Política

Arthur Lira envia áudio a líderes sobre relação com Justiça





Presidente da Câmara disse que não é comentarista político e reage à insinuação de atrito com o Judiciário

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), enviou um áudio para o grupo de líderes partidários no WhatsApp dizendo que não faria comentários adicionais a respeito de uma notícia publicada pelo portal UOL –que indicava o pepista, sem citar fontes públicas, como incentivador de atritos entre o Legislativo e o Judiciário.

Em sua mensagem, Lira diz que não é “comentarista político”. Disse que não iria comentar além do que havia publicado no seu perfil no Twitter –leia a mensagem mais abaixo–, dizendo que se tratava de “publicação mentirosa”

Eis a transcrição do que disse o presidente da Câmara aos líderes partidários: “Amigos do grupo de líderes, eu mandei essa matéria aí para que vocês tenham conhecimento e deixar claro que eu sou o presidente da Câmara dos Deputados e não comentarista político. Não é possível, eu não tenho que comentar o noticiário. O noticiário é que deveria comentar o que acontece com precisão e absoluta imparcialidade. Quando não o faz, o tempo se encarrega de corrigir e ponto final, ok?”.

Mais cedo nesta 5ª feira (5.mai.2022), às 10h21 da manhã, reportagem no UOLhavia afirmado o seguinte: “A postura [sic] do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), na condução do caso Daniel Silveira (PTB-RJ) reforçou entre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e também no mundo político a percepção de que a aliança do “centrão” com o presidente Jair Bolsonaro (PL) envolve um trabalho mútuo no sentido de enfraquecer os órgãos de controle e desacreditar o Judiciário”.

Lira respondeu com post em seu perfil no Twitter: “Matérias baseadas em anonimato? O que posso falar é a verdade sobre essa publicação mentirosa: os ministros do STF sabem, porque dialogam comigo, o papel que cumpro para arrefecer a crise. O resto? Caça-clique para ter audiência. Pra não chamar de fake news…”.

Parte dos ministros do STF registra insatisfação com o desfecho até o momento do caso do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Condenado pelo Supremo, ele recebeu o perdão por meio de um decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL). Depois disso, recusa-se a cumprir determinações do ministro Alexandre de Moraes –como usar tornozeleira eletrônica.

Há um esforço de uma ala do STF para recompor algum tipo de aliança com o Congresso. Isso tem sido em parte bem-sucedido com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dando algum apoio público aos magistrados do Supremo. Do lado da Câmara, entretanto, os deputados acham que nunca estiveram tão fortalecidos e não há neste momento apoio ao Judiciário.

Houve na semana passada uma tentativa de plantar uma notícia na mídia a respeito da remoção de Daniel Silveira da Comissão de Constituição e Justiça. A fonte da notícia era o Supremo, e parte da mídia publicou em 28 de abril de 2022 como se fosse um fato consumado –saíram reportagens erradas no g1(portal do Grupo Globo), UOL (portal do Grupo Folha) e CNN Brasil. Rapidamente a informação equivocada foi corrigida pelos fatos: o PTB (partido de Silveira) negou que estivesse retirando a indicação do deputado.

Fonte: Poder360