O papa Francisco falou da importância de ouvir o Espírito Santo aos participantes do Capítulo Geral da Congregação dos Missionários de Mariannhill recebeu em audiência na manhã de hoje (20).
Falando sobre a sinodalidade, o papa disse que “este caminho eclesial pretende promover a comunhão, a participação e o compromisso missionário de todos os batizados, através de um processo de discernimento espiritual centrado no encontro, na escuta e na reflexão, a fim de alcançar uma abertura cada vez maior à novidade do Espírito e suas sugestões”.
Segundo Francisco, “um elemento essencial do caminho sinodal é o desenvolvimento de um maior senso de corresponsabilidade dos fiéis leigos pela vida e futuro da Igreja”.
“Se a sinodalidade à qual a Igreja é chamada em nosso tempo exige caminhar juntos e escutar juntos, certamente a primeira voz que devemos ouvir é a do Espírito Santo”, disse o papa. “Uma constante conversão pastoral, que possa encontrar expressão em toda dimensão da vida e da atividade de sua Congregação, desde a formação sacerdotal e espiritual dos leigos até o planejamento concreto de projetos apostólicos”.
Em seguida, falou sobre o obelisco da Praça de São Pedro e lembrou que "só pôde ser salvo de cair no último momento derramando água nas cordas".
O obelisco que está hoje no centro da praça de São Pedro, no Vaticano, foi posto lá em 1586. Com 25 metros de altura, o monumento exigiu a instalação de grandes andaimes e do trabalho de cerca de 900 homens e 75 cavalos. O papa Sixto V ordenou que ninguém falasse durante o trabalho para que as instruções do coordenador pudessem ser ouvidas. Com o calor do sol de verão e do atrito nas cordas, elas começaram a fumegar. Um marinheiro que participava do trabalho então desobedeceu a regra do papa e gritou: “Água nas cordas”. Foi que salvou o monumento.
“Hoje, como sempre, a água do Espírito Santo é necessária, não só para fazer o trabalho de nossas mãos florescer, mas sobretudo para amaciar o terreno duro de nossos corações”, disse Francisco. “A maciez da caridade, nada de corações endurecidos, nenhum fechamento, mas caridade próxima e a palavra suave que o Espírito inspira quando trabalha num coração”.
- O Papa: maior senso de corresponsabilidade dos leigos pela vida e futuro da Igreja
O Papa recebeu em audiência, nesta quinta-feira 20/10, na Sala do Consistório, no Vaticano, os Missionários de Mariannhill por ocasião de seu 17° Capítulo Geral.
Francisco recordou que Capítulo Geral dos Missionários de Mariannhill se realiza "após a celebração dos primeiros cem anos de vida da Congregação e busca continuar, em meio aos desafios atuais, o zelo pela evangelização que inspirou o abade Franz Pfanner e seus companheiros trapistas a estabelecer as bases para seu apostolado".
O tema do Capítulo, "Solidariedade: chamados a ter um só espírito e um único objetivo", "é atual à luz do caminho sinodal mais amplo empreendido nos últimos meses por toda a Igreja, em preparação à Assembleia do Sínodo dos Bispos do próximo ano", disse o Papa, acrescentando:
Este caminho eclesial pretende promover a comunhão, a participação e o compromisso missionário de todos os batizados, através de um processo de discernimento espiritual centrado no encontro, na escuta e na reflexão, a fim de alcançar uma abertura cada vez maior à novidade do Espírito e suas sugestões. Um elemento essencial do caminho sinodal é o desenvolvimento de um maior senso de corresponsabilidade dos fiéis leigos pela vida e futuro da Igreja.
A história dos Missionários de Mariannhill "mostra que, desde o início, a pregação do Evangelho foi acompanhada pelo compromisso de incentivar as vocações autóctones, promover o desenvolvimento humano integral dentro das comunidades locais e desenvolver um espírito de responsabilidade partilhada para o bem comum".
À medida que perseveram em seus esforços para levar adiante essa unidade e solidariedade a serviço do Evangelho, os encorajo a cultivar uma constante conversão pastoral, que possa encontrar expressão em toda dimensão da vida e da atividade de sua Congregação, desde a formação sacerdotal e espiritual dos leigos até o planejamento concreto de projetos apostólicos. Se a sinodalidade à qual a Igreja é chamada em nosso tempo exige caminhar juntos e escutar juntos, certamente a primeira voz que devemos ouvir é a do Espírito Santo.
A seguir, o Pontífice falou sobre a necessidade da "água do Espírito Santo", "não só para fazer o trabalho de nossas mãos florescer, mas sobretudo para amaciar o terreno duro de nossos corações". Assegurou suas orações a fim de que, "através de uma nova efusão do Espírito ", o Capítulo Geral dos Missionários de Mariannhill possa "dar abundantes frutos espirituais para o crescimento" da congregação "na santidade e no serviço fiel ao Evangelho ".
Francisco desejou aos missionários a "maciez da caridade, nada de corações endurecidos, nenhum fechamento, mas caridade próxima e a palavra suave que o Espírito inspira quando trabalha num coração", e também "a mansidão bonita". "Desejo-lhes isso", concluiu.
Mariangela Jaguraba
- Artesãos da paz diante da intolerância: Papa recebe bispos de Minas Gerais e Espírito Santo
Momento marcante: assim Dom José Eudes Campos Nascimento, bispo da diocese de São João del-Rei, define o encontro esta manhã dos bispos de Minas Gerais e Espírito Santo com o Papa Francisco.
Os regionais Leste 2 e 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil estão em visita ad Limina no Vaticano e nesta quinta-feira (20/10) puderam falar e ouvir o Santo Padre.
“Toca realmente no meu coração, na minha vida, todo seu exemplo de verdadeiro pastor. Eu creio que para nós, bispos, seja uma grande lição para o nosso dia a dia, o grande esforço de vivermos o exemplo, o testemunho que o Papa Francisco deixa para todos nós. Digo não só a nós bispos, mas a todos os leigos, leigas e sacerdotes. O Papa muito nos ensina.”
De modo especial, Dom José Eudes pôde comemorar ao lado de Francisco seus 10 anos de ordenação episcopal: “Um grande incentivo para a missão”.
Sinodalidade e documentos papais foram citados na conversa. O Pontífice reafirmou a importância das quatro proximidades – com Deus, entre os pastores, com os sacerdotes e com os fiéis –, porque é ali que acontece a evangelização.
Houve espaço também para outros desafios para além da esfera eclesial. Segundo o bispo da diocese de Janaúba, Dom Roberto José da Silva, o Papa chamou à atenção para a terceira Guerra Mundial em pedaços – o que exige dos discípulos de Cristo um esforço para trabalhar pela paz.
“Retornando para o Brasil, trago muitas inquietações no coração a partir, sobretudo, deste encontro com o Papa. Mas também muitas esperanças, muitos projetos para conversar, discutir com as pessoas da minha diocese para levarmos a missão de Jesus Cristo adiante com a proclamação da Palavra, do Evangelho, que é sempre Evangelho de alegria, de esperança e de paz, sobretudo nesta hora de polarizações e de tanta intolerância que nós vivemos em nosso mundo. O Papa chamou à atenção para a terceira Guerra Mundial que acontece em pedaços, porque está acontecendo em diversas partes do mundo. Então temos que ser trabalhadores, artesãos da paz.”
Entre os presentes, os bispos mineiros ofereceram ao Pontífice uma férula, obra do jovem artista Júlio Quaresma. A aste principal foi feita de cedro, já a Cruz foi feita em bronze e metal dourado. “Um detalhe importante é que nesta Cruz resplandece a vitória de Cristo, um raionado atrás onde figuram pessoas de mãos dadas, formando uma rosácea atrás do Crucificado, um resplendor. Isso nos remete à Páscoa de Cristo por primeiro e a nossa união ao mistério pascal de Cristo”, explicou Dom Geovane Luís da Silva, auxiliar de Belo Horizonte. A rosácea é uma referência à encíclica Fratelli tutti e à sinodalidade, tema do Sínodo de 2023 e 2024.
Bianca Fraccalvieri
- O Papa recebe a Presidente de Honduras
Na manhã desta quinta-feira (20/10) o Papa Francisco recebeu a presidente da República de Honduras, a Sra. Iris Xiomara Castro Sarmiento. Segundo o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, após o encontro com o Papa, a Presidente foi recebida na Secretaria de Estado pelo Cardeal Pietro Parolin acompanhado por Dom Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais.
Durante o cordial encontro na Secretaria de Estado, segundo a nota da Sala de Imprensa, foi expressa a satisfação pelas boas relações bilaterais e o desejo de fortalecê-las ainda mais, também com a realização de um acordo-quadro entre a Santa Sé e o Estado hondurenho. Em seguida, detiveram-se na valiosa contribuição que a Igreja oferece ao país, especialmente nos campos da educação e da saúde, assim como nas áreas da caridade, da atenção aos migrantes e da luta contra a pobreza. Também foi comunicado que na sequência do encontro outros temas foram abordados, como os efeitos da mudança climática, a luta contra a pobreza, observando a importância de continuar os esforços para promover o bem comum e a reconciliação no país.
O Papa presenteou a Senhora Presidente com um ramo de oliveira em bronze e alguns documentos papais como a Mensagem para a Paz deste ano; o Documento sobre a Fraternidade Humana e o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV. Enquanto a Sra. Iris Xiomara Castro Sarmiento deu ao Santo Padre uma estátua de Nossa Senhora, um livro-biografia dedicado à Presidente e um Terço feito com madeira local.
Fonte: Vatican News