Economia

Dólar inicia semana em queda, cotado a R$ 4,648; Bolsa emenda 2ª baixa





Após duas altas consecutivas no fim da semana passada, o dólar encerrou esta segunda-feira (18) em queda de 1,02%, cotado a R$ 4,648. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também iniciou a semana em desvalorização e emendou sua segunda baixa —de 0,43%, aos 115.687,25 pontos.

A Bolsa apresentava perda desde a manhã diante de desempenho negativo dos futuros de ações nos Estados Unidos, e com mercado atento à declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento promovido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Inflação e feriado

Jefferson Rugik, diretor-executivo da Correparti Corretora, atribuiu a performance do dólar no mercado local a um "desmonte de posições defensivas no mercado futuro" após um dado de inflação doméstico mais forte do que o esperado alimentar apostas de que o Banco Central estenderá seu ciclo de aperto monetário para além da próxima reunião do Copom, em maio.

A FGV (Fundação Getulio Vargas) informou nesta segunda-feira que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) disparou a 2,48% em abril, resultado acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 2,20%.

Juros mais altos por aqui tendem a beneficiar o real, já que tornam a renda fixa local mais atraente para investidores estrangeiros. A taxa básica de juros, a Selic, está atualmente em 11,75% ao ano.

Nesta sessão de liquidez reduzida, devido ao feriado na Europa e em outras praças globais, investidores focavam em dados sobre o crescimento da China, que, embora tenha surpreendido positivamente no acumulado do primeiro trimestre, perdeu fôlego em março.

Também estava no radar a pauta fiscal doméstica, após o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, dizer que ainda não há decisão tomada sobre reajustes a servidores federais neste ano.

Em entrevista sobre o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, Colnago afirmou que o governo está prevendo em suas contas um gasto de 11,7 bilhões de reais para aumentos salariais no ano que vem.

 

Confira outras notícias 

- Campos Neto afirma que "há muito a inovar" em pagamentos internacionais

Segundo o presidente do BC, as diferentes tecnologias usadas nos países são um desafio para operacionalizar o sistema de pagamentos transfronteiriços

Em evento promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que ainda tem muito para inovar em pagamentos internacionais. De acordo com ele, as diferentes tecnologias usadas nos países são um desafio para operacionalizar o sistema de pagamentos transfronteiriços.

"Se você me perguntasse, há não muito tempo, qual seria a forma mais rápida de enviar US$ 1 milhão do Brasil à Inglaterra, a resposta seria em um avião. Isso mostra que ainda temos muito a inovar", ressaltou o presidente da autarquia.

Protocolos de criptoativos

Campos Neto disse ainda que redes e protocolos de criptoativos podem ser usados em intermediação financeira no futuro. “As pessoas focam muito no ativo, mas a beleza disso é o ‘network’ que está sendo criado com os protocolos [de criptoativos]”, destacou.

“Eles [criptoativos] têm boas características que podem ser usadas e que vão mudar a intermediação financeira no futuro”, apontou Campos Neto.

 

- Crédito para micro e pequena empresa sobe 94,7% na pandemia

O crédito para micro e pequenas empresas subiu 95% na pandemia de covid-19, mostrou levantamento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O percentual de crescimento foi registrado de 2020 a 2021. O estudo“Desempenho do Crédito para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) na Pandemia” foi divulgado nesta 2ª feira (18.abr.2022). Eis a íntegra do relatório (451 KB).

O mercado de crédito subiu 15,6% em 2020 e 16,5% em 2021. A carteira de pessoa jurídica liderou o processo: alta de 21,6% em 2020 e de 10,5% em 2021.

O saldo da carteira de crédito das micro e pequenas empresas subiu de R$ 186,9 bilhões em 2019 para R$ 363,9 bilhões em 2021, o que representa uma alta de 94,7%.

Ao segregar os dados, as pequenas empresas tiveram alta de 103,1%, de R$ 130,8 bilhões de 2019 para R$ 265,6 bilhões em 2021. Já o crédito às micro empresas subiu de R$ 56,2 bilhões para R$ 98,3 bilhões, o que representa um avanço de 75%.

O crédito destinado às micro e pequenas empresas ganhou participação na carteira pessoa jurídica, saindo de 13,2% em 2019 para 19,7% em 2021. Os bancos de maior porte tiveram a maior participação na alta, com crescimento 113,8% no período da pandemia.

Fonte: UOL - Poder360 - Correio Braziliense - Reuters