O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre abrir novas vagas em concursos da PF (Polícia Federal) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). O chefe do Executivo deu a declaração durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Inicialmente, Bolsonaro disse que não há orçamento para 2022 e que seriam 500 novas vagas para a PF e 500 para a PRF –o edital do concurso já previa 1.500 vagas. “Eu estou no meu limite”, acrescentou.
No entanto, em seguida, o presidente liga para o ministro da Justiça, Anderson Torres, e pede um aditivo para dobrar o número de vagas para cada uma das polícias.
“Anderson [Torres], você pediu quanto para a PF e para a PRF? Quantas vagas a mais para cada força você pediu? Se passar 1.000 para cada um, acha que dá para resolver? 1.000 para cada lado? Então, faz um aditivo, pede 1.000 vagas, já que você está no limite, pede 1.000 vagas para cada lado, tá ok? Pode ser?”, diz Bolsonaro em conversa com Anderson Torres.
Segundo o chefe do Executivo, os policiais que atuam na PF e na PRF são “lucrativos” para o governo, por suas apreensões e serviços de “combate à corrupção”. O presidente ainda criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) pela declaração: “Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial”.
No domingo (1º.mai), Lula afirmou que queria ter dito “milícia” quando falou“policial” e pediu desculpas à categoria.
Na última 6ª feira (29.abr), o presidente disse que o governo estuda igualar o teto das carreiras da Polícia Rodoviária Federal e dos agentes da Polícia Federal. Afirmou ainda que a proposta de reajuste de 5% a todos os servidores federais desagrada a todos.
Bolsonaro decidiu, durante reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia) e outros integrantes do governo, priorizar a proposta de reajuste para todos os funcionários públicos federais. O percentual decidido foi de 5%.
O Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) disse que não foi informado do reajuste oficialmente, mas que a correção de 5% é considerada “insuficiente” para a categoria. Os policias pressionavam o governo para um reajuste salarial entre 16% e 20%.
A opção do ajuste salarial para todos os funcionários era uma das colocadas à mesa. O impacto econômico nas contas públicas dependerá da data de início e vigência do reajuste. Se for no mês de julho, como é calculado, será de R$ 6,3 bilhões. O valor é superior ao R$ 1,7 bilhão disponível, inicialmente voltado apenas aos policiais federais.
- Presidente recebe balanço de plano para acolher juízas do Afeganistão
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu no Palácio do Planalto, com a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil. Após o encontro, ela falou com a imprensa sobre a visita. A AMB lidera, desde o ano passado, uma campanha humanitária para que o Brasil acolha juízas do Afeganistão, que passaram a ficar sob ameaça após a tomada de controle do país pelo grupo islâmico Talibã, cujo regime político envolve uma série de restrições ao trabalho e educação das mulheres.
"Na verdade, eu vim agradecer, porque foi através de uma iniciativa do presidente que a gente montou, com a Casa Civil, o plano com a emissão de vistos provisórios. E esse modelo que o Brasil adotou foi o modelo vencedor, tanto que em nenhum outro país a gente teve um acolhimento como esse, bem-sucedido", afirmou Renata Gil.
Em outubro de 2021, dez magistrados afegãos e seus familiares, a maioria mulheres, chegaram ao Brasil após receberem visto humanitário do governo brasileiro. A ação foi coordenada pela AMB, em parceria com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), após informações de que pelo menos 270 juízas estavam em situação de vulnerabilidade no país do Oriente Médio, em meio à ascensão do Talibã.
A concessão do visto temporário e de autorização de residência foi regulamentada pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública. Segundo Renata Gil, uma segunda parte do plano de acolhimento das juízas afegãs foi entregue ao presidente da República.
"Eu vim entregar a parte final do plano, que está todo desenhado. Esse plano foi entregue ao governo federal, foi entregue também às autoridades nos países que a gente tem visitado", informou.
Além de tratar do acolhimento humanitário, a assessoria da AMB informou que Renata Gil e Jair Bolsonaro também conversaram sobre a campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica, que incentiva mulheres vítimas de ameaças e agressões a pedir ajuda por meio de um X vermelho na palma da mão. A campanha também é uma iniciativa da associação dos magistrados.
Fonte: Poder360 - Agência Brasil