O papa Francisco nomeou o brasileiro Gleison de Paula Souza como secretário do Dicastério para os Leigos a Família e a Vida. Aos 38 anos, casado, pai de dois filhos ele se torna o mais jovem secretário de um dicastério romano. O mineiro Paula Souza conheceu o papa em 2014, quando era membro da Congregação da Pequena Obra da Divina Misericórdia.
Paula souza nasceu em 14 de maio de 1984, em Minas Gerais, mas mora na Itália e é professor de Religião Católica no Liceu Científico e Linguístico A Vallone State, em Galatina, Itália.
Formou-se em Teologia na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma, em 2015. Tem mestrado em Ciências Filosóficas na Universidade de Salento, em Lecce. De 2005 a 2016, foi membro da Congregação fundada por Dom Orione.
Quando Gleison estava cursando seu segundo ano de Teologia em Roma em 2014, ele escreveu uma carta ao papa Francisco. Segundo Gleison, na carta ele abriu o coração sobre sua crise no caminho de se tornar padre.
Depois de ler a carta, o papa Francisco telefonou para ele e o convidou a participar da missa na casa Santa Marta.
“Sua palavra era um convite contínuo à misericórdia do Senhor. Perguntei se podia me confessar. Ele aceitou e eu abri meu coração para ele. Ele ficou calado, me deu liberdade para refletir e me disse que estava comigo”, disse Gleison em 2014.
Durante a conversa, o papa Francisco falou com ele sobre sua carta e comentou alguns pontos em que o novo secretário lhe falou sobre seus sentimentos e situações pessoais em relação ao seu caminho vocacional.
O efeito de Praedicate Evangelium
Gleison de Paula Souza substitui o padre brasileiro Alexandre Awi Mello, padre schoenstattiano que completou seu mandato de cinco anos e desde agosto é superior de sua congregação.
Com a nomeação do novo secretário, o papa Francisco põe em prática dois aspectos da nova constituição apostólica Praedicate Evangelium.
Por um lado, a manutenção dos padres nos cargos da Cúria por no máximo dois mandatos de cinco anos, e a inclusão de leigos em altos cargos.
- Papa encontra grupo de coreanos, como produtores do filme sobre o santo André Kim
Antes da Audiência Geral desta quarta-feira (16) na Sala Paulo VI, o Papa Francisco encontrou cerca de 30 pessoas da Coreia do Sul, entre produtores e atores do filme "The birth", sobre o Santo André Kim Tae-gon, o primeiro sacerdote e mártir católico coreano. O grupo, que ouviu um breve discurso feito espontaneamente pelo Pontífice, estava acompanhado do cardeal Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; o reitor do santuário dos santos mártires que o Papa visitou em agosto de 2014; e também a criança, hoje uma menina, que naquela oportunidade ofereceu uma rosa de prata a Francisco.
O Pontífice, em agosto de 2021, por ocasião do bicentenário de nascimento de André Kim, chegou a descrever o sacerdote como "um testemunho exemplar de fé heroica e um apóstolo incansável da evangelização em tempos difíceis, marcados pela perseguição e pelo sofrimento de seu povo".
Uma prévia da obra cinematográfica será apresentada nesta quarta-feira (16), às 17h30, hora local, na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano. A exibição acontece após a coletiva de imprensa na semana passada e antes da estreia nas salas da Coreia do Sul no próximo dia 30 de novembro. O filme, do diretor Park Heung-sik, é estrelado pelo ator principal, Yoon Si-Yoon.
Na coletiva de imprensa, o diretor disse que "o filme é ambientado na Dinastia Joseon (1392-1910), mas também apresenta cenas associadas à China, França, Grã-Bretanha e Filipinas". Porém, como a pandemia limitou as viagens ao exterior, as imagens foram gravadas em toda a Coreia e outras foram geradas por computador. Outra questão diz respeito aos idiomas já que o sacerdote André Kim aceitou a cultura ocidental através das línguas, da educação e da religião. Assim, no filme, o ator que interpretou o mártir, Yoon Si-Yoon, falou em francês, latim e chinês.
Em 2021, a Unesco celebrou o aniversário de 200 anos do nascimento do mártir e o escolheu como monumento mundial. O filme biográfico, então, foi produzido para comemorar a ocasião do bicentenário.
O filme é baseado justamente na vida do sacerdote André Kim, nascido em 1821 numa família de princípios cristãos. Mas a obra, segundo a agência de notícias Yonhap de Seul, focaliza especificamente o período em que foi estudar num seminário em Macau, com a ordenação até quando foi vítima da opressão religiosa durante a Dinastia Joseon. Ele foi preso e perseguido, sendo decapitado em 1846 por não querer se arrepender, com apenas 25 anos de idade.
O pai de André, Joseph, também foi morto com ele. Quando o filho foi preso, apresentou-se às autoridades, declarando-se cristão. Foi batizado pelo filho na prisão, antes de receber com ele a coroa do martírio. André Kim com o pai Joseph e outros 101 mártires foram proclamados santos por João Paulo II em 1984, por ocasião do segundo centenário da fundação da Igreja Católica na Coreia. Outros 124 foram beatificados pelo Papa Francisco em 16 de agosto de 2014, durante a sua viagem apostólica ao país, mostrando "com alegre esperança que o bem prevalece sempre, porque o amor de Deus vence o ódio".
Andressa Collet
Fonte: ACI Digital- Vatican News