Cultura

Papa confirma presença na convenção dos 40 anos da Comunidade Shalom





Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Católica Shalom, esteve nesta segunda-feira (25) em audiência particular com o papa Francisco para o convidar às celebrações dos 40 anos da comunidade, que serão completados no próximo dia 9 de julho. O papa confirmou a presença.

“O Santo Padre acolheu com muita paternidade e carinho o nosso pedido. Em setembro, com a graça de Deus, estaremos organizando nossa peregrinação a Roma e a convenção dos nossos 40 anos, para renovarmos a oferta das nossas vidas aos pés do sucessor de Pedro”, disse Moysés ao site do Shalom.

A Comunidade Shalom nasceu aos pés de são João Paulo II, em 1980, quando o papa esteve no X Congresso Eucarístico Nacional, em Fortaleza (CE). A cada cinco anos, a comunidade tem a tradição de peregrinar a Roma para renovar a vocação dos membros diante do papa. Agora, chega aos 40 anos comemorando a convenção Shalom em Roma com o tema “Amigos de Deus, amigos dos Jovens e amigos dos Pobres”.

No encontro de ontem com o papa Francisco, Moysés lhe deu dois presentes: um ícone Marajoara, escrito para o Espaço da Paz em Chaves, na Ilha de Marajó, no Pará, e um livro sobre as ações do projeto Shalom Amigo dos Pobres.

“O dom dos pobres, que sempre foi presente na história da comunidade, nesse tempo da pandemia se tornou um dom mais amplo, mais abundante, uma conversão mais profunda que o Senhor fez em nós. O surgimento do Shalom Amigo dos Pobres gerou certamente na comunidade todo um movimento de saída ao encontro dos que sofrem e encontrar neles amigos”, disse o fundador.

Esta é a terceira vez que Moysés Azevedo se encontra em audiência particular com o papa Francisco. Em todas as ocasiões, o fundador da Comunidade Shalom pediu uma palavra do papa para os membros da obra. Desta vez, antes de manifestar a palavra de orientação, Francisco quis saber sobre a difusão do carisma Shalom.

Hoje a comunidade está presente em 33 países e conta com 1.500 missionários da comunidade de vida e cerca de 10 mil na comunidade aliança, sem contar os membros da obra.

“Vocês cresceram muito, graças a Deus. Isso é um dom de Deus!”, comentou o papa Francisco, segundo Moysés. O fundador contou que, por causa desse crescimento da comunidade e “em vista de preservar a obra de Deus”, o papa os “animou a cultivar o dom da humildade”. “Esta foi a palavra que ele nos deu: preservem, protejam, cuidem da obra de Deus por meio do dom da humildade. Para lidar com a obra de Deus é indispensável cultivar um coração manso e humilde como o de Jesus Cristo”, revelou Moysés.

 

Confira outras notícias 

- Francisco cancela compromissos de hoje por causa de dor no joelho

A Sala de Imprensa da Santa Sé informa que o Papa interrompeu as atividades de hoje, incluindo a participação no Conselho de Cardeais em andamento nestes dias.

São dias de sofrimento para o Papa, que há algum tempo suporta uma dor no joelho que está afetando seus compromissos e seu contato com as pessoas, como aconteceu durante a Semana Santa e na semana passada. Esta manhã, informa a Sala de Imprensa da Santa Sé, "por causa da dor no joelho e por recomendação médica", Francisco "interrompeu as atividades previstas para terça-feira, 26 de abril, incluindo a participação no Conselho de Cardeais, cuja nova sessão está em andamento nestes dias".

No sábado passado, ao final do simpósio promovido pela Associação "Fiat", o Papa pediu desculpas antecipadas aos participantes da audiência pelo fato de que os cumprimentaria sentado. "Esta dor no joelho não me permite ficar de pé por muito tempo", disse o Pontífice.

 

- O Papa nomeia novo arcebispo de Paris: Laurent Ulrich

Dom Laurent Bernard Marie Ulrich é o novo arcebispo de Paris. Ele sucede a dom Aupetit que apresentou a Francisco sua renúncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Paris.

O Papa Francisco nomeou Arcebispo de Paris, nesta terça-feira, 26 de abril, dom Laurent Bernard Marie Ulrich, até então arcebispo de Lille.

Dom Laurent Ulrich nasceu em 7 de setembro de 1951, em Dijon, na arquidiocese de mesmo nome. Obteve o mestrado em Filosofia pela Universidade de sua cidade, frequentou o Seminário da Universidade Santo Irineu e obteve uma Licenciatura em Teologia pela Université Catholique de Lyon. Foi ordenado sacerdote em 2 de dezembro de 1979.

Exerceu os seguintes cargos: vice-pároco no setor Beaune (1980-1984) e decano adjunto (1984-1985); vigário episcopal responsável pela formação permanente, pastoral sacramental e litúrgica (1985-1990) e desde 1986 também para os leigos e religiosos engajados na pastoral; vigário geral e delegado para o Apostolado dos Leigos (1990-2000).

Eleito arcebispo de Chambéry e bispo de Saint-Jean-de-Maurienne et Tarentaise em 6 de junho de 2000, foi consagrado em 10 de setembro do mesmo ano. Em 1° de fevereiro de 2008 foi nomeado arcebispo de Lille, tornando-se arcebispo em 29 de março, quando a Sé de Lille foi elevada ao status de Metropolita.

Dentro da Conferência Episcopal Francesa, é Presidente do Conselho para o Ensino Católico.

Um desejo: "Mostrar a amizade de Cristo"

Numa entrevista a RCF Hauts-de-France, estação radiofônica católica local, dom Ulrich relatou que ficou surpreso com a notícia da escolha do Papa Francisco de confiá-lo a Arquidiocese de Paris.

"Foi uma surpresa completa. Imediatamente expressei diante do núncio uma grande surpresa, espanto, quase uma maneira de dizer "não". Lutei dentro de mim espiritualmente porque disse a mim mesmo que não é para mim e que não sou a pessoa certa para este trabalho. Já tenho alguns anos de serviço, então imagine que esta é a quarta diocese que vou servir. É uma ginástica. O meu ministério como arcebispo de Paris será um ministério que quer manifestar a amizade de Cristo. Portanto, não sei se serei capaz de demonstrar isso com minhas qualidades e meus defeitos. Não sei se serei realmente capaz de mostrar isso, mas é meu profundo desejo considerar os parisienses como meus amigos. Nunca visei uma posição, nunca tive outra ambição a não ser fazer o que a Igreja me pede".

 

- Sudão do Sul: presença do Papa, decisiva para novo acordo de paz

A presença do Papa no Sudão do Sul “aumentará a fé em Deus e na encarnação de Cristo que entra na realidade do povo como ele é, com seus problemas". Palavras do padre Morris Ibiko diretor da Universidade Católica local que comenta o recente acordo de 3 de abril entre as facções de governo na expectativa da visita de Francisco em julho deste ano

Padre Morris Ibiko, diretor do campus da Universidade Católica do Sudão do Sul em Yambio, na diocese de Tombura-Yambio, comenta o acordo alcançado em 3 de abril entre o Presidente do Sudão do Sul Salva Kiir e seu vice Riek Machar com as seguintes palavras: "Nos últimos meses, estivemos muito preocupados com a volta da guerra no Sudão do Sul, especialmente quando o Vice-Presidente Machar suspendeu sua participação nas negociações para a gestão da segurança. Com a assinatura do acordo, a esperança foi restaurada e os temores diminuídos. É claro que muitos têm dúvidas sobre a resiliência do novo acordo e a capacidade dos líderes políticos de cumprir seus compromissos, mas queremos dar confiança às palavras proferidas e às promessas feitas e continuar a ter esperança de que a guerra seja apenas uma má recordação".

O pacto

O pacto prevê a unificação do comando das forças de segurança no que muitos veem como um passo decisivo, embora não definitivo, para assegurar o frágil processo de paz. Segundo o acordo, os cargos de liderança no exército, na polícia e nas forças de segurança nacional serão ocupados pela facção do presidente em 60% e os do vice em 40%.

Fator Francisco nos acordos 

"Acredito que o anúncio feito há algumas semanas da visita do Papa ao Sudão do Sul", continua o sacerdote, "tenha desempenhado um papel importante na aproximação das partes e na volta às negociações para encontrar um acordo". O gesto altamente simbólico do Papa beijando os pés desses dois líderes na Páscoa, exatamente três anos atrás no Vaticano, e o apelo que se seguiu, também deixaram uma marca indelével na liderança política de nosso país. Estou certo de que os líderes das facções disseram uns aos outros que não poderiam receber o Papa em julho em um país em guerra: o que lhe diríamos, como responderíamos às suas perguntas? Estas, na minha opinião, foram as preocupações que, de alguma forma, os ajudaram a chegar a um entendimento. Em Roma eles reiteraram que reconheciam no Papa um pai, e o Presidente que professa ser católico, sentiram que não podiam desapontá-lo. Aqui pensamos que o fator Francisco tenha sido algo que contribuiu de forma decisiva. Da mesma forma, o apelo dos líderes das Igrejas às consciências para que sejam coerentes e pensem no sofrimento do povo também desempenhou um papel importante: a voz e as orações das Igrejas estão dando frutos, e isto nos dá esperança".

A visita do Papa

No início de julho, o Papa estará na capital Juba. A população se prepara para recebê-lo com grandes expectativas: "Há uma grande expectativa - observa o Padre Ibiko - o povo espera que o Papa traga paz definitiva ao Sudão do Sul e abra uma nova era. Francisco ama muito nosso país, dizem os sudaneses: temos pouco poder, o que podemos fazer? Apenas clamar a Deus. Mas a visita do Papa é um desejo dos crentes que se torna realidade. Há muito tempo ele queria vir, mas sua viagem foi sempre adiada por razões de segurança. É muito significativo, na minha opinião, que ele finalmente tenha decidido vir e parar de adiar, apesar de a segurança ainda não estar 100% garantida e a situação ainda não estar estável. Isto enche as mentes e os lábios de admiração, é como uma encarnação nos problemas reais das pessoas. Ele aumentará a fé em Deus e na encarnação de Cristo que entra na realidade do povo como ele é, com seus problemas".

Fonte: Vatican News com Fides