Cultura

Papa ao Movimento Equipes de Nossa Senhora: sejam jovens com asas e raízes





“Jovens com asas para voar, sonhar, criar, e com raízes para receber dos mais idosos a sabedoria que eles dão”. No encontro o Papa refletiu sobre as três palavras que compõem o nome do grupo: Nossa Senhora e jovens. O encontro foi realizado neste sábado, 6 de agosto no Vaticano

Na manhã deste sábado (06) o Papa Francisco recebeu as jovens do Movimento Católico “Equipes de Nossa Senhora” em audiência no Vaticano. O Papa iniciou afirmando: “Vocês queriam ouvir, dos meus lábios, que a santa Mãe Igreja ama e conta com cada um de vocês. E assim é! A Igreja ama o que Jesus amou". E disse que gostaria de refletir um pouco sobre as três palavras que compõem o nome do grupo: equipe, Nossa Senhora e jovens.

Equipe

“Vocês vivem a experiência de equipe, de grupo – disse o Pontífice -. Isto é um dom, não é um dado adquirido! Fazer parte de uma comunidade, de uma família de famílias que transmite uma fé vivida é um grande dom! Ninguém pode dizer: ‘Salvo-me sozinho’. Estamos todos em relação, para aprender a fazer equipe. Deus quis entrar nesta dinâmica de relações e atrai-nos a si em comunidade, dando à nossa vida um sentido pleno de identidade e de pertença”.

“Não tenham medo de se abrir, de correr riscos; e não tenham medo dos outros”

O Papa recordou que embora existam abusos, mentiras e traições, o problema não é se defender dos outros, mas a preocupação deve ser a de defender as vítimas. “Neste tempo do virtual e da consequente solidão em que se deixam cair muitos dos seus coetâneos, vocês escolheram crescer em equipe. Sigam em frente, construam pontes, joguem em equipe!”

Nossa Senhora

O segundo componente é Nossa Senhora. “Como se lê no Preâmbulo dos Estatutos,  - afirmou - vocês são jovens que ‘se caracterizam por uma forte devoção a Nossa Senhora, com o consequente desejo de, ao seguir o seu exemplo e colocando-se sob a sua maternal proteção, compreenderem o lugar privilegiado de Maria, no Mistério de Cristo e da Salvação’. E assim é!”.

“Quando se acolhe Maria, a Mãe, na própria vida, nunca se perde o centro, que é o Senhor. Porque Maria nunca aponta para si mesma, mas para Jesus e para os irmãos”

“Encorajo todos vocês a viver numa consagração diária à Virgem Maria e Ela ajudará a crescer em equipe, partilhando os dons recebidos em espírito de diálogo e mútuo acolhimento”.  Recordando a Jornada Mundial da Juventude de 2023, o Papa disse:

“Aqui, entre vocês, há vários jovens portugueses! Levantar-se para servir, sair para cuidar dos outros e da criação: estes são valores típicos dos jovens. Exorto todos a praticá-los enquanto se preparam para a JMJ de Lisboa”.

Os Jovens

Em seguida ao falar sobre a terceira palavra: os jovens Francisco afirmou:

“O futuro é dos jovens. Mas – atenção! – jovens com duas qualidades: jovens com asas e jovens com raízes. Jovens com asas para voar, sonhar, criar, e com raízes para receber dos mais idosos a sabedoria que eles dão”

Francisco recordou a todos para que se perguntem: “como estão as minhas asas? O meu olhar volta-se para baixo, dobra-se sobre mim mesmo, ou sei olhar para o alto, para o horizonte? No meu coração abundam sonhos, projetos, grandes desejos, ou abundam lamentações, pensamentos negativos, julgamentos e preconceitos?” E se referindo às raízes: “como estão as minhas raízes? Penso que o mundo começa comigo ou sinto-me parte de um grande rio que percorreu um longo caminho? Se tenho a felicidade de ainda ter avós, como me relaciono com eles? Falo com eles? Sei ouvi-los? Peço-lhes, por vezes, que me contem algo de importante sobre a sua vida? Valorizo a sua sabedoria?”.

Por fim o Santo Padre saudou os adultos, casais e sacerdotes assistentes que estavam presentes:

“Para os jovens presentes vocês são testemunhas, com humildade e simplicidade. Testemunhas do amor a Cristo e à Igreja, testemunhas da escuta e do diálogo, testemunhas do serviço desinteressado e generoso, testemunhas da oração”.

Jane Nogara

 

Papa aos evangelizadores digitais: que a sua missão seja plena de humanidade

 

“Prefiro uma Igreja ferida porque sai para as periferias existenciais do mundo a uma Igreja que doente porque permanece fechada nas suas pequenas seguranças”, mais uma vez Francisco recorda este ponto para encorajar os evangelizadores digitais que se reúnem no México por ocasião do “HECHOS 29”

 

O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo para os participantes do “HECHOS 29”, que é o Encontro Internacional de Jovens evangelizadores digitais no México. 

 

Na sua mensagem o Papa inicia desejando que este encontro ajude todos a sentirem-se em comunidade, como parte da vida missionária da Igreja, que nunca teve medo de alcançar novos horizontes e fronteiras e, com criatividade e coragem, proclamar a misericórdia e a ternura de Deus.

 

Novos caminhos

 

Recordando uma sua frase na recente viagem ao Canadá disse: "É preciso encontrar novos caminhos para anunciar o coração do Evangelho a quantos ainda não encontraram Cristo. Isto pressupõe uma criatividade pastoral para chegar até às pessoas onde elas vivem, não esperando que sejam elas a vir até nós – lá onde vivem! – encontrando ocasiões de escuta, diálogo e encontro”. Encorajando todos disse: 

 

“Não tenham medo, não tenham medo de errar, não me canso de repetir que prefiro uma Igreja ferida porque sai para as periferias existenciais do mundo a uma Igreja doente porque permanece fechada nas suas pequenas seguranças”

 

Por fim Francisco disse: “Que a missão que vocês realizam nos espaços digitais seja plena de humanidade. Vão ‘samaritanar’ estes ambientes, para que a cultura contemporânea possa conhecer Deus, sentindo-O em vocês; vão e tragam a esperança de Jesus, especialmente para os que estão mais distantes, dando-lhes razões para a esperança que está neles”.

Jane Nogara 

 

Papa Francisco recebe embaixador ucraniano Yurash

Na manhã deste sábado, a audiência no Palácio Apostólico. O diplomata na sua conta no Twitter informou que o Papa falou palavras importantes e que a Ucrânia aguarda sua visita.

Na manhã deste sábado, o Papa Francisco recebeu em audiência no Palácio Apostólico o embaixador na Ucrânia junto à Santa Sé, Andrii Yurash. O diplomata, 53 anos, casado, com três filhos, apresentou suas Cartas Credenciadas em 7 de abril.

Por meio de sua conta no Twitter, ele falou sobre o encontro com o Santo Padre, afirmando que a Ucrânia espera uma visita do Papa "há muitos anos e principalmente desde o início da guerra".

As palavras do Papa no voo Canadá-Roma

O próprio Francisco falou de uma possível visita ao país invadido pelo exército russo na última coletiva de imprensa no voo que o trouxe do  Canadá. Respondendo às perguntas dos jornalistas sobre futuras viagens internacionais, o Papa reiterou: "Gostaria de ir à Ucrânia".

As declarações de Gallagher

Também o secretário para as Relações com os Estados, arcebispo Paul Richard Gallagher, em entrevista ao canal Tg1 em 8 de julho passado, confirmou o desejo do Papa de ir à Ucrânia: “O Papa está muito convencido de que se pudesse fazer uma visita poderia ter resultados positivos. Ele disse que irá à Ucrânia e sempre se mostrou disposto a visitar Moscou e também a encontrar as autoridades russas”. O arcebispo também acrescentou que depois da viagem do Canadá “começaremos realmente a estudar as possibilidades” da viagem papal.

Apelos de Francisco pela Ucrânia

O Papa Francisco - que na manhã de sexta-feira recebeu em audiência o novo responsável pelo Departamento dos Assuntos Externos do Patriarcado de Moscou, o metropolita Antonij de Volokolamsk, representante do Patriarca Kirill - nunca deixou de dirigir um pensamento à Ucrânia e à sua população, vítima daquela que definiu em vários ocasiões "uma guerra sem sentido e cruel".

Foram mais de 70 intervenções públicas do Bispo de Roma desde 24 de fevereiro pela situação do país do Leste Europeu: orações, apelos, convites a negociações de paz e mediações para pôr fim ao conflito. A última vez foi no domingo, quando no final do Ângelus, Francisco disse aos fiéis na Praça de São Pedro que durante sua viagem ao Canadá nunca deixou de rezar pelo povo ucraniano, "agredido e martirizado, pedindo a Deus para libertá-lo do flagelo da guerra”.

"Se olharmos a realidade com objetividade, considerando os danos que cada dia de guerra traz a essa população, mas também a todo o mundo, a única coisa razoável a fazer seria parar e negociar", disse o Papa, expressando a esperança "de que que a sabedoria inspire passos concretos de paz”.

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News