Cultura

Papa aos Oblatos: deixem-se evangelizar pelos pobres





“Ser missionários da esperança significa saber ler os sinais da Sua presença oculta na vida diária das pessoas” e “aprender a reconhecer a esperança entre os pobres”. Palavras do Papa Francisco aos Missionários Oblatos de Maria Imaculada recebidos nesta segunda-feira (03) no Vaticano

Na manhã desta segunda-feira (03) o Papa Francisco recebeu os Missionários Oblatos de Maria Imaculada por ocasião do seu Capítulo Geral. Em seu discurso o Papa os descreveu como “uma Família religiosa dedicada à evangelização”, e que este encontro serve “para discernir juntos o futuro da sua missão na Igreja e no mundo”. Ao falar sobre o tema do Capítulo disse: “Vocês escolheram um tema desafiador para este Capítulo, muito semelhante ao escolhido para o próximo Jubileu da Igreja: ‘Peregrinos da esperança em comunhão’. É um tema que resume sua identidade nos caminhos do mundo, no qual, como discípulos de Jesus e seguidores de seu fundador São Eugênio de Mazenod, vocês são chamados a levar o Evangelho da esperança, da alegria e da paz”.

Peregrinos e viandantes

Recordando que na Congregação se consideram “Peregrinos e viandantes, sempre prontos para partir, como Jesus com seus discípulos no Evangelho", disse: "Como Congregação missionária, vocês estão ao serviço da Igreja em 70 países em todo o mundo. A esta Igreja, que o Fundador lhes ensinou a amar como uma mãe, vocês oferecem seu zelo missionário e sua vida, participando de seu êxodo rumo às periferias do mundo amada por Deus, e vivendo um carisma que lhes conduz para os mais afastados, os mais pobres, aqueles que ninguém se aproxima”.

“Ao percorrer este caminho com amor e fidelidade, vocês, queridos irmãos, prestam um grande serviço à Igreja”

Missionários da esperança

Em seguida o Papa falou sobre o tema da esperança ao qual já foi dedicado um dos precedentes Capítulos Gerais. “Ser missionários da esperança significa saber ler os sinais da sua presença oculta na vida diária das pessoas” e “aprender a reconhecer a esperança entre os pobres”, continuou o Pontífice, “aos quais vocês foram enviados, e que muitas vezes os encontram em situações muito difíceis”. Aconselhando em seguida:

“Deixem-se evangelizar pelos pobres a quem vocês evangelizam: eles lhes ensinam o caminho da esperança, para a Igreja e para o mundo”

Esperança em comunhão

“Além disso”, afirmou Francisco, “vocês querem ser testemunhas da esperança em comunhão. Hoje a comunhão é um desafio do qual pode depender o futuro do mundo, da Igreja e da vida consagrada. Para sermos missionários da comunhão, devemos primeiro vivê-la entre nós, em nossas comunidades e em nossas relações uns com os outros, e depois cultivá-la com todos, sem exceção”.

Casa Comum

Neste seu Capítulo, disse Francisco, “frequentemente vocês evocam seu compromisso com a Casa Comum, tentando traduzi-lo em decisões e ações concretas. Encorajo a continuar trabalhando nesta direção. Nossa mãe terra nos nutre sem pedir nada em troca; cabe a nós entender que ela não pode continuar a fazer isso se não cuidarmos dela também. Estes são todos os aspectos da conversão para a qual o Senhor nos chama continuamente”.

“Voltar ao Pai comum, voltar às fontes, voltar ao primeiro amor que levou vocês a deixar tudo para seguir Jesus: esta é a alma da consagração e da missão!”

Por fim o Santo Padre concluiu encorajando: “Que o carisma que transmitido pelo seu Fundador e sua visão missionária sejam e permaneçam pontos de referência para sua vida e sua obra; para que permaneçam enraizados na sua vocação missionária, sobretudo vivendo o testamento do Fundador, no amor recíproco e no zelo pela salvação das almas. É o coração da sua missão e o segredo da sua vida, e por isso a Igreja ainda precisa de vocês.

Jane Nogara

 

Francisco: mais dignidade ao trabalho dos marítimos

O Papa escreve aos participantes do 25° Congresso Mundial de Stella Maris que começou no último domingo, em Glasgow, na Escócia, e está programada até 5 de outubro: um milhão e quinhentas mil pessoas empregadas neste setor, que vivem longe de suas famílias e comunidades, hoje lutam contra a degradação ambiental que coloca em risco sua atividade severamente testada pela pandemia.

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do 25º Congresso Mundial de Stella Maris (Apostolado do Mar) que teve início no último domingo (02/09), em Glasgow, na Escócia, e prossegue até o próximo dia 5. Este é o primeiro encontro em presença de Stella Maris após as restrições ligadas à pandemia. Encontro que possibilita a celebração do centenário de fundação. Na mensagem, o Papa Francisco saúda os participantes e agradece "pelo testemunho de fé e pelos vários atos de gentileza e caridade mostrados por muitos capelães e voluntários ao longo do último século para com aqueles que trabalham em nossos mares e em nossas hidrovias para o bem de todos nós".

Servir quem tira do mar os meios de subsistência

No texto, Francisco lembra que Stella Maris cresceu e se difundiu, "fornecendo assistência espiritual, psicológica e material, nos navios e no solo, a marítimos e funcionários de diferentes nacionalidades e tradições religiosas". O Papa lembra também que cerca de 90% das mercadorias do mundo são transportadas por navios, isso é possível graças ao trabalho cotidiano de mais de um milhão e quinhentas mil pessoas. Uma condição agravada pela pandemia pela qual o Pontífice volta a manifestar sua proximidade.

"Apesar dos avanços tecnológicos", escreve o Papa, "muitos marítimos estão sujeitos não só aos desafios associados à separação de suas terras de origem, mas também continuam "sofrendo uma série de condições de trabalho injustas e outras privações, agravadas também pelos efeitos das Mudanças Climáticas".

Além disso, os danos aos ambientes marinhos, assim como outros, afetam desproporcionalmente os mais pobres e vulneráveis de nossos irmãos e irmãs, cujos meios de subsistência estão ameaçados de extinção.  Acredito, portanto, que Stella Maris nunca hesitará em chamar a atenção para as questões que privam muitas pessoas dentro da comunidade marítima de sua dignidade humana dada por Deus.

À luz dessas reafirmações, o Papa abençoa o trabalho de Stella Maris, esperando que seja dada grande atenção a esses temas e às condições de vida muitas vezes esquecidas.

Czerny: implementar as Convenções sobre o trabalho marítimo e pesca da OIT

Numa mensagem de vídeo durante a abertura dos trabalhos do congresso, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny SJ, lembrando a gênese do Apostolado do Mar que hoje trabalha em 400 portos no mundo de cerca de cinquenta países - elogia os capelães, os voluntários e a equipe de Stella Maris por seu "compromisso e serviço incansáveis". Ele cita a história do padre Roque Nornha, ex-diretor nacional de Stella Maris Índia, que realizou seu ministério "de forma desinteressada", terminando vítima da Covid-19. O cardeal Czerny também denuncia como "deplorável" a negação de férias no solo e do acesso aos serviços sociais; a violência e o abuso no mar, através da pirataria e escravidão; o abandono, muitas vezes com salários não pagos e alimentos e suprimentos escassos. Ele registra que em 2021 houve um número recorde de abandonos de navios. "Como Igreja, instamos governos e instituições a implementar e aplicar a Convenção do Trabalho Marítimo e a Convenção do Trabalho na Pesca da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Stella Maris está pronta para trabalhar estreitamente com os governos, os sindicatos e a indústria marítima em apoio aos marítimos e pescadores.

Antonella Palermo 

 

O Papa: rezemos para que a Igreja viva cada vez mais a sinodalidade

 

Santo Padre chama a atenção para o caminho sinodal que começou em 2021 e terminará em 2023. "O sínodo não é uma pesquisa; trata-se de ouvir o protagonista, que é o Espírito Santo, trata-se de oração. Sem oração, não haverá Sínodo", ressalta Francisco na mensagem de vídeo divulgada nesta segunda-feira.

 

Foi divulgada, nesta segunda-feira (03/10), a mensagem de vídeo do Papa Francisco com a intenção de oração para o mês de outubro, intitulada "Por uma Igreja aberta a todos".

 

O Santo Padre chama a atenção para o caminho sinodal que começou em 2021 e terminará em 2023. Após a etapa inicial em que as Igrejas particulares, as Conferências Episcopais e outras realidades eclesiais refletiram sobre o Documento Preparatório, é inaugurada a etapa continental, cuja ênfase é a escuta, o discernimento e o diálogo no âmbito regional, com base nas contribuições feitas pelas Igrejas particulares.

 

"O que significa "fazer um sínodo"? Significa caminhar juntos: sí-no-do. Em grego é isto: "caminhar juntos" e caminhar na mesma direção. E isso é o que Deus espera da Igreja do terceiro milênio. Que recupere a consciência de que é um povo em caminhada e que deve fazer isso unido. Uma Igreja com este estilo sinodal é uma Igreja de escuta, que sabe que escutar é mais do que ouvir", ressalta o Papa na videomensagem.

 

Trata-se de nos escutarmos uns aos outros na nossa diversidade e de abrir as portas aos que estão fora da Igreja. Não se trata de recolher opiniões, nem de fazer um parlamento. O sínodo não é uma pesquisa; trata-se de ouvir o protagonista, que é o Espírito Santo, trata-se de oração. Sem oração, não haverá Sínodo.

 

Francisco convida a aproveitar "esta oportunidade para sermos uma Igreja de proximidade, que é o estilo de Deus, a proximidade. E agradeçamos a todo o povo de Deus que, com sua escuta atenta, está percorrendo um caminho sinodal".

 

Rezemos para que a Igreja, fiel ao Evangelho e corajosa no seu anúncio, viva cada vez mais a sinodalidade e seja um lugar de solidariedade, fraternidade e acolhimento.

 

É neste espírito que o Sínodo 2021-2023 sobre o tema "Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão", começou há um ano, e este mês marca o início de sua segunda etapa. É um processo constante de escuta e discernimento em todo o mundo.

 

Fonte: Vatican News