Esporte

Inglaterra faz 3 gols em 10 minutos e massacra Irã por 6 a 2 na estreia





Uma das favoritas ao título, a Inglaterra deu um recado aos rivais em sua estreia: vem forte na Copa do Mundo do Qatar. Semifinalista em 2018 na Rússia, o time inglês não deu qualquer chance à zebra e passeou em sua estreia diante do Irã, hoje (21), no estádio Khalifa International, em Doha. Resultado: goleada maiúscula de 6 a 2 na abertura do grupo B, com direito a três gols em dez minutos no primeiro tempo.

A seleção de Gareth Southgate precisou de 35 minutos para superar o ferrolho armado pelo Irã e assim 'abrir a porteira'. Depois disso, porém, o que se viu foi um show de ataque e eficiência dos ingleses.

Os jovens Bellingham, de 19 anos, e Saka, de 21, iniciaram a contagem, enquanto o mais experiente Sterling, de 27, fechou a conta do primeiro tempo. Na etapa final, Saka fez o seu segundo, Rashford marcou o quinto e Greleash fez o sexto, enquanto Taremi foi o responsável pelos dois gols de honra dos iranianos.

Ao frágil time do Irã, coube apenas assistir ao massacre inglês e tentar evitar uma goleada que poderia ser ainda mais histórica. Mal dentro de campo, o país vive uma situação trágica fora dele, com uma onda de protestos contra a repressão a mulheres iranianas que já resultou em mais de 320 mortes.

As outras duas seleções do Grupo B, Estados Unidos e País de Gales, entram em campo ainda nesta segunda-feira (21), às 16h (de Brasília). Na segunda rodada, marcada para a próxima sexta (25), o time de Gareth Bale mede forças com o Irã, às 7h, enquanto os ingleses encaram os Estados Unidos, às 16h.

Goleiro vai a nocaute e é substituído

Logo aos 8min de jogo, Beiranvand se deu mal após chocar sua cabeça com a do próprio companheiro, o zagueiro Majid Hosseini. O duelo ficou paralisado para o atendimento do goleiro, que machucou o nariz e precisou da equipe médica para estancar o sangue. Beiranvand até tentou voltar, mas não aguentou e pediu substituição, dando lugar a Hossein Hosseini, que se viu em meio a um pesadelo...

1, 2, 3, só no primeiro tempo!

Demorou mais de trinta minutos para a posse de bola de mais de 70% ser convertida em gol. Mas, quando isso aconteceu, vieram logo três! No primeiro, aos 35min, Shaw foi acionado pela esquerda após troca de passes envolvente e cruzou para o meio da área; bem posicionado, Bellingham cabeceou no canto esquerdo de Hosseini, que sequer esbanjou reação. 1 a 0.

Aos 43min, a bola aérea mais uma vez surtiu efeito. Shaw cobrou escanteio aberto da esquerda, Maguire ganhou pelo alto e Saka emendou um chutaço de canhota, de primeira. Golaço! 2 a 0. Já o terceiro, enfim, veio pelo chão. Kane foi acionado pela direita, avançou e cruzou da ponta, na medida para Sterling esticar o pé e completar para as redes. 3 a 0.

Apesar do jogo praticamente resolvido, a Inglaterra queria mais. Aos 17min, Saka fez mais um. Sterling carregou pela intermediária e abriu na direita para o camisa 17, que limpou dois marcadores e finalizou rasteiro de canhota, marcando seu segundo na partida.

O Irã ameaçou uma reação com um belo gol de Taremi, que deu um belo chute após aparecer sozinho na área com uma boa movimentação, aos 20min. Logo depois, porém, Rashford, que tinha acabado de entrar, recebeu de Kane, invadiu a área, tirou o zagueiro com classe e finalizou rasteiro. 5 a 1. E houve tempo para mais um.

Rashford deixou de calcanhar e Bellingham enfiou em profundidade para Wilson, que invadiu a área pela direita e tocou para o meio na saída do goleiro; Grealish só teve o trabalho de concluir para a rede.

Arbitragem brasileira faz estreia segura

A seleção brasileira ainda não estreou no Qatar, mas o Brasil já. Raphael Claus (SP) e os auxiliares Rodrigo Figueiredo (RJ) e Danilo Manis (SP) —além do peruano Kevin Ortega— foram os responsáveis pela arbitragem no segundo jogo da Copa, e mandaram bem.

Com os jogadores colaborando, até pelo desenrolar da partida, Claus fez uma partida tranquila e sem interferências no resultado da partida. O lance mais discutível aconteceu nos acréscimos, quando ele se dirigiu ao VAR e marcou um pênalti para o Irã.

Ingleses de joelho e 'novo hino'

Como já estava previsto, os jogadores da Inglaterra se ajoelharam antes do apito inicial como forma de protesto ao assassinato sofrido por George Floyd, sufocado por um policial nos Estados Unidos, em maio de 2020. O gesto é uma manifestação antirracista que se tornou um marco no Campeonato Inglês, sendo feito pelos atletas antes dos jogos desde então.

Outra novidade do pré-jogo foi o hino da Inglaterra. Com a morte da Rainha Elizabeth, a letra acabou sofrendo uma mudança, e os jogadores cantaram "God Save The King", em vez de não "Save The Queen".

Torcida do Irã protesta

Enquanto os jogadores não cantaram o hino antes do jogo em protesto contra a repressão a protestos das mulheres, a torcida iraniana presente no estádio abriu uma bandeira com os dizeres "Women Life Freedom". Algumas torcedas também puderam ser vistas com a frase estampada na camiseta.

A braçadeira que a Fifa quer

A ideia da Inglaterra, assim como outras seleções europeias, era que o seu capitão, Harry Kane, entrasse em campo com a mensagem One Love na braçadeira, que tem as cores de arco-íris em apoio à causa LGBTQIA+. A Fifa, porém, informou que o capitão do time seria advertido com um cartão amarelo caso usasse tal faixa no braço, o que fez os países europeus recuarem.

Em meio à polêmica, a Fifa ainda decidiu antecipar a campanha "No Discrimination" ("Sem Discriminação", em português), que estava prevista apenas a partir das quartas de final. E foi com ela que Harry Kane entrou em campo.

 

- Iranianos não cantam hino nacional em protesto por diretos das mulheres

Após algumas manifestações nas redes sociais, jogadores do Irã ficaram em silêncio durante execução da canção. Nas arquibancadas, diversos cartazes pediram igualdade no tratamento

A Copa do Mundo está intimamente ligada a diversas manifestações por direitos humanos, dos trabalhados, das mulheres e da causa LGBTQIA+. E não envolve apenas situações envolvendo o Catar, restrito país-sede da edição de 2022. A primeira partida desta segunda-feira (21/11), entre Inglaterra e Irã, inclusive, foi palco de manifestações de jogadores no gramado e torcedores na arquibancada. Apesar de diferentes, os gestos têm, basicamente, uma mesma missão.

A cerimônia de abertura foi marcada por uma manifestação iraniana. Antes de a bola rolar, quando as seleções estavam perfiladas para a execução dos hinos nacionais, jogadores do Irã optaram por não cantar a canção. A ação foi considerada um protesto a favor dos direitos de mulheres. No país, elas são proibidas de frequentar estádios de futebol. A transmissão também flagrou uma imagem impactante. Uma torcedora foi flagrada chorando e aplaudindo a atitude dos atletas.

Nas arquibancadas, diversos cartazes com as cores do Irã estavam com mensagens pedindo liberdade às mulheres do país. O Irã atravessa uma grande onda de protestos pela morte de Mahsa Amini. A jovem de 22 anos foi detida pela polícia iraniana sob a acusação de violar as regras do país sobre o uso de hijab, tradicional lenço islâmico utilizado para cobrir a cabeça. Nas últimas semanas, jogadores do país se posicionaram de forma favorável às reivindicações.

Antes de a Copa do Mundo começar, a Fifa se mostrou atenta para possíveis protestos das seleções nos gramados. Em carta enviada aos 32 participantes da competição, a entidade máxima do futebol aconselhou os países a se manterem neutros sobre questões políticas. No entanto, o meio-campista Ali Karimi e os atacantes Sardar Azmoun e Mehdi Taremi foram na contramão da recomendação. Nas redes sociais, eles postaram mensagens incentivando as manifestações.

Inglaterra e a braçadeira

O protesto da Inglaterra foi relacionado à causa LGBTQIA+ e uma proibição recente da Fifa. Durante o Mundial, diversas seleções, incluindo a inglesa, planejavam utilizar uma braçadeira de capitão com as cores do arco-íris. A entidade, porém, divulgou um comunicado proibindo o uso da chamada braçadeira "One Love". O anúncio foi feito nesta segunda-feira (21/11) e sete países desistiram de apoiar a ação para não serem punidas esportiva e financeiramente.

A Associação de Futebol Inglesa (FA, na sigla em inglês) acatou a ordem. Entretanto, os jogadores encontraram outra forma de protestar. Antes de a bola rolar para a estreia contra o Irã, os 11 jogadores da Inglaterra se ajoelharam no gramado do Estádio Internacional Khalifa, em Doha. As equipes de País Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça também anunciaram que vão seguir a recomendação de Fifa de banir a braçadeira com viés político.

 

-  Goleiro do Irã vai a nocaute e é substituído contra a Inglaterra

O goleiro iraniano Ali Beiranvand sofreu um choque de cabeça, levou a pior e foi substituído logo aos 20 minutos de jogo em Inglaterra x Irã, hoje, na estreia das duas seleções na Copa do Mundo do Qatar.

A transmissão oficial da Fifa afirmou durante o anúncio da substituição que a suspeita da lesão é uma concussão cerebral.

Após cruzamento da Inglaterra pela direita, Beiranvand saiu do gol para tentar cortar a bola, mas acabou batendo cabeça com cabeça com o zagueiro Majid Hosseini e ficou caído no gramado.

Ele teve um sangramento no nariz e foi atendido dentro de campo. A partida ficou mais de oito minutos paralisada para o atendimento do goleiro.

Beiranvand tentou voltar, trocou a camisa suja de sangue e cobrou um tiro de meta, mas pouco depois pediu para ser substituído. Aos 20 minutos, ele deu lugar a Hossein Hosseini.

 

- Sete capitães de seleções da Copa do Mundo não vão usar braçadeiras “OneLove”

Segundo as regras da Fifa, o equipamento da equipe não deve ter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais

Os capitães da Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Holanda, Suíça, Alemanha e Dinamarca não usarão braçadeiras “OneLove” depois que a Fifa (leia nota abaixo) deixou claro que eles seriam reservados, disseram as federações em comunicado conjunto nesta segunda-feira (21).

“Você não quer que o capitão comece o jogo com um cartão amarelo. É por isso que é com pesar que nós, como grupo de trabalho da Uefa e como equipe, tivemos que decidir abandonar nosso plano”, disse a associação holandesa de futebol (KNVB) disse em um comunicado.

A KNVB disse que a Fifa deixou claro apenas horas antes do início da partida contra o Senegal na segunda-feira que o capitão Virgil van Dijk receberia um cartão amarelo se entrasse em campo usando a braçadeira como planejado.

A KNVB disse estar “profundamente decepcionada” com a posição da Fifa e não deixaria passar despercebida. “Isso é completamente contra o espírito do nosso esporte, que une milhões de pessoas”, disse a KNVB em comunicado.

“Juntamente com outros países envolvidos, analisaremos criticamente nossa relação com a Fifa”. A braçadeira foi projetada para transmitir uma mensagem “contra qualquer forma de discriminação”, disse a federação holandesa.

De acordo com as regras da Fifa, o equipamento da equipe não deve ter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais e, durante as Competições Finais da Fifa, o capitão de cada equipe “deve usar a braçadeira de capitão fornecida pela Fifa”.

Wales disse que os países envolvidos estavam preparados para pagar multas que normalmente se aplicariam a violações dos regulamentos de uniformes, mas as sanções esportivas foram um passo longe demais.

“Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo da Fifa“.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Fifa

Após discussões, a FIFA pode confirmar que sua campanha Sem Discriminação foi antecipada da fase planejada das quartas de final para que todos os 32 capitães tenham a oportunidade de usar esta braçadeira durante a Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022™. 

Isso está de acordo com o Artigo 13.8.1 do Regulamento de Equipamentos da FIFA , que afirma: “Para as Competições Finais da FIFA, o capitão de cada Equipe deve usar a braçadeira de capitão fornecida pela FIFA.” 

Os regulamento da Copa do Mundo da FIFA Catar 2022, conforme aprovado por todos no jogo, existem para preservar a integridade do campo de jogo para todos os participantes e são igualmente aplicáveis ​​a todas as equipes concorrentes. 

A FIFA é uma organização inclusiva que quer colocar o futebol em benefício da sociedade, apoiando causas boas e legítimas, mas isso deve ser feito no âmbito dos regulamentos da competição que são conhecidos por todos. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, reiterou seu apoio à comunidade LGBTQI+ durante a Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022. 

“Tenho falado sobre esse assunto com a mais alta liderança do país”, disse o presidente da FIFA. “Eles confirmaram e posso confirmar que todos são bem-vindos. Se alguém disser o contrário, bem, não é a opinião do país e certamente não é a opinião da FIFA”.

Fonte: UOL - Correio - CNN