Cultura

Papa aos jovens: olhar o irmão para superar a indiferença





O Papa recebeu nesta manhã (15) os jovens, meninos e meninas da Ação Católica Italiana. Na ocasião entregou o discurso preparado e falou de improviso. No texto recordando as palavras de Mateus convidando-os a partir, a “ir” em grupos, como os discípulos, para que assim possam ver em cada pessoa não um adversário, mas um companheiro de equipe, um filho de Deus

"Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos". São as palavras poucas, mas fortes como disse o Papa que os jovens, meninos e meninas da Ação Católica Italiana trouxeram consigo para o tradicional encontro pré-natalino desta manhã (15/12) no Vaticano. O Papa discorreu sobre estas palavras recordando que Jesus usa um verbo fácil e essencial: “ir". “Alguns”, diz o Papa, “podem pensar que, para ser um bom cristão, é preciso acima de tudo reflexão, meditação. Em vez disso, Jesus diz: Vão! É um verbo decisivo, pois transforma o discípulo em um apóstolo, faz dele um missionário. E vocês também, queridos amigos, são chamados a ir, porque Deus não gosta quando ficamos preguiçosos no sofá; Ele nos quer em movimento, em movimento, prontos e dispostos a nos colocarmos em jogo”.

Olhar para os irmãos

Em seguida o Papa escreveu aos jovens: “Vão! Mas para onde, para quem? Para os outros, para - diz Jesus no Evangelho - todos os povos, sem excluir ninguém. O Senhor não quer que passemos nossos dias fechados em nós mesmos. E este é um grande risco para um jovem hoje: passar dias inteiros com o celular na frente dos olhos. Não, nossos olhos são feitos para olhar os olhos dos outros”.

“Nosso olhar, nossos olhos são feitos para transmitir a alegria de ter encontrado Jesus, aquela amizade que transforma a existência, que nos faz abraçar a vida e nos permite descobrir sua beleza”

Francisco também recorda algo fundamental, ou seja, que devemos ir, mas não ir sozinhos, juntos. "Vão", diz Jesus, no plural, a todos os discípulos juntos, não a cada um isoladamente. Assim se começa, continuou o Papa “a ver em cada pessoa não um adversário, mas um companheiro de equipe, um filho de Deus: este é o espírito com o qual se supera a indiferença. Isto é o que Jesus nos ensina com seu olhar, que é um olhar de predileção”. E concluindo este ponto afirmou: “Para isso confio em vocês, na sua visão do futuro, na sua força para ir e, sobretudo, na sua oração pela paz, que é poderosa e pode fazer grandes coisas!".

Jesus está sempre ao nosso lado

Encorajando disse ainda: “Não devemos ter medo de entrar em campo, de nos colocarmos em jogo: ‘Vá’, repete Jesus a vocês todos os dias, "não parem e nunca tenham medo, porque eu estarei sempre com vocês!”. Na verdade, Ele está sempre ao nosso lado, nos bons momentos e nos tempos tristes”. Neste ponto do encontro o Papa falou sobre a iminente festa do Natal dizendo aos jovens:

“A festa de Natal, agora próxima, nos lembra precisamente isto: que Deus entra no mundo e nos dá a força para ir, para caminhar com Ele. No Natal ele une-se à nós, torna-se nosso companheiro de viagem. E nunca, jamais nos abandonará”

Por fim o Papa concluiu com estas palavras:

“Vão queridos amigos! Que a vivacidade e os talentos que cada um de vocês tem - todos nós os temos, ninguém está privado de grandes talentos, não nos esqueçamos disso! – estejam à disposição de todos e produzam frutos!

Jane Nogara

 

 

Papa aos novos embaixadores: atenção aos direitos humanos fundamentais

“O papel de vocês, como diplomatas, pode contribuir para levar luz nos cantos mais escuros do mundo, levar ao centro os que estão na periferia e dar voz aos que não têm voz ou foram silenciados”. São palavras do Papa Francisco no encontro desta manhã (15) com 8 novos Embaixadores junto à Sé por ocasião da apresentação das Cartas Credenciais 

Na manhã desta quinta-feira (15) o Papa Francisco recebeu as Cartas Credenciais de 8 novos Embaixadores junto à Santa Sé. São os embaixadores de Belize, Bahamas, Tailândia, Noruega, Mongólia, Níger, Uganda e Sudão.

É necessário o trabalho da diplomacia

Ao dar as boas vindas o Santo Padre recordou que cada um deles compartilha com razão a preocupação de construir a comunidade internacional, como demonstra a participação de todos nas diversas organizações e instituições internacionais que são uma expressão prática da necessidade de solidariedade e cooperação entre os povos. “Nesta tarefa vital e coletiva de procurar salvaguardar e promover o bem-estar de homens e mulheres em todo o mundo”, continuou o Papa, “especialmente em nossos dias marcados pelos problemas contínuos da crise de saúde global e pelos conflitos violentos em curso em todo o mundo, a ação concertada de toda a família das nações e o trabalho da diplomacia são mais do que nunca necessários”.

Construtores de paz

Em particular, disse o Papa, vocês iniciam sua nova missão diplomática “em uma época de maior sensibilidade política pelas crescentes violações do direito internacional e para o que há muito eu defini, uma terceira guerra mundial combatida em pedaços”.

“Se quisermos que a paz tenha uma possibilidade e que os pobres tenham a perspectiva de um futuro melhor, somos todos chamados a mostrar maior vigilância e a responder ao chamado para sermos construtores de paz no nosso tempo”

Em seguida Francisco sugeriu aos presentes que para enfrentar estes desafios, “cada uma de suas nações, sejam elas antigas ou jovens, pode se valer de um vasto patrimônio de tesouros históricos, intelectuais, tecnológicos, artísticos e culturais, que são contribuições únicas e distintivas de seus povos.

Direitos humanos fundamentais

Ao oferecer generosamente seus recursos materiais, humanos, morais e espirituais, os países respondem a uma vocação nobre e essencial, disse o Pontífice afirmando em seguida:

“De fato, é somente através do esforço para abordar os problemas da humanidade de forma cada vez mais integrada e solidária que soluções podem ser encontradas.”

Citando as situações generalizadas que afetam os direitos humanos fundamentais, recordou “a falta de acesso universal à água potável, alimentos ou cuidados básicos de saúde; a necessidade de garantir a instrução para todos e também um trabalho digno"

Papel dos diplomatas

“Com a constantemente sensibilização sobre a situação dos que estão à margem da sociedade, o papel de vocês, como diplomatas, pode contribuir para levar luz nos cantos mais escuros do nosso mundo, levar ao centro os que estão na periferia e dar voz aos que não têm voz ou foram silenciados”, recordou Francisco.

Por fim, ao concluir seu encontro com os novos embaixadores o Papa garantiu-lhes a cooperação e o apoio da Secretaria de Estado e dos Dicastérios da Cúria Romana. "Com base nas muitas iniciativas existentes e nas áreas de interesse comum, estou confiante de que as relações positivas e cordiais entre seus países e a Santa Sé continuarão a se desenvolver e a dar frutos".  

Jane Nogara 

Fonte: Vatican News