Política

Em resposta a discurso de Putin, Zelensky diz que Ucrânia vencerá guerra





Em mensagem compartilhada pouco antes do desfile militar russo, presidente ucraniano também celebrou a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, comemorando a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, disse nesta segunda-feira (9) que seu país vencerá a guerra com a Rússia e não cederá nenhum território.

“No Dia da Vitória sobre o nazismo, estamos lutando por uma nova vitória. O caminho para isso é difícil, mas não temos dúvidas de que venceremos”, disse Zelensky em um discurso compartilhado pouco antes do início do desfile militar russo em Moscou.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, também está comemorando o aniversário da vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. O presidente Vladimir Putin também discursou na Praça Vermelha de Moscou, e afirmou que a “operação militar especial” foi uma ação “preventiva”.

Zelenskiy disse que os ucranianos são um povo livre que lutou para defender sua terra muitas vezes na história e teve seu “próprio caminho”.

“Hoje estamos travando uma guerra neste caminho e não vamos dar a ninguém um único pedaço de nossa terra. Não vamos dar a ninguém um único pedaço de nossa história”, afirmou o presidente. “Estamos orgulhosos de nossos ancestrais que, juntamente com outras nações da coalizão anti-Hitler, derrotaram o nazismo”.

Por fim, Zelensky acrescentou: “Não há algemas que possam prender nosso espírito livre. Não há ocupante que possa criar raízes em nossa terra livre. Não há invasor que possa governar nosso povo livre. Mais cedo ou mais tarde, venceremos “.

 

- Rússia está retendo unidades militares para evitar contra-ataque, diz Ucrânia

Estado-Maior ucraniano afirma que dezenove batalhões táticos russos estão ativos em Belgorod

A Ucrânia afirma que a Rússia está retendo algumas de suas unidades dentro de suas fronteiras para evitar um contra-ataque ucraniano que avançou a leste de Kharkiv.

Em sua última atualização operacional, o Estado-Maior ucraniano diz que “para impedir o avanço de unidades das Forças Armadas da Ucrânia, o inimigo concentrou até dezenove batalhões táticos na região de Belgorod”, no oeste da Rússia.

Os russos estão retendo unidades à medida que as forças ucranianas se aproximam da fronteira, dizem analistas.

Dentro da Ucrânia, o Estado-Maior diz que a atividade mais intensa segue na região de Donetsk, onde as forças russas estão tentando avançar em direção à cidade de Lyman, um importante centro de transporte.

Em outras partes da região, “o inimigo aumentou seu poder de fogo e está tentando romper as defesas de nossas tropas”. Mesmo assim, as forças russas permanecem “focadas no reagrupamento de unidades, reabastecimento de munição, combustível e manutenção de posições anteriormente ocupadas”.

Os militares ucranianos acreditam que os russos vão retomar uma ofensiva em direção à vila de Sulyhivka, enquanto tentam progredir na área de Izium. No mês passado, os russos obtiveram ganhos modestos na área, mas sem grandes conquistas ou consequências.

Em Luhansk, o aumento do bombardeio russo causou mais vítimas civis e dificultou as operações de resgate. Serhiy Hayday, chefe da administração militar da região, disse que as equipes de resgate perderam contato com 11 pessoas escondidas em um porão em Shypilovo.

“Com o apoio de aeronaves e artilharia, o inimigo concentrou seus esforços em tentar assumir o controle de Rubizhne e se preparar para a continuação das operações ofensivas na direção de Lysychansk. O inimigo aumentou o poder de fogo, tentando romper as defesas de nossas tropas”, disse Hayday.

As forças russas obtiveram apenas pequenos ganhos territoriais em Luhansk, mas agora controlam a cidade de Popasna, que está em ruínas após intensos bombardeios.

 

- UE deveria confiscar reservas da Rússia para reconstruir a Ucrânia, diz Borrell

Principal diplomata do bloco disse ser a favor do uso dos recursos russos congelados pelos países ocidentais

A União Europeia deve considerar usar bilhões de dólares em reservas cambiais russas para reconstruir a Ucrânia após a guerra, disse o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, em entrevista ao Financial Times nesta segunda-feira (9).

“Eu seria muito a favor porque tem muita lógica”, disse Borrell quando perguntado pelo FT se as reservas russas congeladas poderiam ajudar a financiar o esforço de reconstrução da Ucrânia quando a guerra chegar ao fim.

“Temos o dinheiro em nossos bolsos e alguém tem que me explicar por que é bom para o dinheiro afegão e não é bom para o dinheiro russo”, continuou ele, referindo-se à decisão dos Estados Unidos de usar US$ 7 bilhões em ativos congelados do banco central do Afeganistão para fornecer ajuda humanitária dentro do país depois que o Talibã tomou o poder.

Os países ocidentais congelaram cerca de US$ 315 bilhões em reservas cambiais da Rússia em resposta à invasão da Ucrânia.

Desde então, as autoridades da UE vêm debatendo se os ativos sancionados podem de alguma forma ser implantados para reconstruir a Ucrânia quando a guerra finalmente terminar. No entanto, nenhuma proposta política concreta foi apresentada.

Em abril, o Banco Central da Rússia ameaçou tomar medidas legais contra os EUA e a UE na tentativa de tentar descongelar suas reservas de ouro e divisas, mas ainda não há disputa jurídica está em andamento.

 

Secretário-geral na ONU visita a Moldávia

Ele vai manifestar solidariedade pela ajuda a refugiados ucranianos

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) inicia, nesta segunda-feira (9), visita de dois dias à Moldávia, país que faz fronteira com a Ucrânia. António Guterres pretende manifestar sua “solidariedade e gratidão” pela ajuda prestada aos refugiados ucranianos.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, chegaram ao território mais de 450 mil refugiados ucranianos, dos quais quase 100 mil permaneceram na Moldávia, país que também sofre significativas perdas comerciais e registra aumento de preços da energia e dos transportes.

Pequena antiga república soviética com cerca de 2,5 milhões de habitantes, localizada entre a Ucrânia e a Roménia, a Moldávia receia ser desestabilizada pela ofensiva russa, tendo as tensões aumentado quando, no final de abril, ocorreram várias explosões na região  separatista pró-russa da Transnístria.

Na agenda oficial de Guterres a Chisinau consta encontro e entrevista coletiva conjunta com a presidente da Moldávia, Maia Sandu, bem como reunião com a primeira-ministra Natalia Gavrilița.

Amanhã, Guterres, que esteve no fim de abril em Kiev e Moscou, encontra-se com o presidente do Parlamento da Moldávia, Igor Grosu, e visita um centro de refugiados, onde terá contato com refugiados ucranianos.

A viagem de Guterres coincide também com o 30.º aniversário da entrada da Moldávia como membro das Nações Unidas.

 

Kiev adverte para alta probabilidade de ataques russos com mísseis

Alerta é feito no Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista

O Estado-Maior do Exército da Ucrânia advertiu hoje (9) para a "alta probabilidade de ataques com mísseis" das forças russas. O alerta é feito no dia em que Moscou comemora o Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Segundo as chefias militares ucranianas, a Rússia destacou cerca de 19 batalhões táticos para a região Belgorod, sobre a linha de fronteira com a Ucrânia. Os batalhões incluem aproximadamente 15.200 integrantes, tanques, baterias de mísseis e outros tipos de armamento.

Em algumas áreas da região de Zaporizhia, as forças russas estão, de acordo com Kiev, "apreendendo documentos pessoais da população local sem uma boa razão". As autoridades ucranianas alegam que as forças russas forçam as populações locais a participar das comemorações do Dia da Vitória. A Praça Vermelha, em Moscou, é palco, nesta segunda-feira, do tradicional desfile militar de 9 de maio.

Com base em relatório diário dos seus serviços de informações militares, o Ministério britânico da Defesa afirma que a Rússia está esgotando suas munições de precisão. A situação deverá resultar no recurso a armamento impreciso, que pode disseminar ainda mais a devastação em solo ucraniano.

O relatório britânico estima que, embora a Rússia tenha afirmado que "as cidades ucranianas estariam, portanto, a salvo de bombardeios", as munições imprecisas representam risco crescente

"Como o conflito continua além das expectativas russas do pré-guerra, as reservas russas de munições guiadas com precisão provavelmente já se esgotaram".

"Isso obrigou à utilização de munições antiquadas, mas disponíveis, que são menos fiáveis, menos precisas e mais facilmente interceptadas", diz o relatório.

Londres acrescenta que a Rússia "provavelmente terá dificuldades para substituir o armamento de precisão que já gastou".

Fonte: CNN Brasii - Agência Brasil