Cotidiano

Carnaval 2022: Grande Rio leva título pela primeira vez e é campeã no Rio de Janeiro





O grito de “é campeão” das arquibancadas se concretizou. A Grande Rio, de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, conquistou o título inédito de campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. O enredo “Fala, Majeté! As Sete chaves de Exu!” desmitificou o senso comum sobre Exu, uma das entidades mais louvadas das religiões de matriz africana.

A agremiação já quase conquistou o posto em 2020, 2010, 2007 e 2006, ficando em segundo lugar. A disputa foi com a Beija-Flor, de Nilópolis, por décimos.

Na comissão de frente, o ator Demerson Dalvaro, que interpretou o orixá na Sapucaí, hipnotizou o público ao subir em um globo terrestre. Na apuração, a escola garantiu a nota 10 de todos os jurados.

A escola também manteve a nota máxima em todos os demais quesitos, fantasia, harmonia, bateria, samba-enredo, alegoria e adereços, enredo e mestre sala e porta-bandeira.

O desfile seguiu enérgico e vibrante, assim como Exu. A apresentação destacou o poder de transformação, a bondade e a força do orixá.Entre os fiéis da Umbanda e Candomblé, Exu é responsável por abrir os caminhos, superar dificuldades e ajudar a alcançar os objetivos. No entanto, por ser representado com roupas pretas e usar um tridente, aqueles que não tem familiaridade, associam sua imagem a algo ruim, à maldade.

O desfile encerrou com um pedido de combate à intolerância religiosa. Um carro alegórico carregava a mensagem: “Exus, a Sapucaí é vossa!”.

A  cerimônia de apuração, que teve início com aproximadamente 30 minutos de atraso na Praça da Apoteose, foi comandada pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, que anuncia as notas há pelo menos 30 edições do carnaval carioca.

A última campeã é a Viradouro, que levou o título de melhor escola de samba no Carnaval de 2020, após 23 anos sem ganhar. Em 2021, devido à pandemia de Covid-19, não houve desfile das escolas de samba.

Neste ano, as autoridades decidiram realizar o evento em abril, considerando que em fevereiro o cenário epidemiológico não estava propício devido à variante Ômicron do coronavírus.

São Clemente rebaixada

Apesar de muito aguardada, a São Clemente obteve a menor pontuação e foi rebaixada para a Série Ouro. O enredo, que homenageava ao ator Paulo Gustavo, que morreu no ano passado por complicação da Covid-19, não foi bem executado. O quesito recebeu nota 9,6 de todos os jurados da categoria. A escola também foi descontada no samba-enredoAlém disso, houve vários erros nos quais houve desconto de pontos, como acabamento de carros e fantasias.  Os quesitos fantasias e alegoria e adereços tiveram média de 9,7.

Apuração

Os 45 jurados escolhidos pela Liesa se baseiam no Manual do Julgador para avaliar as escolas de samba na competição, sendo cinco para cada um dos nove quesitos em análise: bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegoria e adereços, fantasia, comissão de frente, além de mestre-sala e porta-bandeira.

São desconsideradas a menor e a maior nota concedidas, em cada um dos nove quesitos em julgamento. As agremiações tiveram um tempo mínimo de 60 minutos e máximo de 70 minutos para desfilar. Cada minuto faltante ou estourado resultará na perda de um décimo.

Confira os quesitos de julgamento das escolas de samba

Bateria: os jurados deverão considerar a manutenção regular e a sustentação da cadência em consonância com o samba-enredo, a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos, a criatividade e a versatilidade.

Samba-Enredo: o julgador irá avaliar a letra e a melodia de formas separadas. São considerados a adequação da letra ao enredo, a riqueza poética, a beleza e o bom gosto, além da adaptação à melodia. Para a melodia, são julgadas as características rítmicas próprias do samba, a riqueza melódica, o bom gosto dos desenhos musicais, a capacidade da harmonia facilitar o canto e a dança dos desfilantes.

Harmonia: o júri avalia a harmonia do samba, a perfeita igualdade do canto do samba-enredo em consonância com o “puxador” e a manutenção de sua tonalidade. O canto realizado pelos componentes de cada escola também será julgado.

Evolução: são consideradas a espontaneidade, a criatividade, a empolgação e a vibração dos desfilantes. A coesão do desfile, isto é, a manutenção de espaçamento o mais uniforme possível entre alas e a fluência da apresentação, também é avaliada.

Enredo: os valores se dividem em subquesitos somados. O primeiro é a concepção, que analisa a ideia apresentada pela escola, bem como a importância e a densidade cultural. Também contam pontos a clareza, coerência e coesão na roteirização do desfile. O segundo subquesito é a realização, que valida a capacidade de compreensão do enredo a partir da associação entre o conceito e tema, além do desenvolvimento apresentado na avenida pelas fantasias, alegorias e outros elementos visuais. Também contam a criatividade para contar a história escolhida, a apresentação sequencial das alas e alegorias.

Alegoria e adereços: são divididos pelos mesmos quesitos acima. Na concepção, é julgada a adequação das alegorias e dos adereços ao enredo. Na realização, é vista a impressão causada pelas formas e pela utilização de materiais e cores. Também são verificados os acabamentos e cuidados na confecção e decoração, no que se refere ao resultado visual.

Fantasias: outro quesito que se divide em concepção e realização. São analisados a capacidade de criatividade, o significado dentro do enredo, o acabamento e a uniformidade de detalhes.

Comissão de frente: leva em conta a capacidade de impactar positivamente o público, a adequação, criatividade, fantasias e a coreografia. A comissão tem a função de saudar o público e apresentar a escola.

Mestre-sala e porta-bandeira: são julgados a beleza, o bom gosto, acabamento da vestimenta e o uso dela para a dança. Também é vista a harmonia do casal que, durante a exibição, com graça, leveza e majestade, deve apresentar uma sequência de movimentos coordenados, deixando evidenciada a integração.

Desfile das campeãs

As seis primeiras classificadas retornarão à Marquês de Sapucaí no sábado (30), no desfile das campeãs. De acordo com o presidente da Liesa, cerca de 98% dos ingressos já foram vendidos.

“Só há ingresso, praticamente, para as arquibancadas. Depois da espera, o resultado deste ano foi excelente. Após quatro adiamentos, o povo já não estava aguentando mais. O Carnaval faz parte da nossa cultura, da vida do carioca. É o maior evento do Brasil. Vamos fechar com um saldo muito positivo. Estamos colhendo os frutos que plantamos com tanta dificuldade”, avaliou Perligeiro.

As pessoas interessadas na compra de ingressos para o Sábado das Campeãs deverão procurar a Central Liesa de Atendimento e Vendas, na Rua da Alfândega, 25.

 

- Mancha Verde é a vencedora do carnaval de SP

 

Mocidade Alegre ficou em segundo e Império de Casa Verde, em terceiro

 

A escola de samba Mancha Verde foi a vencedora do carnaval de São Paulo. Em segundo lugar ficou a Mocidade Alegre e, em terceiro, a Império de Casa Verde. A apuração das notas do desfile das escolas de samba ocorreu na tarde desta terça-feira (26) no Sambódromo do Anhembi, na zona Norte da capital paulista.

 

A Mancha Verde, que entrou na passarela por volta de 0h45 do último sábado (23), cantou o samba-enredo Planeta Água. O samba exaltou Iemanjá, orixá das águas salgadas, e destacou a água como um bem essencial à vida em todo o seu ciclo. Esse foi o segundo título da agremiação no Grupo Especial. A escola da Barra Funda, na zona Oeste da capital, que tem sua origem como torcida organizada do Palmeiras, foi vice-campeã no último desfile, em 2020, e campeã em 2019.

 

A disputa pelo título do carnaval paulistano foi acirrada. As quatro escolas de samba melhores classificadas (Mancha Verde, Mocidade Alegre, Império da Casa Verde e Tom Maior) terminaram a apuração com mesma nota: 269,9 pontos. O título foi decidido no critério de desempate: o quesito Comissão de Frente, em que a Mancha recebeu quatro notas dez. 

 

As escolas de samba Colorado do Brás e a tradicional Vai-Vai, as duas com as menores notas - ambas com 269,1 pontos- foram rebaixadas para o Grupo de Acesso. 

 

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval paulistano reuniram 64 mil pessoas no Sambódromo do Anhembi. Segundo a São Paulo Turismo (SPTuris), 29 mil pessoas assistiram às apresentações iniciadas na sexta-feira (22) e outras 35 mil, no sábado (23).

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil