Política

Assessor de Zelensky acusa distorção da verdade em fala de Lula à ‘Time’





Mykhailo Podolyak acusou a Rússia de ter atacado "traiçoeiramente a Ucrânia" e matar "massivamente civis"

O assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak criticou, através de uma publicação no Twitter nesta quinta-feira (5), as declarações dadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à revista ‘Time’.

“O ex-presidente brasileiro Lula da Silva fala sobre a culpa da Ucrânia ou do Ocidente na guerra. São tentativas russas de distorcer a verdade. É simples: a Rússia atacou traiçoeiramente a Ucrânia, a guerra é apenas no território da Ucrânia, a Rússia mata massivamente civis. Guerra clássica de destruição e ocupação”, publicou Podolyak.

Esta é a primeira vez, desde o início da guerra, que um membro do alto escalão do governo ucraniano se pronuncia sobre o Brasil.

Na entrevista, que foi capa da revista americana, o petista criticou a conduta do presidente Volodymyr Zelensky em relação à guerra.

Além de dizer que acha o comportamento do líder ucraniano “esquisito”, Lula afirmou que, assim como Vladimir Putin, Zelensky “quis a guerra”. “Se não quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais.”

Diante das afirmações, a embaixada da Ucrânia no Brasil também reagiu, sugerindo que uma reunião seja marcada com o ex-presidente.

“A Embaixada planeja solicitar formalmente uma audiência do estimado ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva com o encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil Anatoliy Tkach para esclarecer a posição da Ucrânia”, diz o comunicado do órgão diplomático.

CNN entrou em contato com a assessoria do ex-presidente Lula, que disse que ele não irá se manifestar.

 

- Rússia diz ter matado mais de 600 combatentes ucranianos durante a noite

Ministério da Defesa afirma que ataques de artilharia eliminaram "nacionalistas" e destruíram unidades de armas e equipamentos militares

A Rússia disse nesta quinta-feira (5) que sua artilharia atingiu várias posições e fortalezas ucranianas durante a noite, matando mais de 600 combatentes. “As forças armadas da Federação Russa continuam a operação militar especial na Ucrânia“, disse o Ministério da Defesa.

“Mais de 600 nacionalistas e 61 unidades de armas e equipamentos militares foram destruídos”. O Ministério da Defesa também disse que seus mísseis destruíram equipamentos de aviação no aeródromo de Kanatovo, na região central de Kirovohrad, na Ucrânia, e um grande depósito de munição na cidade de Mykolaiv, no sul do país.

A Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que tem chamado de operação especial para degradar as capacidades militares de seu vizinho do sul e erradicar pessoas que chamou de nazistas e nacionalistas perigosos.

As forças ucranianas montaram forte resistência e o Ocidente impôs sanções abrangentes à Rússia e cidadãos próximos ao governo de Vladimir Putin, em um esforço para forçá-la a retirar suas forças. Países membros da Otan tem enviado armas e equipamentos militares para as forças ucranianas.

 

- Polônia e Lituânia inauguram gasoduto e buscam reduzir dependência da Rússia

Gasoduto, que percorre mais de 500 km, abre em um momento em que a "Rússia mais uma vez tentou nos chantagear usando o gás" disse presidente da Polônia

Um gasoduto de 500 milhões de euros entre Lituânia e Polônia foi inaugurado nesta quinta-feira (5), completando mais uma fase do processo de redução da dependência de fontes de energia russas.

O gasoduto, que percorre mais de 500 quilômetros, abre em um momento em que a “Rússia mais uma vez tentou nos chantagear usando o gás“, disse o presidente polonês, Andrzej Duda na inauguração.

A primeira-ministra da Lituânia, Ingridas Simonyte, acrescentou que “qualquer redução ou desaparecimento desta fonte de financiamento teria um impacto muito significativo sobre a economia russa e a capacidade de continuar a financiar a guerra na Ucrânia”.

O trecho Lituânia-Polônia está integrado a oleodutos em outros dois Estados bálticos — Estônia e Letônia –, além da Finlândia.

Antes da construção do gasoduto, os países só recebiam gás diretamente da Rússia.

 

- Conferência de doadores: "Próximo passo é a reconstrução da Ucrânia"

 

Afirmação é da presidente da Comissão Europeia

 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje (5) que o próximo passo no apoio à Ucrânia é a reconstrução do país, devastado pela guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro. Isso "vai exigir milhares de milhões de euros", afirmou.

 

“O próximo passo tem de ser a reconstrução da Ucrânia”, defendeu von der Leyen ao fim da Conferência Internacional de Doadores. “O governo ucraniano vai precisar de cerca de US$ 5 bilhões por mês para pagar salários e serviços mínimos. Com o apoio dos nossos parceiros internacionais, estamos aqui para ajudar”, declarou.

 

“O nosso sonho é começar, o mais rapidamente possível, com o investimento, para que o trabalho abra as portas ao desenvolvimento e à recuperação da Ucrânia”.

 

A presidente da Comissão Europeia lembrou que Bruxelas "conseguiu mobilizar o seu poder económico contra a Rússia”, já tendo lançado cinco pacotes de sanções e estando a caminho do sexto, que inclui o embargo ao petróleo russo.

 

Ucrânia altera legislação

 

O primeiro-ministro da Ucrânia, que marcou também presença na conferência, destacou que o desde o início da guerra o país já recebeu “mais de US$ 12 milhões em apoio financeiro e equipamentos”.

“Esse apoio é crucial. Neste momento estamos na fase mais difícil da nossa história, porque está em causa o destino do país”, disse Denys Shmygal.

 

O chefe de governo ucraniano adiantou que o país já começou a alterar sua legislação “no sentido de a própria Ucrânia aceder a ativos russos, fazendo Kiev pagar pelas ações militares”.

 

“Nós acreditamos na vitória da Ucrânia e no nosso futuro. É importante que a Ucrânia e seu povo vejam que vocês [doadores] estão conosco. Já repetimos várias vezes que a Ucrânia não vai desistir”, disse, lembrando o desejo do país de se juntar à União Europeia.

 

 

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil