Política

Lula diz que Lira quer ser imperador do Japão com semipresidencialismo





Em evento com o Solidariedade, petista afirma que presidente da Câmara "quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara"

 

O Solidariedade anunciou oficialmente nesta terça-feira (3) o apoio à pré-candidatura do ex-presidente Lula (PT) à Presidência da República. Na presença de deputados e senadores de diversas legendas, o petista pediu, no evento, atenção às eleições para o Congresso.

“Temos que ter conhecimento de uma coisa, se a gente ganhar as eleições e o atual presidente da Câmara continuar com o poder imperial, porque ele já tá querendo criar o semipresidencialismo, ele já quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara e ele aja como o imperador do Japão”, disse em discurso, citando o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas).

CNN entrou em contato com a assessoria de Arthur Lira para comentar a fala de Lula e aguarda retorno.

“Ele [Lira] acha que pode mandar inclusive administrando o orçamento. O orçamento é aprovado pela Câmara e pelo Congresso, mas tem que ser administrado pelo governo [federal] porque é pra isso que o governo é eleito. E é o governo que decide cumprir o orçamento aprovado em função da realidade financeira do Estado brasileiro”, afirmou Lula.

O petista defendeu ainda que a campanha seja ativa na divulgação dos candidatos alinhados à chapa que vem sendo construída.

“Tem gente que acha que não precisa fazer comício, basta ficar nas redes sociais, mas eu não acho, vou viajar o Brasil e quero em cada comício ter uma lista de deputados, deputadas e senadores pra gente dizer ‘esses são nossos deputados, nossos senadores e é neles gente que vcs tem que voltar pra gente mudar o país”, concluiu.

Câmara criou grupo de trabalho sobre semipresidencialismo

A Câmara dos Deputados criou um grupo de trabalho para analisar e debater temas relacionados ao sistema de governo semipresidencialista, de acordo com publicação no Diário Oficial da Câmara de 17 de março.

O tema é defendido pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PL), mas não algo para ser instituído em breve, e sim a longo prazo.

A ideia de Lira é que a discussão ocorra durante os meses de abril, maio e junho e que seja criado um projeto de mudança do presidencialismo para o semipresidencialismo a partir de 2030.

“Seria uma proposta de alteração de sistema de governo para 2030, tirando o debate dessa eleição, tirando o debate de 2026, não ‘fulanizando’ a discussão e fazendo um debate de alto nível no contraturno do trabalho da Câmara dos Deputados”, afirmou o presidente da Câmara em fevereiro.

O que é o semipresidencialismo

No semipresidencialismo, o sistema mescla elementos do parlamentarismo e do presidencialismo, e, por isso, é um regime típico de países republicanos. Neste modelo, há um presidente da República – geralmente eleito diretamente pelo povo – e um primeiro-ministro – eleito indiretamente, pelo parlamento – dividindo funções no Poder Executivo.

O presidente também é o chefe de estado. Em geral, países semipresidencialistas têm presidentes da República atuando na política externa e na chefia das Forças Armadas, enquanto o primeiro-ministro tipicamente cuida das demandas internas e comanda o governo.

No semipresidencialismo, o presidente da República tem mais poderes do que papel praticamente simbólico exercido no parlamentarismo. É comum que o presidente da República possa, por exemplo, dissolver o parlamento – o que derruba o governo do primeiro-ministro – e convocar novas eleições. Assim, embora o primeiro-ministro tenha o grande poder de comandar o governo, a coalização que o sustenta pode ser desfeita pelo presidente da República.

Cada país, no entanto, designa papéis diferentes para os presidentes.

Na França, por exemplo, o presidente é eleito pelo voto direto e é responsável por coordenar a política externa. Também pode intervir em crises políticas e também comanda as Forças Armadas. Em Portugal, outro país que aderiu ao semipresidencialismo, o presidente também é eleito diretamente pela população e pode dissolver o Legislativo, mas tem funções executivas mais limitadas do que o chefe de estado da França.

 

Confira outras notícias 

- Alckmin em ato do Solidariedade: "A esperança do Brasil é o presidente Lula"

Segundo o ex-governador Geraldo Alckmin, o encontro de apoio ao petista em São Paulo é o "prenúncio da vitória"

O Solidariedade oficializou, nesta terça-feira (3/5), o apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo por meio de um ato no Sindicato dos Metalúrgicos em São Paulo. No evento estão presentes Lula e seu pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM).

O ex-governador de São Paulo disse ao discursar que o encontro desta manhã era o “prenúncio da vitória”. “O mundo do trabalho deu ao Brasil o seu maior líder popular: Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.

Segundo o ex-tucano, “no tempo do Lula, o salário mínimo cresceu muito acima da inflação, o povo consumiu, a economia avançou, o emprego cresceu”. E continuou: “Hoje, a gente vê um ajuste fiscal acima do mais pobre e não repõe nem a inflação, pois a inflação de alimentos, de comida, é muito mais alta. O tomate está 116% mais alto, o preço dos alimentos, da carestia”. Alckmin reforçou: “A esperança do Brasil é o presidente Lula”.

Fonte: CNN Brasil - Correio Braziliense