O Papa Francisco se reuniu na manhã desta quinta-feira com os representantes pontifícios, ou seja, os diplomatas que representam a Santa Sé pelo mundo.
O encontro foi marcado por perguntas e sugestões feitas pelos diplomatas, mas antes o Pontífice dirigiu uma saudação aos presentes, manifestando sua alegria em poder finalmente revê-los depois da última reunião, três anos atrás.
A Covid impediu o contato, mas agora outro problema angustia:
“A Europa e o mundo inteiro estão abalados por uma guerra de especial gravidade, seja pela violação do direito internacional, seja pelos riscos de uma escalada nuclear, seja pelas duras consequências econômicas e sociais. É uma terceira guerra mundial “em pedaços”, da qual vocês são testemunhas nos locais onde desempenham sua missão.”
Francisco agradeceu aos Núncios pelo que fizeram e fazem nessas situações de sofrimento, levando às populações e às Igrejas a proximidade do Papa, sendo referências em momentos de maior turbulência.
O Pontífice recordou os Núncios que faleceram no último período, de modo especial Dom Joseph Chennoth e Dom Aldo Giordano. E os temas da atualidade na Igreja, como o Sínodo, o Jubileu de 2025 e a Constituição apostólica Praedicate Evangelium, “que levará tempo para entrar em pleno regime”.
O Papa confiou o encontro à intercessão da Virgem Maria, na festa sua Natividade, e convidou os diplomatas a fazerem as suas observações.
- Bispos do Brasil de recente nomeação encontram o Papa Francisco
A Sala Clementina, no Vaticano, acabou se transformando - literalmente - num grande círculo de conversas entre os novos bispos e o Papa Francisco. A audiência com o Pontífice, na manhã desta quinta-feira (8), marcou o encerramento do curso anual de formação promovido pelo Dicastério para os Bispos que começou ainda no início de setembro e refletiu sobre o tema "Anunciar o Evangelho em uma época de mudança e após a pandemia: o serviço dos bispos".
Já que, devido às restrições da pandemia de Covid-19, não foi possível organizar o curso nos anos anteriores, um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé informa que em 2022 a formação será realizada em dois turnos: a primeira neste período, de 1 a 8 de setembro; e a segunda de 12 a 19 de setembro, com cerca de 170 bispos, sempre com atividades realizadas na Universidade Pontifícia Regina Apostolorum, em Roma. Nos dois grupos haverá a participação de bispos do Dicastério para as Igrejas Orientais.
Neste primeira etapa, dos 155 bispos de recente nomeação provenientes de todas as partes do mundo, num grande mosaico de idiomas e culturas, o Brasil estava representado por 11 prelados, ordenados entre o fim de 2019 e o ano de 2020. Entre eles, dom Angelo Ademir Mezzari, bispo auxiliar de São Paulo; e dom Adimir Antônio Mazalli, bispo de Erechim/RS, ambos ordenados no mesmo ano, em 2020, e com quem o Vatican News conversou.
Dom Adimir falou justamente sobre essa fraternidade episcopal, também "muito importante para o ministério e a missão evangelizadora confiada aos bispos". O próprio curso ofereceu tradução em 6 línguas, confirmando um enriquecimento com a cultura e o jeito de ser de cada um.
Segundo dom Angelo, duas temáticas aprofundadas no curso podem reforçar o caminho da Igreja no Brasil: a sinodalidade e as duas prioridades do magistério de Papa Francisco no caminho da Igreja, isto é, a família e a fraternidade universal através da promoção humana integral. "Estes dois temas abordados animam para a ação evangelizadora", afirmou dom Angelo, e os bispos se tornam "agentes" desse processo com "a escuta e o discernimento, para que todo o povo de Deus caminhe junto, em comunhão na missão".
Do Brasil, então, os 11 bispos que estiveram reunidos em Roma para o curso anual de formação: dom Angelo Ademir Mezzari (auxiliar de São Paulo); dom Adimir Mazzalli (de Erechim/RS); dom Célio Calixto (auxiliar do Rio de Janeiro); dom Roberto José da Silva (de Janaúba/MG); dom Dilmo Campos (auxiliar de Anápolis/GO); dom Lindomar Rocha Mota (de São Luiz de Montes Belos/GO); dom Giovani Carlos Caldas Barroca (de Uruaçu/GO); dom Jeová Elias Ferreira (de Goiás/Go); dom Geraldo (de Bonfim/BA); dom Valentim Fagundes de Meneses (de Balsas/MA); dom Jesús María López Mauleón (bispo prelado do Alto Xingú-Tucumã).
O testemunho de dom Angelo, bispo auxiliar de São Paulo
Andressa Collet
Fonte: Vatican News