Cultura

A agenda do Papa no Canadá nesta terça-feira





Depois dos encontros penitenciais com os povos indígenas em Maskwacis e Edmonton na segunda-feira, 25, o Papa Francisco dedica o dia de hoje, em que se festeja São Joaquim e Santa Ana, à celebração da Santa Missa no Commonwealth Stadium e a Peregrinação e Liturgia da Palavra no Lago Santa Ana. (Os dois eventos serão transmitidos pelo Vatican News com comentários em português a partir das 13h15 e 20 horas, respectivamente, horário de Brasília.)

Às 9 horas da manhã, horário de Edmonton, o Santo Padre se desloca para o Commonwealth Stadium - distante 4,7 km do Seminário São José, onde está hospedado -, para presidir a Missa que será celebrada em latim e inglês, não sem antes passar de papamóvel entre os presentes também no adjacente Clarke Stadium. Ao final da celebração, Francisco retorna ao Seminário São José para o almoço.

O Estádio Commonwealth

O Commonwealth Stadium, um complexo de cerca 17 hectares localizado a poucos minutos do centro da cidade de Edmonton, mais especificamente no bairro de McCauley, é uma estrutura esportiva ao ar livre multiuso. Abriga principalmente os jogos do time de futebol local Edmonton Elks, grandes eventos esportivos e internacionais e shows.

A sua construção iniciou-se em 1975, junto ao antigo Estádio Clarke, e foi concluída em 1978, por ocasião dos Jogos do Commonwealth, o que deu o nome ao estádio, com capacidade para 42.500 espectadores. A estrutura, ao longo dos anos, passou por diversas reformas e modernizações. Hoje, com capacidade para 56.302 lugares, o Commonwealth Stadium é o maior estádio ao ar livre do Canadá.

Peregrinação e Liturgia da Palavra

Após o breve repouso, Francisco se desloca às 16 horas ao Lago Santa Ana, distante 83 quilômetros, para a Peregrinação e Liturgia da Palavra. 

O Papa é recebido em frente à igreja paroquial pelo pároco, pelo sacerdote responsável pelas peregrinações e por alguns fiéis. Em seguida, se desloca em direção ao lago em um carro de golfe, passando ao lado da estátua de Santa Ana, acompanhado pelos tradicionais sons do tambor. Chegando ao lago, o Santo Padre faz o Sinal da Cruz em direção aos 4 pontos cardeais, segundo o costume indígena, e abençoa a água do lago. Por fim, segue no carro de golfe até o palco, sempre abençoando os fiéis com a água do lago.

Tem lugar então a saudação e a oração litúrgica, as leituras em inglês, a homilia de Francisco seguida pela oração dos fiéis e o Pai Nosso. Segue a oração e a bênção final. De papamóvel, Francisco volta à igreja paroquial, onde está a procissão. Ao longo do caminho, ele abençoa a imagem de Nossa Senhora Desatadora dos nós. Ao final, o Santo Padre retorna ao Seminário São José, concluindo suas atividades públicas nesta terça-feira.

Lago Santa Ana, local de curas e bênção

O Lago Santa Ana ("Lac Ste. Anne") está localizado no centro-norte de Alberta, cerca de 72 km a oeste de Edmonton, sendo destino de uma peregrinação católica desde o final do século XIX. Milhares de peregrinos, oriundos sobretudo do Canadá e do noroeste dos Estados Unidos, vão ao lago todos os anos para se banhar em suas águas sagradas e rezar. Chamado pelos Nakota Sioux de Wakamne, "Lago de Deus", e de "Lago do Espírito" pelo povo Cree, foi nomeado "Lac Ste. Anne" pelo padre Jean-Baptiste Thibault.

O missionário foi o primeiro sacerdote a estabelecer uma missão católica permanente, em 1842, em Alberta, neste local já considerado sagrado por gerações e conhecido pelos nativos como local de cura. A primeira igreja foi construída em 1844 e, em 1852, o padre Albert Lacombe e o padre René Remas iniciaram o serviço dos Oblatos de Maria Imaculada. Desde então, os missionários têm exercido seu ministério inipterruptamente naquela região.

A primeira peregrinação anual foi organizada pelos Oblatos em julho de 1889, com a participação de 400 pessoas. Depois continuou todos os anos na semana de 26 de julho, festa de Santa Ana, mãe da Bem-Aventurada Virgem Maria e avó de Jesus, venerada em muitas comunidades indígenas canadenses, e se tornou um dos encontros espirituais mais importantes para os peregrinos na América do Norte e particularmente querido pelas populações das Primeiras Nações, que continuam a participar anualmente.

A igreja, que foi completamente destruída por um incêndio em 1928, foi reconstruída em 2009. A nova estrutura foi oficialmente abençoada pelo arcebispo Richard Smith em 7 de agosto de 2010. Além do prédio sagrado, o local também abriga uma casa canônica, um confessionário, a Via Sacra, um cemitério e instalações para peregrinos, incluindo loja, barraca de comida e banheiros. Este lugar foi declarado Patrimônio Histórico Nacional pelo governo canadense em 2004.

 

- Líder das Primeiras Nações: do Papa um grande gesto de humildade e coragem

Durante anos à frente da Assembleia Nacional das Primeiras Nações, Phil Fontaine aprecia as palavras expressas por Francisco aos povos indígenas: a cura e a reconciliação podem ser melhor alcançadas através do perdão e aqui tivemos o Santo Padre que pediu isso diante de nós.

Alessandro De Carolis e Lydia O'Kane – Vatican News

A Colina do Urso desde segunda-feira (25/07), será um pouco mais também a Colina da Reconciliação. Uma terra antiga em que respirar com um senso de veneração o ar e o solo dos pais e dos antigos Chefes e desde ontem também uma terra que carrega os sinais de um Chefe que veio de longe para pedir idealmente de joelhos o perdão por tantas crueldades cometidas, que nem sequer deveriam ter sido imaginadas. Porque é assim que um dos atuais líderes das Primeiras Nações canadenses, Phil Fontaine, lê as palavras e gestos de Francisco no primeiro encontro com os povos indígenas em Maskwacis.

 

"Um momento especial"

Fontaine, há anos Chefe Nacional da Assembleia das Primeiras Nações, conhece bem o drama antigo e o esforço atual para curar uma memória que luta para cicatrizar suas feridas. Os "abusos físicos, verbais, psicológicos e espirituais" cometidos pela Igreja católica contra os pequenos indígenas do passado estão lá, nos túmulos que pontuam o verde em torno da Igreja de Nossa Senhora das Sete Dores e naquela longa faixa vermelha com os nomes das pequenas vítimas. No entanto, para o líder indígena desde ontem há também algo memorável, a presença e a palavra do Papa. "Não é todo dia que uma das figuras públicas mais poderosas do mundo", disse ele no microfone de Chris Wells, um dos enviados da Rádio Vaticano - Vatican News, "vem diante de uma comunidade de ex-alunos de escolas residenciais e suas famílias, provenientes de comunidades distantes deste país, e se humilha e pede perdão aos sobreviventes.  Pessoalmente, acho que foi preciso muita coragem e humildade. Foi um momento especial".

O lugar do perdão

Fontaine é um defensor convencido da necessidade de curar o que ainda está sangrando, para que o futuro dos povos indígenas se apoie num passado visto de uma luz nova. Apesar de acreditar que caberá a cada indivíduo aceitar e considerar o pedido de perdão do Papa, ele ressalta, no entanto, que também é importante ter "um lugar onde possamos perdoar". "Ainda temos" - observa ele - "o problema dos túmulos não marcados, ainda há a questão dos registros e a questão das terras". Porém, existe mais, ressalta ele, a colaboração demonstrada pela Igreja local e pela Santa Sé, que, por exemplo, permitiu que um pesquisador passasse um tempo no Vaticano e rastreasse centenas de fotos de alunos da escola residencial. Isso para o líder indígena é um exemplo desses "passos práticos que podemos dar juntos".

 

- Justin Trudeau e Mary May: com pedido de perdão, o convite a trabalhar juntos na reconciliação

"A reconciliação é responsabilidade de todos os canadenses. É nossa responsabilidade estar abertos, ouvir e compartilhar. É nossa responsabilidade ver nossas diferenças não como um obstáculo, mas como uma oportunidade de aprender, de nos entendermos melhor e de agir", afirmou o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, após os pedidos de perdão do Santo Padre aos Povos Indígenas pelos erros cometidos no passado nas escolas residenciais.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, emitiu declarações sobre o pedido de desculpas feito pelo Papa Francisco aos sobreviventes do sistema de escolas residenciais no Canadá. No mesmo sentido, pronunciou-se a governadora-geral Mary Mey Simon.

Justin Pierre James Trudeau é um educador e político canadense que atua como o 23º primeiro-ministro do Canadá desde 2015. Trudeau é o segundo mais jovem primeiro-ministro canadense depois de Joe Clark, sendo líder o Partido Liberal desde 2013.

As atitudes incompatíveis com o Evangelho realizada por muitos cristãos durante o período das escolas residenciais, foi um dos motivos ao qual Francisco realizou o pedido de perdão aos indígenas no Canadá. Sobre este gesto, o primeiro-ministro assim se pronunciou:

“Hoje, Sua Santidade o Papa Francisco esteve em Maskwacîs, situada no território do Tratado 6, terras tradicionais das Primeiras Nações e Métis, onde reconheceu os abusos sofridos nas escolas residenciais que resultaram em destruição cultural, perda de vidas e traumas contínuos vividos por Povos Indígenas em todas as regiões deste país. Sua Santidade implorou 'perdão pelo mal cometido por tantos cristãos contra os povos indígenas'.

 

O sistema escolar residencial tentou assimilar as crianças indígenas, forçando-as a abandonar suas línguas, culturas, espiritualidades, tradições e identidades. Mais de 150.000 crianças foram retiradas de suas famílias e comunidades para frequentar escolas residenciais. Muitos sofreram abuso físico, emocional e sexual, e milhares de crianças nunca retornaram para suas casas. Um legado doloroso do sistema de escolas residenciais que se vive até hoje.

Em 2015, a Comissão de Verdade e Reconciliação, divulgou seu relatório final – entregando 94 Chamadas à Ação para abordar e reparar os danos sofridos nas escolas residenciais. A ação de número 58 faz um pedido especificamente ao Papa para que emita um pedido de desculpas aos sobreviventes, suas famílias e comunidades pelo papel da Igreja Católica Romana no abuso espiritual, cultural, emocional, físico e sexual de crianças das Primeiras Nações, Inuit e Métis em escolas residenciais geridas por católicos. Desde o seu lançamento, as Primeiras Nações, Inuit e Métis pediram ao Papa para cumprir este chamado. No início deste ano, em uma imensa demonstração de bravura e determinação, sobreviventes, líderes indígenas e jovens viajaram ao Vaticano para contar suas verdades diretamente a uma das instituições responsáveis ​​e pediram desculpas à Igreja Católica.

Hoje é sobre as crianças que foram tiradas de suas famílias e roubadas de suas infâncias. Os impactos intergeracionais das escolas residenciais continuam a ecoar nas comunidades indígenas hoje, à medida que os sobreviventes, suas famílias e suas comunidades continuam a lidar com o trauma resultante. O governo do Canadá continuará apoiando sua jornada de cura e continua comprometido em implementar plenamente os apelos à ação da Comissão de Verdade e Reconciliação.

A reconciliação é responsabilidade de todos os canadenses. É nossa responsabilidade estar aberto, ouvir e compartilhar. É nossa responsabilidade ver nossas diferenças não como um obstáculo, mas como uma oportunidade de aprender, de nos entendermos melhor e de agir. Ninguém deve esquecer o que aconteceu nas escolas residenciais em todo o Canadá e todos devemos garantir que isso nunca aconteça novamente. No espírito de reconciliação e cura, juntos construiremos um futuro melhor – para os povos indígenas e todos os canadenses”.

Declaração de Mary Simon: trabalhando juntos, podemos fazer progressos reais através da reconciliação

A líder Inuit Mary Simon é a 30ª governadora-geral do Canadá, anunciada pelo primeiro ministro Justin Trudeau. Ela está fazendo história como a primeira indígena deste país a assumir o cargo.

O Papa Francisco em seu primeiro discurso em terras canadenses fez o seu “pedido de perdão pelo mal cometido por tantos cristãos contra os povos indígenas”. E foi sobre este pedido que Mary Simon emitiu a seguinte declaração:

“Hoje, os sobreviventes, suas famílias e comunidades em todo o país ouviram Sua Santidade o Papa Francisco se desculpar, expressando palavras de profunda tristeza, arrependimento e horror pelo abuso sofrido no sistema escolar residencial.

Existem alguns fatos inegáveis. Verdades da nossa história que são difíceis de enfrentar. Sabemos que as crianças indígenas foram cruelmente retiradas de suas casas. Famílias foram separadas. E o impacto dessas ações repercute até hoje. Os povos indígenas, especialmente os sobreviventes, viveram com um trauma de abusos que deixaram cicatrizes em suas vidas e na vida daqueles que os amam. Algumas crianças e famílias nunca se recuperaram. Algumas crianças nunca retornaram para as suas casas.

Ao longo dos anos, meses e semanas que levaram a este momento histórico, as comunidades indígenas não mostraram nada além de bravura, coragem e resiliência enquanto buscavam um pedido de desculpas significativo. Hoje foi um dia que nos moveu para frente, dando voz aos sobreviventes que podem ajudá-los a se curar. No entanto, é também um dia que pode suscitar emoções complexas, especialmente à medida que a visita papal continua. Cabe a cada sobrevivente e suas famílias decidir como se sentem e o que precisam para seguir em frente. E cabe a cada um de nós continuar abraçando a esperança e apoiando a reconciliação não apenas com palavras, mas também com ações.

Hoje, somos lembrados de que os seres humanos são imperfeitos e que as instituições podem causar grandes danos sem uma liderança vigilante. Mas também somos lembrados de que o espírito humano pode perseverar e que, trabalhando juntos, podemos fazer progressos reais através da reconciliação.

Para os povos indígenas, este não é o começo nem o fim da jornada de cura. Como país, devemos nos perguntar: “Para onde queremos ir a seguir? Quem queremos ser?” Enquanto continuamos nossa conversa sobre reconciliação, vamos todos trabalhar juntos em um espírito de esperança e renovação para ajudar a construir uma sociedade mais justa e um amanhã melhor”.

Numerosos encontros com povos indígenas, incluindo ex-alunos das escolas residenciais e os fiéis vêm acontendo durante nesta Viagem Apostólica de Francisco ao Canadá, com uma agenda cheia de compromissos, alternada com momentos de descanso devido à sua condição física.

Marília Siqueira - Cidade do Vaticano

 

Viagem ao Canadá. Nas pegadas dos Santos Joaquim e Anna

Os pais de Maria, que a Igreja recorda em 26 de julho, "acompanham" a 37ª viagem apostólica de Francisco. O povo canadense é muito ligado, em particular, à mãe da Virgem e hoje o Papa, por volta da meia-noite, hora italiana, participará da peregrinação, ao Lago de Santa Ana, no norte de Alberta, que os católicos vêm fazendo desde o final do século XIX. Este lugar, onde uma missão católica nasceu, em 1842, é conhecido pelos indígenas como um lugar de cura.

Amedeo Lomonaco e Tiziana Campisi – Vatican News

A Igreja recorda, neste 26 de julho, os Santos Joaquim e Ana. Não há referências a eles na Bíblia. Algumas informações são retiradas de textos apócrifos. O Papa os celebra hoje, no Canadá, onde a devoção a Santa Ana é muito difundida, em Edmonton, na missa no "Commonwealth Stadium". À tarde, o Pontífice participa da tradicional peregrinação das comunidades indígenas em Lac Ste Anne, a cerca de 72 quilômetros de Edmonton. A peregrinação, dedicada à mãe de Maria, é um dos mais importantes encontros espirituais para os fiéis da América do Norte e o Papa em abril passado, no Vaticano, recebendo as delegações dos povos indígenas, expressou claramente o desejo de estar ali com eles.

"Me dá alegria, por exemplo, pensar na veneração a Santa Ana, avó de Jesus, que se difundiu entre muitos de vocês. Este ano, eu gostaria de estar com vocês, naqueles dias. Hoje, precisamos reconstruir uma aliança entre avós e netos, entre idosos e jovens, premissa fundamental para uma maior unidade da comunidade humana."

A devoção a Santa Ana no Canadá

Ana e Joaquim era um casal de Jerusalém. Ele pertencia à descendência de Davi. A tão desejada prole vem para eles após vinte anos de matrimônio e orações incessantes a Deus que os torna pais de Maria, mãe de Jesus. Ana instrui a filha e transmite a ela as artes da casa, Joaquim, em vez disso, cuida amorosamente das necessidades da família. Eles já eram venerados no primeiro século. Os canadenses são particularmente ligados à mãe da Virgem. Igrejas, escolas e localidades são dedicadas a Santa Ana. Celebrada pela Igreja em 26 de julho, foram os missionários que a tornaram conhecida aos povos indígenas que, organizados em pequenos grupos, costumavam se reunir como tribos para discutir questões no verão, após a estação da pesca na primavera ao longo das costas e rios. Foi a ocasião, também para cerimônias e festas, em que os sacerdotes franceses encontraram a oportunidade de introduzir os nativos ao cristianismo, entrelaçando a história de Santa Ana com as crenças populares tradicionais em que as mulheres desempenhavam um papel importante. Assim, a avó de Jesus tornou-se a protetora das populações canadenses e, em 1628, a primeira capela dedicada a ela foi construída em Cap Breton. O culto se espalhou e chegou até às águas de um lago, em Alberta, chamado de Lago de Deus ou Lago do Espírito. Aqui, os Oblatos de Maria Imaculada fundaram uma missão e em 1889 organizaram a primeira peregrinação em homenagem a Santa Ana que deu um novo nome ao lago. O local se tornou um lugar de oração e lugar de encontros espirituais e por sua importância social e cultural desde 2004 foi declarado um Sítio Histórico Nacional do Canadá.

A oração dos idosos

O Evangelho "vem ao nosso encontro com uma imagem muito bonita e encorajadora" dos avós de Jesus.  O Papa Francisco lembrou isso na Audiência Geral de 11 de março de 2014. O Evangelho diz "que eles esperavam a vinda de Deus todos os dias, com grande fidelidade, por longos anos. Eles realmente queriam ver aquele dia, para pegar seus sinais, para sentir o seu início. "Quando Maria e José foram ao templo para cumprir as medidas da Lei, Simeão e Ana se emocionaram, animados pelo Espírito Santo. O peso da idade e da espera desapareceu em um momento. Eles reconheceram o Menino, e descobriram uma nova força, para uma nova tarefa: agradecer e testemunhar por este Sinal de Deus. Simeão improvisou um belo hino de júbilo (cf. Lc 2:29-32) – ele foi um poeta naquele momento - e Ana tornou-se a primeira pregadora de Jesus". O Papa Francisco nos exorta a seguir na esteira "desses idosos extraordinários": "A oração dos idosos" - disse ele - "e dos avós é um presente para a Igreja, é uma riqueza! Uma grande injeção de sabedoria também para toda a sociedade humana: especialmente para aquela que está muito atarefada, muito ocupada, muito distraída".

Os avós e a transmissão da fé

Um valor fundamental também está ligado aos avós de Jesus: o "valor precioso da família como um lugar privilegiado para transmitir a fé". "Os Santos Joaquim e Ana" - explicou o Papa no Angelus de 26 de julho de 2013 - "fazem parte de uma longa cadeia que transmitiu a fé e o amor por Deus, no calor da família, até a Maria que recebeu o Filho de Deus em seu ventre e o entregou ao mundo, o doou a nós".  A festa dos Santos Joaquim e Ana também é a festa dos avós: "Como eles são importantes na vida da família para comunicar esse patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para toda sociedade! E quão importante é o encontro e o diálogo entre gerações, especialmente dentro da família",  acrescentou o Papa.

Os idosos são árvores que continuam dando frutos

Os idosos desempenham um papel central nas culturas dos povos indígenas. O Papa Francisco, durante seu Pontificado, ressaltou que eles têm um papel central na transmissão da fé, no diálogo com os jovens e na preservação das raízes dos povos. São "árvores que continuam dando frutos", "uma parte essencial da comunidade cristã e da sociedade". Não é um povo para ser descartado, mas uma grande injeção de sabedoria, como os Santos Joaquim e Ana.

Fonte: Vatican News