para que a "consciência de que somos todos iguais em dignidade" possa crescer, e que todos devemos nos comprometer "com a paz, o respeito mútuo, a proteção da vida e a liberdade religiosa".
Fonte: Adriana Masotti – Vatican News