O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, entregou formalmente nesta segunda-feira (18) a um enviado da União Europeia (UE) questionário preenchido sobre a adesão do país ao bloco, e disse acreditar que este passo levará a Ucrânia a ganhar o status de candidato oficial dentro de algumas semanas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, entregou o questionário a Zelenskiy durante uma visita a Kiev em 8 de abril, prometendo um trâmite mais rápido para a candidatura da Ucrânia à UE após a invasão da Rússia ao país.
Zelenskiy apresentou o documento preenchido ao enviado da UE à Ucrânia em uma reunião, mostraram imagens divulgadas por seu governo.
"Acreditamos firmemente que este procedimento (concessão do status de candidato) ocorrerá nas próximas semanas e que será positivo para a história de nosso povo, dado o preço que foi pago no caminho da independência e da democracia", disse o líder ucraniano durante a reunião.
O vice-chefe de gabinete de Zelenskiy disse mais cedo nesta segunda que esperava que em junho fosse concedido à Ucrânia o status de candidata formal à UE durante uma reunião agendada do Conselho Europeu, que compreende os líderes dos Estados-membros do bloco.
A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, precisará emitir uma recomendação sobre o cumprimento, por parte da Ucrânia, dos critérios de adesão necessários, acrescentou.
Como país candidato, a Ucrânia iniciaria negociações sobre o alinhamento de suas leis com a estrutura legal da União Europeia.
- Putin diz que países ocidentais causaram danos às próprias economias
O presidente russo Vladimir Putin disse, nesta segunda-feira (18), que os países ocidentais haviam concluído um único objetivo ao impor sanções contra aRússia por conta da Ucrânia — o que, segundo ele, havia levado a uma “deterioração da economia no Ocidente”.
Os países ocidentais impuseram sanções sem precedentes ao sistema corporativo e financeiro russo desde que Putin enviou tropas à Ucrânia em 24 de fevereiro, no que é nomeado pelo Kremlin de “operação militar especial”.
“As sanções cumpriram os objetivos de seus perpetuadores. Eu falo sobre a inflação crescente, o desemprego, e a piora da dinâmica econômica nos Estados Unidos e na Europa, diminuição nos padrões de vida dos europeus e a desvalorização de suas reservas”, disse Putin.
Falando sobre o estado da economia russa, Putin disse que a inflação estava se estabilizando e que a demanda do varejo no país havia se normalizado. A altos funcionários do governo através de uma chamada de vídeo, o presidente disse que a Rússia deveria acelerar o processo de utilização de moedas nacionais no comércio exterior sob as novas condições.
A Rússia deve usar seu orçamento para apoiar a economia e a liquidez em condições de contratação de empréstimos, embora os cortes de taxas do Banco Central tornem os empréstimos mais baratos, explicou Putin.
“Sei sobre as discussões contínuas entre o Banco Central e o governo. No entanto, em uma situação de queda objetiva do crédito, o orçamento deve apoiar ativamente a economia e preenchê-la com recursos financeiros, manter sua liquidez”, declarou.
“E temos todas as opções para fazê-lo, é claro que devemos fazê-lo com cuidado, pois estamos constantemente discutindo com o Ministro (da Economia da Rússia). Mas, no primeiro trimestre do ano corrente, atingimos o nível recorde de superavit orçamentário. Precisamos de medidas extras aqui. E devemos implementar no momento em que a economia mais precisar”.
A economia da Rússia foi atingida por sanções ocidentais sem precedentesdestinadas a punir Moscou pelo que a Rússia chama de “uma operação militar especial” na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.
- Ucrânia enfrenta “lutas de rua” enquanto russos entram em Kreminna, dizem autoridades
As forças russas entraram em Kreminna, uma cidade na região leste de Luhansk, que vem sendo bombardeada há semanas, enquanto a Rússia avança para o oeste em Donbass, disse um alto funcionário ucraniano.
“Os russos entraram em Kreminna. As lutas de rua começaram”, disse Serhii Haidai, chefe da administração militar regional de Luhansk, em um breve post no Facebook nesta segunda-feira (18).
Os russos entraram na cidade com “uma enorme quantidade de equipamentos militares”, disse ele. “A ofensiva começou”, acrescentou.
Os russos estavam tentando quebrar a resistência ucraniana em Kreminna e uma série de vilas e cidades de Luhansk enquanto tentam avançar para as fronteiras da região de Donbass – o objetivo declarado da “operação militar especial” do presidente russo Vladimir Putin.
A evacuação de civis agora é impossível, disse Haidai.
“Planejamos a evacuação, literalmente pelos caminhos da floresta, para que as pessoas não fossem atacadas. Mas da noite para o dia a situação mudou. Enquanto os combates [irromperam] na cidade, é irreal contar os civis que permanecem lá”, disse Haidai.
Haidai disse que a instalação esportiva da Olympus em Kreminna estava em chamas e que o fogo agora cobria uma área de 2.400 metros quadrados.
“Os socorristas estão trabalhando duro, pois há uma floresta perto do centro”, disse ele.
Haidai disse que em outros lugares da região duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas em Zolote, enquanto sete pessoas foram recuperadas dos escombros de um prédio destruído em Rubizhne.
Na noite de domingo, as forças russas dispararam contra um prédio da polícia em Lysychansk, disse Haidai, ferindo seis policiais. O bombardeio continua, disse ele.
- Aliado de Putin preso na Ucrânia sugere troca por forças de Mariupol
O político ucraniano pró-Rússia Viktor Medvedchuk fez apelo, nesta segunda-feira (18), para ser entregue a Moscou em troca de soldados e civis ucranianos mantidos presos pelas forças russas na cidade sitiada de Mariupol.
Medvedchuk fez o apelo ao presidente russo, Vladimir Putin, e ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em vídeo divulgado pelo serviço de segurança ucraniano SBU no Facebook. Não ficou claro se Medvedchuk falava livremente no vídeo.
Ele disse que estava fazendo um "apelo para que o lado ucraniano o troque pelos defensores de Mariupol e seus cidadãos que estão lá hoje e não têm oportunidade de uma saída segura por um corredor humanitário".
Líder do partido Plataforma de Oposição - Pela Vida, Medvedchuk é aliado de Putin.
Ele havia sido colocado sob prisão domiciliar no ano passado pelas autoridades da Ucrânia, sob acusações de traição e financiamento de terrorismo, que nega. O político escapou alguns dias depois que a invasão russa começou, em fevereiro, mas foi capturado mais tarde pela Ucrânia.
Dois combatentes britânicos - Shaun Pinner e Aiden Aslin -, capturados na Ucrânia pelas forças russas, apareceram na TV estatal russa, nesta segunda-feira (18), e pediram para ser trocados pelo político pró-Rússia Viktor Medvedchuk, mantido preso pelas autoridades ucranianas.
Ambos pediram ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que os ajudasse a voltar para casa, em troca da libertação do político.
- Tropas russas entram em Lugansk e tomam cidade de Kreminna
As autoridades regionais de Lugansk anunciaram, nesta segunda-feira (18), o início de grande ofensiva russa no Leste da Ucrânia. Quatro civis foram mortos a tiro quando tentavam fugir de carro da cidade de Kreminna, na região leste de Lugansk, que já está sob control russo.
Kreminna tem sido alvo de bombardeios há várias semanas, enquanto as forças de Moscou avançam para Donbass.
"Os russos entraram em Kreminna. Os confrontos de rua começaram", anunciou Serhii Haidai, chefe da administração militar regional de Lugansk, em publicação hoje no Facebook.
“A ofensiva começou”, declarou Haidai, acrescentando que as tropas de Moscou entraram na cidade com enorme quantidade de equipamentos militares.
Mais tarde, Haidai anunciou que o controle ucraniano sobre Kreminna foi “perdido”. “Neste momento, o controle da cidade está perdido", e os combates continuam, disse Haidai no Telegram.
Em outra publicação, o governador regional confirmou que quatro civis foram mortos a tiros, enquanto tentavam fugir de carro da cidade de Kreminna durante o ataque russo. Há ainda um ferido grave que continua no local. “Os médicos não conseguem socorrê-lo devido aos bombardeios contínuos", explicou.
A administração militar regional acrescentou que a retirada de civis é, a essa altura, "impossível".
"Planejamos a evacuação literalmente ao longo dos caminhos da floresta, para que as pessoas não fossem atacadas. Mas, da noite para o dia a situação mudou. Enquanto os combates começaram na cidade, é impossível contar os civis que permanecem lá", disse Haidai.
O chefe da administração militar regional acrescentou que duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas em Zolote, enquanto sete foram retiradas dos escombros de um prédio destruído em Rubizhne.
Novos ataques com mísseis russos na cidade de Kramators, bem como em outras cidades em Donetsk, como Vugledar, Marinka e Gradiv, foram relatados durante a noite no Leste da Ucrânia.
Os russos têm tentado quebrar a resistência ucraniana em Kreminna e numa série de vilas e cidades em Lugansk, enquanto tentam avançar para a região de Donbass. Depois das tentativas frustradas de cercar a capital ucraniana, a Rússia passou a focar-se em Donbass, o objetivo declarado da “missão militar especial” do presidente russo Vladimir Putin.
A situação não mudou em Mariupol, cidade portuária sitiada que o comando russo exortou à rendição nesse domingo.
Milhares de civis em Mariupol, na costa do Mar de Azov, resisterm ao bombardeio contínuo das tropas russas abrigadas nas instalações da Siderúrgica Azovstal, antiga fábrica metalúrgica da década de 30.
O ultimato imposto por Moscou expirou ao meio-dia de domingo, sem que a resistência ucraniana depusesse as armas.
Estima-se que cerca de 2.500 soldados também estejam entrincheirados na antiga siderúrgica, que seria a última defesa do lado ucraniano da cidade.
Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil