Saúde

Crise na Saúde: GEA não paga funcionários e nem auxílio para pacientes do TFD





 (Foto Vitor Vidgal)

A saúde pública no estado do Amapá tem passado por sérios problemas, desde hospitais que não possuem materiais e nem condições mínimas para atender a população, como a falta de pagamentos de funcionários contratados e de auxílio para pacientes que fazem tratamento fora do estado. O Governo do Estado do Amapá (GEA) já anunciou, inclusive, que haverá corte de funcionários.

Ao todo, são mais de mil profissionais, entre médicos, enfermeiros e outros, que integram o quadro da saúde por meio de contrato que estão com salários atrasados desde junho. A previsão é que o pagamento saia dia 10 de agosto, porém não há previsão para o pagamento referente ao mês de julho.

O governo informou que os atrasos são decorrentes a falta de recurso financeiro, que sofreu corte de R$ 45 milhões no orçamento da pasta. Segundo a Sesa, somente nos seis primeiros meses 85% do orçamento destinado à pasta já foi utilizado. Os demais 15% deverão atender até o fim do ano.

Para tentar equilibrar as contas, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) anunciou cortes no número de médicos, enfermeiros e outras categorias, além de reorganizar os efetivos.

Atualmente, são 233 médicos contratados e 317 efetivos. O salário de um médico no regime contrato é de R$ 7,9 mil, com adicional de R$ 1 mil por plantão e R$ 500 na escala sobreaviso. Por mês, a folha dos médicos do contrato fecha em R$ 7,8 milhões.

Com a medida, a população espera não ser prejudicada nos atendimentos, que já possui falhas. Para essa questão, a Sesa frisa que fará uma maior fiscalização no controle sobre a atuação dos profissionais.

Pacientes sem auxílio

Além dos profissionais que estão sem pagamento, outro público prejudicado pela crise na saúde são pacientes que fazem tratamento de doenças fora do estado.

Na manhã de quarta-feira (24), cerca de 50 pessoas, entre pacientes e familiares, realizaram um protesto para cobrar o pagamento do auxílio do Programa de Tratamento Fora de Domicílio (PTFD). O ato aconteceu na frente da Sesa.

De acordo com a Associação Amapaense de Apoio aos Pacientes em Tratamento Fora do Domicílio (ASPTFD), há seis meses que o pagamento dos recursos do programa não é feito de forma integral por parte do governo.

O auxílio pago no valor de R$ 396,50 para oito dias (após este período é acrescentado diárias no valor de R$ 49,86) serve para custear alimentação, transporte e moradia para pacientes que estão em tratamento em outros estados brasileiros.

Cerca de 16 mil pessoas estão inseridas no programa, divididas em lotes contendo 25 pacientes. Segundo a associação, o governo tem pago em torno de 10 a 15 lotes por mês, o que não atende todos os pacientes que fazem tratamento.

Familiares relatam que muitos pacientes necessitam de ajuda para custear as despesas, em muitos casos, passam até fome e correm o risco de serem despejados por não terem condições de pagar o aluguel.

Em Belém, no Pará, a casa de apoio que recebe os amapaenses não está aceitando mais ninguém há pelo menos 10 dias, isso porquê o GEA está há quatro meses sem pagar o aluguel do local. Segundo a associação, o atendimento na unidade está parcialmente suspenso, abrangendo apenas as pessoas que já estão instaladas lá.

O grupo foi atendido por representantes do governo do Estado. Até o fim desta reportagem não foi informado o procedimento da reunião.