Cultura

Papa: nunca se cansar de construir o Arsenal da Paz com os jovens





"Sigam em frente", foi o encorajamento de Francisco aos membros do Serviço Missionário Juvenil, presentes na audiência no Vaticano, e aos conectados remotamente. Da associação fundada em Turim em 1964, o Pontífice destaca a atualidade da mensagem ligada ao 'Arsenal de Paz', onde os jovens podem experimentar a fraternidade, o diálogo e o acolhimento de que o mundo tanto precisa hoje

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, 7, no Vaticano, os membros do Sermig, Serviço Missionário Juvenil, acompanhados por seu fundador, Ernesto Olivero.

O Papa iniciou seu discurso explicando o significado do Sermig: “É uma espécie de grande árvore, que nasceu de uma pequena semente: uma das tantas realidades do Reino de Deus! O Senhor semeou esta sementinha em Turim, no início dos anos ’60: um tempo fecundo, que contou com o Pontificado de São João XXIII e o Concílio Vaticano II”. E Francisco ponderou:

Naqueles anos, brotaram na Igreja várias formas de serviço e de vida comunitária, com base na Palavra de Deus, que continuaram graças a algumas vocações, que contaram com a adesão generosa de fiéis. Essas experiências cresceram, buscando responder aos sinais dos tempos. O Sermig, Serviço Missionário Juvenil, foi uma delas”.

De fato, o Sermig nasceu em Turim, com um grupo de jovens, ou melhor, por um grupo de jovens junto com Jesus. Pelos seus frutos, a instituição não foi um mero ativismo, pelo contrário, cedeu espaço ao Senhor, na pessoa dos pequenos, pobres e marginalizados.

 

Recordando a história do Sermig, o Papa citou muitos acontecimentos e gestos, que podem ser vistos como pequenos e grandes sinais do Evangelho vivido. De fato, esta instituição nasceu, em 1983, com a transformação de um Arsenal Militar, arsenal de guerra e fábrica de armas, em Turim, que se tornou um "Arsenal da Paz": lugar de fraternidade e pesquisa, uma casa aberta aos mais necessitados, aos jovens que buscavam dar sentido às suas vidas. Enfim, um laboratório de ideias, encontro, cultura, diálogo e formação, um sinal concreto do Evangelho. E o Papa acrescentou:

O Arsenal da Paz é fruto do sonho de Deus, poderíamos dizer do poder da Palavra de Deus. Um sonho divino que o Espírito Santo realiza na história, através do seu povo fiel. Neste caso, através da fé e da boa vontade de Ernesto Olivero, com a ajuda de sua esposa e de um primeiro grupo de pessoas, que realizou o sonho de tantos jovens, mediante numerosos projetos e ações”.

Tudo isso foi possível, afirmou Francisco, com a simples transformação de um “arsenal de armas” em “arsenal de paz”. E perguntou: “O que este novo arsenal fabrica hoje?” E respondeu: “Fabrica, artesanalmente, armas da paz, onde os jovens aprendem a se encontrar, dialogar e acolher os que mais precisam”. Aqui, o Papa constatou:

Enquanto os senhores da guerra obrigam tantos jovens a lutar contra seus irmãos e irmãs, precisamos, hoje, de lugares onde a fraternidade possa ser praticada, como o Sermig, denominado "fraternidade da esperança" ou também "esperança da fraternidade", esperança de um mundo fraterno”.

Este é o "sonho" que o Papa Francisco quis propor à Igreja e ao mundo com a sua Encíclica Fratelli tutti. Este sonho é realizado pelo Sermig, uma obra que não pode ser feita sem Deus. A guerra pode ser feita sem Deus, mas a paz não!

Ao término do seu discurso aos membros do Sermig, Serviço Missionário Juvenil, o Santo Padre os exortou a nunca se cansar de construir o “Arsenal da Paz”, uma obra que ainda não acabou, mas está em andamento. De fato, o Papa Francisco citou algumas de suas tantas obras pelo mundo, como o “Arsenal da Esperança” em São Paulo, cujos frutos de paz, esperança, encontro, concórdia e paz, só podem ser produzidos pelo Espírito Santo.

O Espírito de Deus, concluiu o Papa, age no coração dos homens e mulheres, firmemente enraizados no Evangelho, que se tornam comunidades de pessoas, que abraçam plenamente a vocação e a missão da fraternidade.

Manoel Tavares 

 

O encontro do Papa Francisco com o cardeal Zen

O purpurado veio ao Vaticano para poder participar do funeral de Bento XVI, o Pontífice que o criou cardeal.

O Papa Francisco se encontrou na sexta-feira, 6, ma Casa santa Marta, com o cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, que chegou a Roma para participar do funeral de Bento XVI.

O purpurado chinês de 90 anos foi criado cardeal pelo Papa Ratzinger em 2006. "Foi maravilhoso, o Papa Francisco foi caloroso", disse Zen. A notícia foi divulgada, com declarações do bispo emérito de Hong Kong, pela "America", a revista dos jesuítas norte-americanos.

O cardeal de 90 anos - condenado há algumas semanas ao pagamento de uma multa em um julgamento no qual foi invocada a Lei de Segurança Nacional draconiana - teve seu passaporte ...
 
Fonte: Vatican News