Cultura

O Papa na Audiência Geral: os idosos têm a sabedoria da vida





Segundo Francisco, "o diálogo entre jovens, crianças e avós é fundamental, é fundamental para a sociedade, é fundamental para a Igreja, é fundamental para a saúde da vida. Onde não há diálogo entre jovens e idosos, falta alguma coisa e cresce uma geração sem passado, ou seja, sem raízes".

"O serviço alegre da fé que se aprende com gratidão" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (15/06), realizada na Praça São Pedro.

Dando continuidade ao tema da velhice, Francisco recordou o episódio da cura da sogra de Simão, que ainda não é chamado Pedro, na versão do Evangelho de Marcos. "A sogra de Simão estava na cama com febre", escreve Marcos. "Não sabemos se foi uma doença leve, mas na velhice até mesmo uma simples febre pode ser perigosa. Quando se é velho, não se controla mais o corpo. É preciso aprender a escolher o que fazer e o que não fazer. O vigor do corpo falha e nos abandona, ainda que nosso coração não pare de desejar. É preciso então aprender a purificar o desejo: ser paciente, escolher o que pedir ao corpo, à vida."

Ouvir o corpo e aceitar os limites

Quando envelhecemos não podemos fazer o mesmo que fazíamos quando éramos jovens: o corpo tem outro ritmo, e devemos ouvir o corpo e aceitar os limites. Todos nós temos, não é? Eu também tenho que caminhar com uma bengala agora, certo? A doença pesa sobre os idosos de uma maneira diferente e nova em relação a quando se é jovem ou adulto. É como um golpe duro que atinge num momento já difícil.

Segundo Francisco, "a comunidade cristã deve tomar conta dos idosos: parentes, amigos e a comunidade. A visita aos idosos deve ser feita por muitos, juntos e com frequência. Especialmente hoje em dia, o número de idosos cresceu consideravelmente, também em proporção aos jovens, porque este inverno demográfico não faz filhos. E há muito mais idosos e poucos jovens. Devemos sentir a responsabilidade de visitar os idosos que muitas vezes estão sozinhos e apresentá-los ao Senhor com nossas orações. A vida é preciosa".

Os idosos têm muito para nos ensinar

A seguir, o Papa retomou um tema repetido nas catequeses: "A cultura do desperdício parece cancelar os idosos. Sim, não os mata, mas os apaga socialmente, como se fossem um fardo a ser carregado: é melhor escondê-los."

Isso é uma traição da própria humanidade, isso é a pior coisa, isso é selecionar a vida de acordo com a utilidade, de acordo com a juventude e não com a vida como ela é, com a sabedoria do idoso, com os limites dos idosos. Os idosos têm muito para nos dar: têm a sabedoria da vida. Tanto para nos ensinar. Por isso, devemos ensinar as crianças para que cuidem deles, para que busquem seus avós. O diálogo entre jovens, crianças e avós é fundamental, é fundamental para a sociedade, é fundamental para a Igreja, é fundamental para a saúde da vida. Onde não há diálogo entre jovens e idosos, falta alguma coisa e cresce uma geração sem passado, ou seja, sem raízes.

Deixar os idosos se aproximarem das crianças e dos jovens

A sogra de Pedro, antes que os Apóstolos entendessem, ao longo do caminho a sequela de Jesus, mostrou o caminho também a eles. E a especial delicadeza de Jesus, que lhe "tocou a mão" e "inclinou-se delicadamente" sobre ela, deixou claro, desde o início, sua especial sensibilidade para com os frágeis e os doentes, que o Filho de Deus certamente tinha aprendido com sua Mãe.

Por favor, deixemos que os idosos, que os avós estejam próximos às crianças, aos jovens para transmitir-lhes a memória da vida, para transmitir-lhes a experiência de vida, a sabedoria da vida. Na medida em que fazemos com que jovens e idosos se encontram, nessa medida haverá mais esperança para o futuro de nossa sociedade.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

 

- Francisco: não nos esqueçamos do povo atormentado da Ucrânia em guerra

O Papa no final da audiência geral desta quarta-feira retornou a falar sobre a guerra no leste europeu e pediu para não a considerar "uma coisa distante", mas o tormento de uma nação à qual devemos estar próximos com ajuda e orações.

A recordação se desvanece, a dor corre o risco de esfriar-se. O Papa Francisco usa esta expressão para descrever a condição que a população ucraniana vem experimentando há quase quatro meses. Ele o fez ao final da audiência geral desta quarta-feira, falando nas saudações aos peregrinos de língua italiana. Do Papa, mais uma vez, o convite para não esquecermos o drama da guerra:

Por favor, não esqueçamos o povo atormentado da Ucrânia em guerra. Não nos acostumemos a viver como se a guerra fosse uma coisa distante. A nossa recordação, o nosso afeto, a nossa oração e a nossa ajuda vão sempre para este povo que tanto sofre e que está levando avante um verdadeiro martírio.

Não se acostumar à guerra

Não nos acostumemos com a realidade da guerra. Um conceito, este, que o Papa reiterou várias vezes desde o início do conflito, destacando, por exemplo, a importância da ajuda humanitária que - disse ele em março passado - não deve ser interrompida. Também no domingo passado, Francisco, nas saudações que se seguiram à oração do Angelus, voltou seu pensamento para o conflito na Ucrânia, invocando orações por essas populações e exortando os fiéis a não se esquecerem do que está acontecendo:

Sempre vivo em meu coração é o pensamento para o povo da Ucrânia, afligido pela guerra. O tempo que passa não esfrie nossa dor e nossa preocupação com aquelas pessoas atormentadas. Por favor, não nos acostumemos a esta trágica realidade! Tenhamo-la sempre em nossos corações. Rezemos e lutemos pela paz.

Silvonei José – Vatican News

 

 

- Francisco: a Eucaristia nos convida a levar Deus para a vida cotidiana

Nas saudações aos fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Audiência Geral, o Papa lembrou que na próxima quinta-feira, no Vaticano, será celebrada a Solenidade de Corpus Christi e exortou a pedir a Deus a capacidade de doar-se aos outros, servindo com alegria especialmente os que mais precisam.

Após a catequese da Audiência Geral, ao saudar os peregrinos presentes na Praça São Pedro, Francisco falou sobre a Solenidade de Corpus Christi, celebrada nesta quinta-feira (16/06), no Vaticano.

Na Basílica de São Pedro, no Altar da Cátedra, às 10h30 locais, o arcipreste da Basílica e vigário geral do Papa para a Cidade do Vaticano, cardeal Mauro Gambetti, presidirá a solene celebração litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo.

"A Solenidade de Corpus Christi nos convida a sair e levar o Senhor para a vida cotidiana: levá-lo onde a vida se desenvolve com todas as suas alegrias e sofrimentos", disse o Papa na saudação aos fiéis de língua alemã.

Na saudação aos peregrinos de língua espanhola, Francisco acrescentou o convite a pedir a Deus "para que nos conceda ser pessoas "eucarísticas", "gratas pelos dons recebidos" e capazes de se doar aos outros "servindo com alegria, especialmente os que mais precisam".

Experimentar o amor de Deus graças ao Corpo e Sangue de Cristo

Na saudação aos peregrinos poloneses, o Papa explicou que a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo "nos recorda a presença real de Deus na Eucaristia na forma de pão e vinho".

Que os concertos de evangelização que se realizam em seu país nesta festa, despertem a fé em todos, para que recebendo o Corpo e o Sangue de Cristo, se possa experimentar o seu amor cada vez mais profundamente. Eu os abençoo de coração.

Por fim, Francisco lembrou que na Itália a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo será celebrada no domingo e concluiu: "Que a Eucaristia, mistério do amor, seja para todos vocês fonte de graça e de luz que ilumina os caminhos da vida, sustento nas dificuldades, e conforto sublime no sofrimento de cada dia."

Tiziana Campisi – Vatican News

 

Nomeação do Papa: diocese de Jundiaí, em São Paulo, tem novo bispo

Nesta quarta-feira (15), Francisco aceitou a renúncia da diocese de Jundiaí/SP, apresentada por dom Vicente Costa, nomeando dom Arnaldo Carvalheiro Neto como novo bispo do governo pastoral local. A primeira visita oficial à diocese está marcada para os dias 27 e 28 de junho. A celebração que dá início à missão de dom Arnaldo acontece em 13 de agosto, às 9h, no Ginásio de Esportes Dr. Nicolino de Lucca.

O Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese de Jundiaí, em São Paulo, apresentada por dom Vicente Costa, por motivo de idade, já que completou 75 anos no início do ano. Nesta quarta-feira (15), o Pontífice também nomeou o novo bispo para a diocese, dom Arnaldo Carvalheiro Neto, transferindo-o da sede de Itapeva/SP. 

Segundo o site da diocese de Jundiaí, a primeira visita oficial do novo bispo está marcada para os dias 27 e 28 de junho. A celebração que dá início à missão de dom Arnaldo acontece em 13 de agosto, às 9h, no Ginásio de Esportes Dr. Nicolino de Lucca.

A biografia de Arnaldo Carvalheiro Neto

Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, de 55 anos, nasceu em 11 de abril de 1967 em São Paulo, sede da arquidiocese metropolitana de mesmo nome. Estudou Filosofia na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras (Unisal) em Lorena/SP (1989-1991) e Teologia no Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos em Marília/SP (1993-1996). Em seguida, frequentou cursos de especialização em Direção Espiritual no Institute for Spiritual Leadership, em Chicago, nos Estados Unidos (2002-2003) e de Capelania Hospitalar no Hospital Universitário Mater Misericordiae em Dublin, na Irlanda (2006). Além disso, ele é mestre em Pastoral Couseling pela Universidade Loyola de Chicago, nos EUA (2003-2006). 

Foi ordenado sacerdote em 17 de maio de 1997 e incardinado na diocese de Araçatuba/SP, onde ocupou os seguintes cargos: pároco de São Brás em Birigui/SP (1997-2000) e de São Pedro Apóstolo em Gabriel Monteiro/SP (2007-2016), reitor do Seminário Propedêutico e membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores. Durante a estadia em Chicago para os estudos, foi vigário paroquial de Saint Roman (2003-2006). Além disso, foi diretor espiritual do Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos em Marília/SP (2007-2014).

Em 4 de maio de 2016, foi nomeado pelo Papa Francisco bispo coadjutor de Itapeva/SP e recebeu a ordenação episcopal em 17 de julho do mesmo ano, tornando-se Ordinário em 19 de outubro de 2016. Dom Arnaldo também é bispo referencial da Caritas no Regional Sul 1 da CNBB.

Andressa Collet - Vatican News

Fonte: Vatican News